Nietzsche
votava? – Não, fazia aforismos à mão livre. Nietzsche, um espírito livre,
se desobrigava dessa imoralidade constrangedora. Ele era contra qualquer coisa
obrigatória. De certo modo ele foi o inventor da eleição (escolha) de
Sofia.
Eleições
zen-budistas. – Já votaste hoje, pergunta o Mestre? Sim, responde o pupilo.
Então lava as tuas mãos, responde o Mestre.
Mãos limpas,
idéias sujas. – Redelinqüir. Perder o direito ao sursis. Não achar mais o
caminho do semi-aberto. E pensar que tudo isso está ao alcance de nossas mãos,
que nasce delas, e somente delas.
Cola
eleitoral permitida. – O TSE reconhece seu analfabetismo modelo Paulo
Freire.
Titulo de
eleitor. – No Brasil não basta tê-lo para votar. Esse título não intitula
ninguém a votar. Por que isso? Eles agora querem suas impressões digitais. Uma
espécie de cabresto eletrônico. Vai ficar mais barato; você um dia poderá votar
em casa pelo Facebook. Isso não é fantástico, dizia o Hugo
Chàvez?
TSE. –
Ninguém vota nele. Se desaparecesse, ninguém notaria.
Voto
facultativo. – A maior censura eleitoral. Como o voto nulo, que também não
existe na legislação, diz da democracia que temos. Sua ausência na legislação
trai o próprio conceito de democracia.
Eleição, a
festa da democracia. – Data de aniversário da democracia. Dia de festa da
democracia, como adora dizer a imprensa aduladora. O povo não ganha presentes.
Os presentes dos políticos chegam mais tarde. E os tribunais mais tarde ainda.
Aí já é tarde – houve outras festas.
Vamos às
urnas. – Isso não existe mais. Como um útero ainda grávido que guardava um
segredo, as urnas viraram metáforas de uma fantasia democrática. Nem na cabeça
de juiz existem mais segredos. Lewandowski, por exemplo, nem tem cabeça, ou ela
é de vidro, transparente na sua fidelidade canina. Na ecografia do seu voto lá
está o voto em petistas.
Eleições
desproporcionais. – Como há eleição a cada dois anos, o povo brasileiro não
vê prazer mais nisso. Vota como faz amor com a mulher velha. Um dia cansa. É
desproporcional.
Votações
tranqüilas. – A imprensa adora noticiar isso. Até consagrou o chavão: as
eleições aconteceram normalmente. Já estamos acostumados com tropas federais nos
lugares onde a democracia e a cidadania são mais fortes.
Instituições
sólidas. – De onde vem este tremor, então? Algum terremoto? Algum abalo
democrático com ficha-suja?
Voto em
branco. – Os petistas, depois do terror do Negrão do STF, só votam em
branco.
Compra de
votos. – Nada mais natural no mercado político-eleitoral. Pesquisas
eleitorais são compradas. Isso não é compra de votos e de
consciências?
Pesquisas
eleitorais. – Espécie de crime continuado, reiterado, e contínuo por largo
tempo de compra de consciências, especialmente as mais vazias. O TSE só se
preocupa com a compra do candidato e a venda do eleitor. Eu resolvi esse
problema: eu sou a minha própria pesquisa, isto é, não a encomendo nem pago nada
e fico sabendo de tudo.
Caixa 2
eleitoral. – Não é uma ficção. Se o TSE punisse isso e cobrasse uma multa
pesada, poderia pagar melhor seus juízes, ou, pelo menos poderia pagar a conta
do oculista desses cegos.
Segundo
turno. – É quando o eleitor percebe que poderia ter resolvido tudo no
primeiro.
Horário
eleitoral. – Prazo em que a censura legal impede as pessoas de conhecerem
melhor os candidatos.
Crime
eleitoral. – Algo que não aconteceria sem os eleitores.
Eleitores. – Pessoas instadas a votar. Muitos
dizem: chegou a minha vez. Quase ninguém diz: chegou a nossa
vez.
09 de outubro de 2012
charles london
O demagogo não consegue enganar todo mundo, durante todo o tempo. Apenas o suficiente para se eleger. ( frase do livro desaforismos de Georges Najjar Jr )
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