Ninguém se surpreenda se Alexandre
tomar um Tombini da presidência do Banco Central do Brasil. A Presidenta Dilma
Rousseff não suporta mais que as falas dele, reservadas ou públicas, demonstrem
falta de unidade do governo na gestão da política econômica – principalmente na
área monetária. Tombini já dá a entender que apenas ocupa o cargo, mas quem
realmente dirige o BC do B é a vontade de Dilma.
Sempre deixando claro que quem manda na
economia é ela própria, Dilma só não troca Tombini por dois motivos. Sabe que o
mercado vai entrar em ebulição imediatamente, sempre que se toma alguma decisão
governamental considerada brusca. Além disso, ainda não tem um nome de sua
inteira confiança para o BC do B. Mas Dilma espera encontrá-lo depressa, junto
com outra peça que possa trocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está
“prestigiado” (como na velha e irônica gíria usada no futebol para revelar que
um técnico está prestes a perder o emprego).
De imediato, o principal ponto de
discordância é a relação Real-Dólar. O governo brasileiro promove uma política
de câmbio flutuante para inglês ver. A flutuação é igualzinha a de um barco em
que o capitão é obrigado, toda hora, a torrar muita grana para jogar a âncora
que segura o negócio sempre prestes a afundar. O governo e o BC do B
artificializam a economia, apelando aos dólares das reservas internacionais para
manter o Real nos irreais R$ 2. Até quando vai conseguir operar tal milagre, só
os deuses monetaristas sabem...
Alimentando a boataria
Mantega está realmente
prestigiadíssimo...
Tanto que, semana passada, o
porta-voz presidencial Thomas Traumann foi obrigado a sair em defesa do
ministro, negando a saída dele:
“O ministro da Fazenda é Guido
Mantega. Boatos são boatos”
Guido só sai
agora se a relação Dilma-Lula desandar de vez...
Problema
errado
Será que Guido Mantega realmente
acha que enfrenta não um problemaço econômico – mas sim um problema de
Comunicação?
Talvez nem só isso justifique a a
inédita terceirização do setor de comunicação do Ministério da
Fazenda.
Mantega contratou a a empresa
mineira Partnersnet Comunicação Empresarial e escalou o jornalista Guilherme
Barros para a árdua missão de chefiar a assessoria do
"prestigiado".
Será que, além de
querer melhorar sua desgastada imagem, Mantega leva mesmo fé no factóide de que
será indicado como o “poste” de Lula para concorrer ao governo do Estado de São
Paulo em 2014?
Merreca?
Em geral, um assessor especial de
ministro recebe o DAS-5: R$ 8.988,00 brutos.
Além desse valor, considerado uma
merreca pelo mercado de comunicação, o novo assessor deve receber um salário
melhor, por fora, pago pela Partnersnet.
E os demais companheiros que atuam
na assessoria do ministério permanecem no emprego e continuam recebendo seus
DAS.
Me
engana que eu não gosto...
A Folha de S.Paulo só pode estar de
sacanagem intelectual com seus leitores, com a manchete de hoje:
“Bento 16 não vai interferir em
sucessão, diz Vaticano”.
Acreditar nessa
hipótese fantasiosa é o mesmo que pensar que a Dilma não interfere hoje nas
decisões da política econômica.
Bento 16, com
certeza, já planejou sua saída em 28 de fevereiro, deixando tudo armado para que
os cardeais se reúnam em conclave para eleger um papa que pense como ele, mas
tenha uma figura mais jovial, adequaqda a defender o conservadorismo na
pós-modernidade...
Já pensou?
Vida
que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
Jorge
Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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