"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

COMO DILMA QUER, MAS NÃO PODE, TROCAR TOMBINI E MANTEGA, O GOVERNO INVESTIRÁ NO DÓLAR PERTO DE R$ 2 E OUTRAS NOTAS PERTINENTES

 

Ninguém se surpreenda se Alexandre tomar um Tombini da presidência do Banco Central do Brasil. A Presidenta Dilma Rousseff não suporta mais que as falas dele, reservadas ou públicas, demonstrem falta de unidade do governo na gestão da política econômica – principalmente na área monetária. Tombini já dá a entender que apenas ocupa o cargo, mas quem realmente dirige o BC do B é a vontade de Dilma.
Sempre deixando claro que quem manda na economia é ela própria, Dilma só não troca Tombini por dois motivos. Sabe que o mercado vai entrar em ebulição imediatamente, sempre que se toma alguma decisão governamental considerada brusca. Além disso, ainda não tem um nome de sua inteira confiança para o BC do B. Mas Dilma espera encontrá-lo depressa, junto com outra peça que possa trocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está “prestigiado” (como na velha e irônica gíria usada no futebol para revelar que um técnico está prestes a perder o emprego).
 
De imediato, o principal ponto de discordância é a relação Real-Dólar. O governo brasileiro promove uma política de câmbio flutuante para inglês ver. A flutuação é igualzinha a de um barco em que o capitão é obrigado, toda hora, a torrar muita grana para jogar a âncora que segura o negócio sempre prestes a afundar. O governo e o BC do B artificializam a economia, apelando aos dólares das reservas internacionais para manter o Real nos irreais R$ 2. Até quando vai conseguir operar tal milagre, só os deuses monetaristas sabem...
Alimentando a boataria
 
Mantega está realmente prestigiadíssimo...
Tanto que, semana passada, o porta-voz presidencial Thomas Traumann foi obrigado a sair em defesa do ministro, negando a saída dele:
O ministro da Fazenda é Guido Mantega. Boatos são boatos
Guido só sai agora se a relação Dilma-Lula desandar de vez...
 
Problema errado
Será que Guido Mantega realmente acha que enfrenta não um problemaço econômico – mas sim um problema de Comunicação?
 
Talvez nem só isso justifique a a inédita terceirização do setor de comunicação do Ministério da Fazenda.
 
Mantega contratou a a empresa mineira Partnersnet Comunicação Empresarial e escalou o jornalista Guilherme Barros para a árdua missão de chefiar a assessoria do "prestigiado".
Será que, além de querer melhorar sua desgastada imagem, Mantega leva mesmo fé no factóide de que será indicado como o “poste” de Lula para concorrer ao governo do Estado de São Paulo em 2014?
Merreca?
Em geral, um assessor especial de ministro recebe o DAS-5: R$ 8.988,00 brutos.
 
Além desse valor, considerado uma merreca pelo mercado de comunicação, o novo assessor deve receber um salário melhor, por fora, pago pela Partnersnet.
E os demais companheiros que atuam na assessoria do ministério permanecem no emprego e continuam recebendo seus DAS.
Me engana que eu não gosto...
A Folha de S.Paulo só pode estar de sacanagem intelectual com seus leitores, com a manchete de hoje:
 
“Bento 16 não vai interferir em sucessão, diz Vaticano”.
 
Acreditar nessa hipótese fantasiosa é o mesmo que pensar que a Dilma não interfere hoje nas decisões da política econômica.
Bento 16, com certeza, já planejou sua saída em 28 de fevereiro, deixando tudo armado para que os cardeais se reúnam em conclave para eleger um papa que pense como ele, mas tenha uma figura mais jovial, adequaqda a defender o conservadorismo na pós-modernidade...
Já pensou?

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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