João Albeto Souza desdenha das denúncias contra o senador alagoano
BRASÍLIA - Em sessão esvaziada, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) foi eleito nesta quarta-feira presidente do Conselho de Ética do Senado. Aliado de José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), é a quarta vez que o parlamentar irá ocupar o cargo. O senador Jayme Campos (DEM-MT) foi eleito vice-presidente do Conselho, na primeira reunião do conselho este ano.
Desde que assumiu a presidência do Senado, no início de fevereiro, Renan Calheiros articulou operação para arquivar eventuais processos contra ele no Conselho de Ética da Casa, diante do risco de o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar denúncia da Procuradoria Geral da República e abrir inquérito para investigar se o senador usou notas fiscais frias para justificar seu patrimônio. Ele é acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Para a tarefa, Renan escolheu a dedo o presidente do órgão.
— Isso contra o Renan é requentado — disse João Alberto -, à época.
No dia da posse de Renan, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que o peemedebista só não poderia presidir o Senado se fosse condenado pelo STF e adiantou que, no Conselho de Ética, os processos contra Renan seriam arquivados:
— É um assunto vencido, mas se chegar no Conselho de Ética, arquivamos. Renan só não pode ser presidente do Senado se for condenado pelo Supremo. Ele não é nem investigado (ainda) pelo Supremo.
O senador Pedro Taques (PDT-MT), que fez oposição a Renan na eleição para a presidência do Senado, avalia a oportunidade de entrar com uma representação contra o senador no Conselho de Ética.
— Será um início de mandato turbulento na presidência do Senado. Não se espera uma mar de tranquilidade daqui para frente. Já ouvi aqui que vão entrar com representação no Conselho de Ética contra o novo presidente — disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
04 de abril de 2013
Júnia Gama, O Globo
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