O julgamento do Mensalão está em curso e os corruptos do PT e dos partidos aliados (bem como os do DEM e do PSDB que aguardam seus julgamentos) estão em pânico. Mas, por incrível que possa parecer, mesmo diante de provas tão avassaladoras promovendo condenações até por unanimidade no STF; uma parcela da população ainda vê o julgamento como uma afronta ou uma espécie de equívoco judiciário.
A tolerância com a corrupção, notadamente pelos que mais deveriam repudiá-la, é um fenômeno grave em nosso país. A coisa fica ainda mais terrível quando essa tolerância escapa do escopo das pessoas menos informadas e de menor instrução (como comumente é imputado a elas) e se assenta sob as cabeças dos ditos “intelectuais” ou de artistas.
Meramente impulsionados pela cegueira ideológica, pela necessidade de comer na mão do Estado em busca de recursos ou simplesmente porque no Brasil é “bonito” ser “de esquerda”; alguns desses boçais preparam um manifesto em defesa dos mensaleiros.
Provavelmente, esses artistas têm a mesma mentalidade dos artistas que “abrilhantaram” uma festa junina patrocinada pelo candidato a reeleição para a prefeitura de Petrolina (PE) – Júlio Lóssio do PMDB – usando verbas destinadas ao combate a pobreza e aos efeitos da seca, o candidato realizou uma festa junina “daquelas”.
Toda verba que deveria ir para amenizar os efeitos de uma das piores secas dos últimos trinta anos na região, serviu para pagar os cachês de astros do forró e do sertanejo como Leonardo, César Menotti & Fabiano, Dominguinhos, Victor & Léo e Paula Fernandes. Afinal de contas, pobre quer mesmo é forró. Água é coisa das “zelites” ou da burguesia “de direita”.
Ao mesmo tempo, o seu adversário com maiores chances é o filho do ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB); Fernando Coelho Filho – do mesmo partido – usa a promessa de água e asfalto para angariar votos. O candidato diz que foram suas emendas (liberadas pelo pai) as responsáveis pelas obras e que os recursos “deixarão de fluir” caso não seja eleito (pois, não haveria “sintonia” com o poder federal).
Além disso, o mesmo deputado usa como seu cabo eleitoral a Codevasf, cujo superintendente (Luiz Manoel de Santana) foi indicado por ele e referendado pelo seu pai ministro. Esse senhor tem usado as entregas de maquinário e obras da empresa, que deveriam ser apolíticas, como alavanca de campanha do candidato – inclusive levando o filho do ministro e seu candidato a vice na chapa (Gennedy Patriota do PTB) para esses eventos oficiais.
Assim, da mesma forma que o sofrido povo do Nordeste continua a mercê dessa corja porque persiste em se render a chantagem promovida por políticos desonestos que fazem do flagelo da seca uma moeda eleitoral; a quadrilha de corruptos que está tomando de assalto nosso país usa essa turminha de artistas movidos a dinheiro público e dependentes das liberações de verba dos benefícios governamentais para tentar constranger o STF ou fomentar dúvidas nas cabeças menos privilegiadas da população quanto a lisura do julgamento e da isenção dos julgadores.
É importante que o brasileiro entenda que a nódoa da corrupção jamais será removida de nossa política (ou, pelo menos, controlada) sem que se dê um basta nessas falsas ideias de que dinheiro público não tem dono, de que há pessoas acima das leis e de que se dizer “de esquerda” é ter na testa uma declaração irrevogável e inquestionável de honestidade.
Que a justiça seja feita. Que cada um seja julgado conforme as provas de sua culpa e que as penas sejam severas para provocarem um arrepio de medo em todo corrupto que se imaginava intocável nesse país.
E você, o que pensa disso?
26 de setembro de 2012
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