"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"THE ECONOMIST" : DILMA DESPERTOU PARA A PRIVATIZAÇÃO

 
Reportagem diz que o governo brasileiro atrasou plano das novas concessões, especialmente dos aeroportos, por 'relutar' em aderir às privatizações

A presidente Dilma Rousseff
Revista lembra que muitos planos da infraestrutura não saem do papel e cita a Copa de 2014 (Ueslei Marcelino/Reuters)
A revista britânica The Economist destaca em reportagem na edição que chega nesta quinta-feira às bancas o fato de o Brasil ter "despertado para a necessidade urgente de melhorar a infraestrutura do País", em especial nos transportes. A reportagem diz que o governo de Dilma Rousseff era "relutante" em aderir às privatizações e que isso teria atrasado o plano das novas concessões, especialmente dos aeroportos.

"O governo do Brasil despertou para a necessidade urgente de melhorar a infraestrutura do País. Ele está leiloando concessões de rodovias, estradas e aeroportos. No mês passado, acrescentou portos à lista e prometeu gastar R$ 54 bilhões para expandir, dragar e melhorar os portos ao longo dos próximos cinco anos", afirma a reportagem.

A decisão de repassar projetos à iniciativa privada, no entanto, não foi fácil. A revista britânica diz que o governo de Dilma Rousseff tinha "relutância" em privatizar alguns setores da economia. Para a Economist, o atual governo brasileiro foi "tardiamente convertido" às privatizações.

"Depois de vender 51% das ações em três aeroportos em fevereiro do ano passado, o governo ficou temeroso e passou o restante do ano sondando operadores estrangeiros para verificar se algum consideraria entrar em uma licitação para investimento minoritário. Somente depois de perceber que não teria compradores, o governo decidiu continuar a vender o controle acionário", relata o texto.

A revista cita que o plano de melhoria da infraestrutura também entra no esforço federal para tentar ajudar a impulsionar o crescimento "anêmico" do Brasil. O texto lembra que até mesmo a agricultura, que tem apresentado desempenho positivo recente, sofre com a situação da infraestrutura. "Os altos custos do transporte das exportações dos agricultores corroem os lucros do campo."

A revista lembra, porém, que "muitos planos da infraestrutura brasileira não conseguem sair do papel" e cita as propostas para a Copa do Mundo de 2014 como exemplo. Dos 102 projetos apresentados em 2010 para o mundial de futebol, quase um quinto - ou 19 obras - sequer começaram.

10 de janeiro de 2013
Veja Online
(com Estadão Conteúdo)

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