Renda de 8,4 mi de brasileiros caiu em 10 anos, aponta IBGE. Na parcela dos 10% mais pobres, o valor do rendimento médio real mensal saiu de R$ 134 para R$ 101, uma perda de 24,6%
Embora haja uma tendência em curso de desconcentração da renda no País, em 2010, os 10% dos brasileiros com menor rendimento receberam menos do que em 2000, segundo dados do Censo Demográfico, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os 84 milhões de pessoas com algum rendimento, os 8,4 milhões que receberam menor rendimento mensal diminuíram sua participação na massa de rendimentos do País, de 1,1% em 2000 para 0,8% em 2010.
O valor do rendimento médio real mensal saiu de R$ 134 para R$ 101, uma perda de 24,6%. Segundo o IBGE, não houve como identificar na pesquisa a causa do fenômeno. "São rendimentos muito baixos, e a gente não sabe quem são os que recebem esses rendimentos", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Por outro lado, diminuiu também a fatia de renda concentrada nas mãos dos 10% que receberam mais, de 51,3% em 2000 para 48,8% em 2010. Mas o valor do rendimento médio real mensal nessa faixa de renda subiu no período, de R$ R$ 6.433 para R$ 6.541, um aumento de 1,7%.
Entre os rendimentos obtidos apenas do trabalho, os 10% dos ocupados melhor remunerados diminuíram sua participação na renda, enquanto os 10% pior remunerados aumentaram. "Houve redução na concentração de renda", apontou Vandeli Guerra, técnica do IBGE.
Desigualdade
No entanto, os dados do Censo mostram que a concentração de renda no País permanece enorme. Em 2010, os 10% trabalhadores melhor remunerados ficaram com 45,3% de todos os rendimentos, enquanto os 10% ocupados com menor renda responderam por uma fatia de apenas 1,3% dos rendimentos do País. Em 2000, os 10% que recebiam mais detinham 50,5% da renda, enquanto os 10% que recebiam menos totalizavam juntos apenas 1,0% da renda.
O Distrito Federal liderou o ranking de concentração de renda em 2010. O Índice de Gini da distribuição de rendimento mensal da região foi de 0,634, resultado ainda maior do que o registrado em 2000, quando era de 0,630, um aumento de 0,6%. O indicador é usado para medir o nível de desigualdade. Quanto mais próximo de 0, menor é a desigualdade. Quanto mais próximo de 1, maior é a concentração de renda.
O Censo mostrou ainda que houve aumento na concentração de renda de Roraima (de 0,569 em 2000 para 0,579 em 2010, alta de 1,8%) e Amazonas (de 0,592 para 0,598, aumento de 1%) no período. Nas demais unidades da federação, houve redução na desigualdade de renda.
Na média nacional, o Índice de Gini diminuiu de 0,611 para 0,575, um recuo de 5,9%, graças a resultados como o de Santa Catarina, Estado com menor concentração de renda no País, que reduziu o nível de desigualdade de 0,568 em 2000 para 0,497 em 2010, uma queda de 12,5%.
19 de dezembro de 2012
Entre os 84 milhões de pessoas com algum rendimento, os 8,4 milhões que receberam menor rendimento mensal diminuíram sua participação na massa de rendimentos do País, de 1,1% em 2000 para 0,8% em 2010.
O valor do rendimento médio real mensal saiu de R$ 134 para R$ 101, uma perda de 24,6%. Segundo o IBGE, não houve como identificar na pesquisa a causa do fenômeno. "São rendimentos muito baixos, e a gente não sabe quem são os que recebem esses rendimentos", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Por outro lado, diminuiu também a fatia de renda concentrada nas mãos dos 10% que receberam mais, de 51,3% em 2000 para 48,8% em 2010. Mas o valor do rendimento médio real mensal nessa faixa de renda subiu no período, de R$ R$ 6.433 para R$ 6.541, um aumento de 1,7%.
Entre os rendimentos obtidos apenas do trabalho, os 10% dos ocupados melhor remunerados diminuíram sua participação na renda, enquanto os 10% pior remunerados aumentaram. "Houve redução na concentração de renda", apontou Vandeli Guerra, técnica do IBGE.
Desigualdade
No entanto, os dados do Censo mostram que a concentração de renda no País permanece enorme. Em 2010, os 10% trabalhadores melhor remunerados ficaram com 45,3% de todos os rendimentos, enquanto os 10% ocupados com menor renda responderam por uma fatia de apenas 1,3% dos rendimentos do País. Em 2000, os 10% que recebiam mais detinham 50,5% da renda, enquanto os 10% que recebiam menos totalizavam juntos apenas 1,0% da renda.
O Distrito Federal liderou o ranking de concentração de renda em 2010. O Índice de Gini da distribuição de rendimento mensal da região foi de 0,634, resultado ainda maior do que o registrado em 2000, quando era de 0,630, um aumento de 0,6%. O indicador é usado para medir o nível de desigualdade. Quanto mais próximo de 0, menor é a desigualdade. Quanto mais próximo de 1, maior é a concentração de renda.
O Censo mostrou ainda que houve aumento na concentração de renda de Roraima (de 0,569 em 2000 para 0,579 em 2010, alta de 1,8%) e Amazonas (de 0,592 para 0,598, aumento de 1%) no período. Nas demais unidades da federação, houve redução na desigualdade de renda.
Na média nacional, o Índice de Gini diminuiu de 0,611 para 0,575, um recuo de 5,9%, graças a resultados como o de Santa Catarina, Estado com menor concentração de renda no País, que reduziu o nível de desigualdade de 0,568 em 2000 para 0,497 em 2010, uma queda de 12,5%.
19 de dezembro de 2012
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