O prosseguimento do capítulo sobre corrupção ativa na Ação Penal 470, no julgamento do mensalão, somente será retomado amanhã, devido às eleições municipais. Ainda votarão neste capítulo os ministros Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto.
Toffoli: ” Ser ou não ser…”
Dos quatro ministros do Supremo Tribunal Federal que já votaram nesse capítulo, Rosa Weber e Luiz Fux seguiram o voto do relator na última quinta-feira, condenando oito réus por compra de apoio político da base aliada ao governo entre 2003 e 2004, e a sessão foi suspensa logo em seguida, ainda sem formação de maioria em relação aos réus desta etapa. Ficaram três votos contra um (do ministro revisor Lewandowski). Portanto, faltam três votos (em seis) para condenar esses réus.
Pela tendência já demonstrada, a condenação é certa, e a grande expectativa fica por conta do voto do ministro Dias Toffoli, amigo pessoal do ex-presidente Lula e dos três principais réus – José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino.
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INDEPENDÊNCIA???
Até a semana passada, esperava-se que Dias Toffoli seguisse sempre os votos do revisor Ricardo Lewandowski, que vem atuando como uma espécie de advogado de defesa dos réus, fazendo um esforço tremendo para desmontar a acusação apresentada pelo relator Joaquim Barbosa.
Mas na segunda-feira passada Dias Toffoli surpreendeu os analistas, ao votar favoravelmente à tese de que houve realmente compra de apoio parlamentar pelo esquema do PT, ajudando a sepultar a tese da defesa, que alegava se tratar apenas de distribuição de recursos de Caixa 2.
Com essa posição independente, Toffoli pareceu ter se livrado da influência de Lula e do revisor Lewandowski, mas a confirmação desse novo posicionamento somente ocorrerá amanhã. Toffoli é muito jovem, tem apenas 44 anos, pode ficar mais 26 anos no Supremo, montando uma biografia digna e se aposentar com honras, de cabeça erguida, ao contrário de Lewandowski, um magistrado que não faz jus à toga.
Vamos aguardar para ver se o mais jovem dos ministros dará mesmo seu grito de independência, nesse julgamento verdadeiramente histórico.
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