O vice presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, telefonou no início da noite desta quarta-feira, 9, para a presidente Dilma Rousseff para informar que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) do país considerou legal o adiamento da posse do presidente venezuelano Hugo Chávez, que se encontra internado em Cuba, em tratamento contra um câncer, e que, mesmo não havendo posse, o novo mandato se inicia hoje.
O telefonema foi uma forma velada de o governo venezuelano, atualmente liderado pelo próprio vice-presidente Nicolás Maduro, pedir apoio ao Brasil à manobra executada pelos chavistas para garantir a continuidade da administração Chavez. Como a decisão da Corte foi que o atual governo pode continuar comandando o país após o dia 10, por até seis meses, ou seja, que o próprio Nicolás Maduro, permanecerá à frente da administração da Venezuela, ao telefonar para Dilma e comunicar a decisão judicial, o venezuelano entende que o governo brasileiro endossa a "saída jurídica" encontrada. Mas, os detalhes como este, de quem fica no comando do país a partir da quinta-feira ou no que foi baseada a decisão, não foram tratados abertamente no telefonema.
O entendimento de autoridades brasileiras, no entanto, é de que Maduro fique mesmo à frente do comando da Venezuela e que poderia ficar por 180 dias, conforme já havia sinalizado o assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia, em entrevista, na terça-feira.
O próprio Marco Aurélio Garcia acompanhou o telefonema de Maduro para Dilma, pouco depois das 19 horas, no Palácio da Alvorada, e que teria sido muito rápido. Marco Aurélio foi o emissário de Dilma a Cuba, na virada do ano, para saber do real estado de saúde de Chavez.
Na conversa, Dilma perguntou a Maduro sobre o presidente venezuelano, e ouviu que o quadro dele é "estável". Dilma agradeceu a "cortesia" de Maduro em lhe informar sobre a decisão do tribunal e pediu ao vice venezuelano, que transmitisse votos de melhoras para Chavez e sua família.
(…)
10 de janeiro de 2013
Tânia Monteiro, Estadão
in Reinaldo Azevedo
Nenhum comentário:
Postar um comentário