Base aliada bobeia, e a Oposição aprova convite para ouvir Rubens Vieira, um dos “Irmãos Metralha” do esquema Porto Seguro
Rubens Vieira, a bola da vez
Simultaneamente, numa manobra bem executada pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a Oposição conseguiu quebrar o bloqueio do governo e aprovou na Comissão de Infraestrutura do Senado um convite para Rubens Vieira, diretor afastado da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), prestar depoimento na sobre Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.
Como se sabe, Rubens Vieira é um dos “Irmãos Metralha” do esquema criminoso. Ao lado do irmão Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), ele está indiciado por envolvimento no esquema de corrupção por ter pedido a empresários “favores” sugeridos por Rosemary Novoa Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo.
Ela teria exigido vantagens financeiras em troca de ajudar o esquema dentro do governo.
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MANOBRA TUCANA
Reportagem de Gabriela Guerreiro, da Folha, mostra que senadores governistas haviam fechado acordo com parte da oposição para não chamar servidores do governo a depor sobre o esquema de corrupção, mas o PSDB alegou não ter endossado o acordo, que foi firmado apenas com parlamentares da ala “independente” da Casa.
Como o PSDB preside a Comissão de Infraestrutura, o senador tucano Álvaro Dias aproveitou o início da reunião para aprovar o requerimento. Estavam presentes apenas Álvaro Dias, a presidente da comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), e o senador Wilder Morais (DEM-GO).
A Comissão também aprovou convite para o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, falar aos senadores. O convite ao servidor já havia sido aprovado ontem pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle do Senado, por isso as duas comissões devem realizar reunião conjunta para ouvi-lo também na semana que vem.
Detalhe importante: o regimento do Senado não permite a convocação de servidores do segundo e terceiro escalões do governo. Por isso, a oposição apresentou apenas convite a Rubens Vieira. Ele pode até se recusar a depor ou não dizer nada, mas o fato político já está criado.
29 de novembro de 2012
Carlos Newton
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