"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 5 de abril de 2013

MUJICA SOBRE CRISTINA KIRCHNER: "ESTA VELHA É PIOR DO QUE O CAOLHO!"

 

Presidente uruguaio esclareceu seus comentários, mas disse que não vai pedir desculpas
Microfone aberto deixa escapar comparação do presidente do Uruguai sobre líder argentina com o falecido marido



MONTEVIDÉU - Um microfone aberto deixou o presidente do Uruguai, José Mujica, em maus lençóis.

- Esta velha é pior do que o caolho - disse Mujica sobre Cristina Kirchner, durante uma entrevista coletiva na cidade de Sarandi Grande, em Florida.

Mujica não se deu conta de que a entrevista estava sendo transmitida ao vivo. Minutos depois, a comparação de Cristina com seu falecido marido, Néstor Kirchner, que era estrábico, já estava nas redes sociais. Após o alvoroço em torno da frase, o presidente esclareceu seus comentários, mas evitou reconhecer as frases polêmica e disse que não vai pedir desculpas.



- Eu não vou dar importância e nem correr o mundo explicando nada. Que inventem as besteiras que quiserem - afirmou.

No fim da tarde, o chanceler argentino Héctor Timerman entregou uma nota de protesto ao embaixador uruguaio na Argentina, Guillermo Pomi.

“É inaceitável que comentários deplorativos que ofendem a memória de uma pessoa falecida, que não pode responder nem se defender, tenham sido realizados por alguém que o Dr. Kirchner considerava seu amigo”, diz o texto, que afirmava que a presidente não se manifestaria sobre o tema.

O presidente conversava com o intendente de Florida, Carlos Enciso, sobre as relações com os governos de Argentina e Brasil. No diálogo, Mujica observava que para conseguir algo com a Argentina, antes se devia conversar com o Brasil.

“O presidente não se deu conta de que os microfones estavam abertos e a frase foi escutada na transmissão ao vivo feita via web pela página da Presidência da República”, explicou o jornal “El Observador”.

Mujica continuou sua explicação com as relações com os vários países e terminou com a frase:
- Essa velha é pior do que o torto - referindo-se a Cristina e ao falecido ex-presidente Néstor Kirchner.

Ao longo do dia foram se conhecendo mais fragmentos de suas observações sobre a presidente argentina. Mujica disse que Cristina era “teimosa”, e que seu marido e antecessor “era mais político”.
Depois, Mujica fez comentários sobre a relação de Cristina com o Papa Francisco.

- A um Papa argentino, de 77 anos, vai explicar o que é um mapa? O que é um mate? - disse o presidente uruguaio de acordo com o Canal 10, de Montevidéu.

Saia justa não é novidade

A saia justa com os argentinos não foi a primeira protagonizada por Mujica. Durante a campanha eleitoral de 2009, o então candidato da esquerdista Frente Ampla assegurou que Néstor e Cristina Kirchner eram “gângsteres”, e os argentinos, “totalmente irracionais, histéricos, loucos e paranoicos”. Mujica deu sua opinião ao autor do livro “Pepe Colóquios” e, após sua publicação, defendeu-se dizendo que eram conversas privadas e o livro jamais deveria ter sido publicado.

O ex-presidente uruguaio Jorge Batlle (2000-2005) também provocou um incidente com os argentinos. Em entrevista à agência Bloomberg, assegurou que “os argentinos são todos um bando de ladrões”. Como Mujica, disse não saber que estava sendo gravado, e viajou para pedir desculpas pessoalmente ao ex-presidente Eduardo Duhalde.

Batlle se desculpou em público e em particular com o então presidente Eduardo Duhalde. No ano passado, explicou sua atitude:

- Por que fui pedir desculpas? Por uma razão muito simples. Eu não era um cidadão. Era o presidente da República. Os três milhões de uruguaios poderiam sofrer enormemente por um erro meu.

05 de abril de 2013
La Nacion
in noblat

Nenhum comentário:

Postar um comentário