O "BILHETE PREMIADO" DO CACHACEIRO PARLAPATÃO OU A
"Pré-sal patrimônio da União, riqueza do povo e futuro do Brasil".
Fernand Braudel,
célebre historiador, residiu no Brasil de 1935 a 1937, dando aulas na
Universidade de São Paulo (USP). Ele desenvolveu a intuição daquilo que seria
chamado Terceiro Mundo.
O instituto que
recebeu o seu nome, em recentes estudos divulgados, adverte sobre os desafios do
pré-sal. Conforme alerta a entidade, a exploração das riquezas da nova fronteira
petrolífera brasileira pode atrasar muito, pelo menos de cinco a dez
anos. Faltam, em consonância com as aludidas avaliações, mão de
obra especializada, disponibilidade financeira e, acima de tudo, o pré-sal sofre
a influência da visão estatizante do governo, que obstácula as demais
iniciativas do setor de infraestrutura, entre elas as ferrovias, energia
elétrica, produção de etanol, rodovias e aeroportos.
Para os estudiosos, o desafio de obter petróleo em águas profundas do mar é abissal. Há, inclusive, assertivas de que nenhuma nação produtora do petróleo conseguiu, até agora, triplicar a sua extração do óleo de 2 milhões de barris diários para 6 milhões, em tão curto espaço de tempo e em profundidades marítimas tão grandes, de 7 mil metros ou mais, bem como a 300km da costa.
Outros afirmam que não é inexequível, não obstante o parlamento nacional preocupar-se, até agora, mais com o resultado financeiro e a distribuição da receita (royalties) da extração do petróleo.
Não se tem notícia da existência de estudos acurados e imparciais dos obstáculos, que exigirão um esforço hercúleo de superação. Ademais, a nossa principal estatal será compelida à operação de 30% de todos os campos já identificados do pré-sal.
Daí, a observação do Instituto Fernand Braudel:
"Nenhuma petroleira no mundo, por mais ágil e competente que fosse, teria condições de operar tudo sozinha". É muita coisa para uma empresa só, acentua Leonardo Maugeri, pesquisador de Harvard. Para ele, a Petrobras não pode fazer tudo sozinha e num curto prazo.
A indústria nacional de equipamentos pouco tem participado do fornecimento sofisticado dos equipamentos básicos do pré-sal, como sondas, estaleiros e navios.
Para os estudiosos, o desafio de obter petróleo em águas profundas do mar é abissal. Há, inclusive, assertivas de que nenhuma nação produtora do petróleo conseguiu, até agora, triplicar a sua extração do óleo de 2 milhões de barris diários para 6 milhões, em tão curto espaço de tempo e em profundidades marítimas tão grandes, de 7 mil metros ou mais, bem como a 300km da costa.
Outros afirmam que não é inexequível, não obstante o parlamento nacional preocupar-se, até agora, mais com o resultado financeiro e a distribuição da receita (royalties) da extração do petróleo.
Não se tem notícia da existência de estudos acurados e imparciais dos obstáculos, que exigirão um esforço hercúleo de superação. Ademais, a nossa principal estatal será compelida à operação de 30% de todos os campos já identificados do pré-sal.
Daí, a observação do Instituto Fernand Braudel:
"Nenhuma petroleira no mundo, por mais ágil e competente que fosse, teria condições de operar tudo sozinha". É muita coisa para uma empresa só, acentua Leonardo Maugeri, pesquisador de Harvard. Para ele, a Petrobras não pode fazer tudo sozinha e num curto prazo.
A indústria nacional de equipamentos pouco tem participado do fornecimento sofisticado dos equipamentos básicos do pré-sal, como sondas, estaleiros e navios.
Outra avaliação
pressupõe que o pré-sal tão só estará em plena produção nos anos de 2025-2030,
diante da superficialidade do tratamento que vem recebendo, e sem um plano
completo e consequente para alcançar as decantadas metas.
A Petrobras corre contra o tempo, a fim de multiplicar por 10 (dos atuais 200 mil barris/diários) a produção da área do pré-sal até 2020.
Diante dessa realidade, as importações do petróleo crescem exponencialmente e levam a balança comercial brasileira a registrar, no início de 2013, o maior deficit dos últimos 15 anos.
Outras acentuadas importações estão sucedendo nos derivados do petróleo, devido à crescente demanda interna. As nossas refinarias já não conseguem abastecer o mercado e a Petrobras traz do exterior tais combustíveis com preços internacionais, colocando-os internamente a valores administrados pelo governo. Dessa forma, ademais, inviabiliza o maior uso do etanol, energético limpo e renovável, fabricado com tecnologia e equipamentos brasileiros, gerando milhares de empregos no campo e nas indústrias.
Consoante as estimativas, em 2017, o volume da gasolina trazido do exterior praticamente dobrará em relação a 2012, chegando a 7 bilhões de litros. Deixamos, dessa forma, de ser autossuficientes, como era proclamado desde 2006. Há quatro anos, foram suspensos os leilões dos novos campos do petróleo e, sem as licitações, a produção não avançará. Inquestionavelmente, a nova riqueza do pré-sal reabre o velho debate sobre o papel apropriado do Estado no aproveitamento dos recursos energéticos brasileiros.
Políticos influentes continuam propondo a concessão do monopólio pleno da região do pré-sal à Petrobras. Certas áreas promissoras seriam totalmente vedadas aos capitais de fora.
Em 2009, foi intensamente veiculado o slogan governamental:
"Pré-sal patrimônio da União, riqueza do povo e futuro do Brasil".
LUIZ GONZAGA BERTELLI Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), conselheiro e diretor da Fiesp-Ciesp
O pré-sal poderá demorar
A Petrobras corre contra o tempo, a fim de multiplicar por 10 (dos atuais 200 mil barris/diários) a produção da área do pré-sal até 2020.
Diante dessa realidade, as importações do petróleo crescem exponencialmente e levam a balança comercial brasileira a registrar, no início de 2013, o maior deficit dos últimos 15 anos.
Outras acentuadas importações estão sucedendo nos derivados do petróleo, devido à crescente demanda interna. As nossas refinarias já não conseguem abastecer o mercado e a Petrobras traz do exterior tais combustíveis com preços internacionais, colocando-os internamente a valores administrados pelo governo. Dessa forma, ademais, inviabiliza o maior uso do etanol, energético limpo e renovável, fabricado com tecnologia e equipamentos brasileiros, gerando milhares de empregos no campo e nas indústrias.
Consoante as estimativas, em 2017, o volume da gasolina trazido do exterior praticamente dobrará em relação a 2012, chegando a 7 bilhões de litros. Deixamos, dessa forma, de ser autossuficientes, como era proclamado desde 2006. Há quatro anos, foram suspensos os leilões dos novos campos do petróleo e, sem as licitações, a produção não avançará. Inquestionavelmente, a nova riqueza do pré-sal reabre o velho debate sobre o papel apropriado do Estado no aproveitamento dos recursos energéticos brasileiros.
Políticos influentes continuam propondo a concessão do monopólio pleno da região do pré-sal à Petrobras. Certas áreas promissoras seriam totalmente vedadas aos capitais de fora.
Em 2009, foi intensamente veiculado o slogan governamental:
"Pré-sal patrimônio da União, riqueza do povo e futuro do Brasil".
LUIZ GONZAGA BERTELLI Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), conselheiro e diretor da Fiesp-Ciesp
O pré-sal poderá demorar
06 de fevereiro de 2013
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