Não dá para aceitar, pelo menos sem estranhar, as informações de que o
ex-presidente Lula mostra-se deprimido desde terça-feira, diante do voto de três
ministros do Supremo Tribunal Federal indicados por ele ou pela presidente
Dilma. Porque Luiz Fux, Carmem Lúcia e Rosa Weber honraram a toga que usam ao
concluir pela culpabilidade de João Paulo Cunha em crimes diversos.
Lula ficou deprimido
Apesar da origem de suas indicações, demonstraram ser juízes da mais alta corte nacional de justiça, jamais marionetes ou serviçais de interesses partidários. Ao votar com independência, confirmaram o acerto de suas investiduras.
João Paulo Cunha, logo depois de arcabuzado, recebeu telefonemas de solidariedade do Lula, de ministros do governo Dilma e de dirigentes do PT. Nada a opor ao gesto de apoio a um companheiro posto em desgraça, mas muito a objetar diante da cobrança sentimental feita aos três ministros. Ignora-se se o quarto ministro dessa nova leva, Dias Toffoli, recebeu mensagens de congratulações por haver votado pela absolvição do ex-presidente da Câmara.
O ex-presidente da República deveria estar orgulhoso e não frustrado pelo comportamento imparcial que “seus” ministros vem desenvolvendo. Ele e Dilma, que por sinal vem mantendo postura de exemplar silêncio diante do julgamento do mensalão, cumpriram seu dever ao indicar os juristas tidos como melhor credenciados para integrar o Supremo.
Em suma, se verdadeira a notícia da depressão do ex-presidente, só haverá que lamentar. Nem o Judiciário, nem o Legislativo, e nem o Executivo, podem ser tidos como linha auxiliar dos que exerceram ou exercem funções de liderança e de poder.
30 de agosto de 2012
Carlos Chagas
Lula ficou deprimido
Apesar da origem de suas indicações, demonstraram ser juízes da mais alta corte nacional de justiça, jamais marionetes ou serviçais de interesses partidários. Ao votar com independência, confirmaram o acerto de suas investiduras.
João Paulo Cunha, logo depois de arcabuzado, recebeu telefonemas de solidariedade do Lula, de ministros do governo Dilma e de dirigentes do PT. Nada a opor ao gesto de apoio a um companheiro posto em desgraça, mas muito a objetar diante da cobrança sentimental feita aos três ministros. Ignora-se se o quarto ministro dessa nova leva, Dias Toffoli, recebeu mensagens de congratulações por haver votado pela absolvição do ex-presidente da Câmara.
O ex-presidente da República deveria estar orgulhoso e não frustrado pelo comportamento imparcial que “seus” ministros vem desenvolvendo. Ele e Dilma, que por sinal vem mantendo postura de exemplar silêncio diante do julgamento do mensalão, cumpriram seu dever ao indicar os juristas tidos como melhor credenciados para integrar o Supremo.
Em suma, se verdadeira a notícia da depressão do ex-presidente, só haverá que lamentar. Nem o Judiciário, nem o Legislativo, e nem o Executivo, podem ser tidos como linha auxiliar dos que exerceram ou exercem funções de liderança e de poder.
30 de agosto de 2012
Carlos Chagas
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