Abomino stalinistas. Mas quando leio algum artigo de Oscar Niemeyer, às vezes me pergunto se o abomino ou admiro. Explico.
Enquanto velhos bolches como Roberto Freire e Tarso Genro preferem esquecer seus passados vergonhosos, Niemeyer não tem pudor algum.
Continua ostentando orgulhosamente seu obscurantismo. É o que chamo de coragem intelectual.
Na Folha de São Paulo de hoje, o medíocre arquiteto comunista – responsável em boa parte por este monstrengo urbano que se chama Brasília – faz uma defesa entusiástica do narcotráfico e do terror. Define as Farc como “um grupo de revolucionários que, instalados no território da Colômbia, vem-se opondo há décadas ao governo reacionário ainda existente naquele país”.
Os próprios militantes das Farc admitem seu envolvimento com o tráfico de drogas e o velho bolche insiste em ignorar este envolvimento. O grupo terrorista mantém setecentos reféns em condições subhumanas, e o velho bolche ignora o fato.
Em sua defesa, Niemeyer cita outra múmia da mesma estirpe, Eric Hobsbawm, que ainda goza de grande prestígio no mundo acadêmico brasileiro. “O combate ao terrorismo, ao longo dos últimos anos, por parte das autoridades colombianas, tem superado, em muito, a violência política desses guerrilheiros”, escreve o bolche britânico.
Manifesta pelo menos mais lucidez que o arquiteto: situa as Farc como terrorismo. E se acha que o combate ao terrorismo pelas autoridades colombianas supera a violência política desses “guerrilheiros”, está admitindo que o Estado colombiano está sendo eficaz na luta contra o terror.
Para justificar seu obscurantismo, Niemeyer mente descaradamente: “sem possuir a força para eliminar o movimento político já instalado no país, o governo reacionário de Bogotá passou a acusar a direção das Farc de ser conivente com o narcotráfico em crescente expansão na Colômbia”. Não é que as Farc sejam coniventes com narcotráfico, nem Bogotá fez tal acusação. As Farc são o narcotráfico.
Só Niemeyer, centenário e já caduco, não vê.
06 de dezembro de 2012
janer cristaldo
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