No
PT e nas hostes governamentais ligadas diretamente a Lula, o clima é de tensão
e medo. As perigosas ligações entre o ex-presidente e Rose eram por demais
conhecidas, mas não se esperava que extrapolassem o âmbito afetivo e se
transformassem em mais um escândalo de corrupção.
A
primeira providência da cúpula do Instituto Lula (leia-se: Paulo Okamoto, Clara
Ant e Luiz Dulci) foi tirar Rose de circulação, sumir com ela, que é
considerada explosiva e ninguém sabe como procederá daqui pela frente, quando
perceber o tamanho da encrenca em que se meteu, deixando a família ao relento,
pois, ao mesmo tempo, todos perderam os empregos públicos – ela, a filha, o
atual marido e o ex-marido. Quem os sustentará? – eis o dilema do PT, que terá
de dar rápida e eficaz solução a isso.
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THOMAZ BASTOS
Outra
preocupação é a parte jurídica da questão, e mais uma vez o ex-ministro Márcio
Thomaz Bastos foi escalado para conduzir o caso.
Oficialmente, quem defende a
assessora de Lula é o advogado Luiz José Bueno de Aguiar, que assinou a nota
divulgada à imprensa, em que Rose diz que todas as 24 viagens que fez ao
exterior foram por solicitação do cerimonial da Presidência “em decorrência de
meu cargo e função e, para isso, fiz curso no Itamaraty, não havendo, portanto,
nada de irregular ou estranho neste fato”.
Os
telefonemas entre ela e Lula jamais serão divulgados, por óbvio, com a Polícia
Federal se concentrando apenas no exame dos e-mails do computador da ex-chefe
do Gabinete da Presidência em São Paulo. Aliás, é a primeira vez que isso
acontece, com a Polícia Federal deixando de lado a investigação de ligações
telefônicas em caso de corrupção, um fato verdadeiramente inexplicável, não é
mesmo?
Se
a cúpula do Instituto Lula está em pânico, mas o mesmo não ocorre no Planalto,
onde o clima é até mesmo de alívio. Com esse escândalo de âmbito sexual e
administrativo, a presidente Dilma Rousseff e seus assessores consideram
sepultada a possibilidade de uma candidatura de Lula em 2014.
Assim, diante
dessa equação simples, já estão contando com mais quatro anos no poder, em
função da fraqueza dos adversários. E não deixam de ter razão.
03 de dezembro de 2012Carlos Newton
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