Internacional - América Latina
Na América Latina, neo-populistas autóctones, extremistas iranianos e imperialistas chineses estão se sentindo com as fauces livres, como lobos no galinheiro, favorecidos pela inércia e até a conivência da diplomacia norte-americana.
1. Nas próximas eleições norte-americanas está em jogo, como talvez nunca antes, não somente a vitória de um candidato e de um partido, senão a própria liderança internacional dos Estados Unidos nas Américas do mundo. A política externa desse país chegou a uma encruzilhada, a partir da qual se poderá caminhar na direção do re-erguimento da influência internacional dos Estados Unidos, ou do agravamento de uma decadência que os inimigos da liberdade tanto desejam.
2. Em 08 de outubro pp., o candidato Mitt Romney, em discurso no célebre Instituto Militar da Virginia (IMV), intitulado “A responsabilidade da liderança”, criticou a “estratégia de passividade” da política externa norte-americana durante o governo Obama, e o conseqüente desbotamento da liderança de seu país. O candidato republicano fez um chamado para que os Estados Unidos deixem de ficar “à mercê dos acontecimentos internacionais” e retomem sua vocação de “influenciar a própria História”.
Romney apresentou como modelos o general Marshall, ex-aluno do IMV, e Winston Churchill, ex-primeiro-ministro inglês, não somente pela vigorosa atitude contra o totalitarismo nazista, senão contra o espírito derrotista que campeava no Ocidente, espargindo o desânimo e sussurrando que o poderio nazista era irreversível.
3. Romney, em sua alocução no Instituto Militar da Virginia, depois de alertar contra o reaparecimento do espírito derrotista em seu país, advertiu que “se os Estados Unidos não recuperarem sua liderança internacional, esse espaço poderá ser ocupado por outras potências que talvez não defendam nossos valores, e o mundo poderá ficar mais tenebroso, para nossos aliados e para nós mesmos”.
4. Do dito ao feito pode existir bastante trecho. E não sabemos em que medida o candidato Romney porá em prática o que predica, no caso em que ganhe as eleições presidenciais. Feita essa exceção indispensável, deve-se reconhecer que o diagnóstico do candidato republicano sobre a enfermidade que atinge a política externa norte-americana é objetivo, e que também o remédio é adequado.
5. Do ponto de vista sul-americano, e da causa da liberdade na região, é questão de vida ou morte que os Estados Unidos possam reverter o processo de debilitamento de sua influência internacional, e que superem o paralisante complexo de culpa que as esquerdas dentro e fora dos Estados Unidos contribuíram para criar-lhe, pelo qual seus representantes diplomáticos parecem se envergonhar de assumir uma clara liderança em favor da liberdade. Como já se disse em editoriais anteriores, pela gravitação natural que os Estados Unidos continuam tendo no continente, o próprio futuro político da América Latina em boa medida depende dos resultados das próximas eleições presidenciais norte-americanas.
6. Com uma vitória de Obama, e a conseqüente continuidade da erosão da liderança norte-americana, os velhos e novos populismos poderão se sentir com as mãos mais livres para continuar degradando o Estado de Direito em vários países da região, como Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina, ao mesmo tempo em que mantêm a salvo o vergonhoso regime cubano. É preocupante o fato de que na América Latina neo-populistas autóctones, extremistas iranianos e imperialistas chineses estão se sentindo com as fauces livres, como lobos no galinheiro, favorecidos pela inércia e até a conivência da diplomacia norte-americana. Um exemplo recente dessa conivência é o apoio irrestrito que o presidente Obama deu à política “kerenskiana” do presidente Santos, da Colômbia, para com os sanguinários narco-terroristas colombianos, com um “diálogo” que passará a se desenvolver nada menos que em Havana, a própria cova dos lobos castristas.
7. Já comentou-se também, em editorial anterior, o peso decisivo que o voto hispânico pode ter no resultado das eleições presidenciais norte-americanas. Recentes pesquisas de opinião confirmaram que o estado da Florida, com um alto contingente de votantes de origem hispânica, especialmente cubanos, pode ser mais uma vez decisivo no resultado nacional, tal como o foi em várias eleições anteriores. Nesse sentido, é fundamental o papel histórico dos cubano-americanos para continuar dando a conhecer entre os votantes de origem hispânica o drama e o desastre da experiência comunista em Cuba, e para cobrar dos candidatos presidenciais medidas diplomáticas eficazes contra as velhas e novas esquerdas continentais.
8. Deseja-se que nas próximas eleições presidenciais prime a lucidez no eleitorado americano e que prevaleça, na hora do voto, a compreensão de que o tema da política externa norte-americana e do re-erguimento da influência internacional dessa nação é de fundamental importância para a causa da liberdade, não somente na América Latina, no Oriente Médio e no Oriente Distante, senão nos próprios Estados Unidos.
9. Dois editoriais recentes sobre o tema:
Enfoque sul-americano (1) - Estados Unidos: eleições presidenciais, América Latina e Cuba
O exemplo mais desastroso da aposta obamista em prol dos pseudo “moderados” foi o apoio de Obama ao então presidente Lula, do Brasil, a quem chegou a elogiar como um modelo de aliado confiável.
Enfoque sul-americano (2) - Eleições presidenciais: América Latina dentro dos Estados Unidos
Embora a maioria dos votantes hispanos se interesse mais por problemas econômicos e de imigração, uma minoria ativa considera relevante o tema da política externa norte-americana com relação à América Latina, e continua pensando que a política de Obama para esta região foi um desastre para a causa da liberdade.
Escrito por CubDest
25 Outubro 2012
Tradução: Graça Salgueiro
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