Chocalho criado por Carlinhos Brown é produzido pela multinacional The Marketing Store
A jogada milionária de marketing do cantor e compositor Carlinhos Brown de criar um instrumento musical símbolo da Copa de 2014 corre o risco de se transformar em um enorme prejuízo para ele e para as empresas envolvidas.
Uma reunião realizada em Salvador para decidir o esquema de segurança para o clássico Bahia e Vitória, no próximo domingo, na Arena Fonte Nova, determinou que a caxirola não poderá ser usada pela torcida.
A Polícia Militar informou que a proibição se estenderá a todas as partidas disputadas na capital baiana.
A caxirola, que lembra o caxixi - espécie de chocalho feito de palha e sementes tocado junto com o berimbau -, está sendo fabricadas e distribuída sob responsabilidade da multinacional The Marketing Store e foram chanceladas pelo Ministério dos Esportes e pela Fifa como instrumento oficial das Copas das Confederações e do Mundo.
A produção é feita em plástico verde, feito a base de cana-de-açúcar, fabricado pela indústria petroquímica Braskem.
A proibição foi decidida em reunião no quartel da PM da qual participaram representantes da corporação, do Ministério Público, Poder Judiciário, órgãos da Prefeitura, representantes dos dois clubes, líderes das torcidas e da Federação Baiana de Futebol.
A proibição deve-se a uma polêmica em torno do uso do instrumento iniciada no Ba-Vi do dia 28 de abril, na Fonte Nova. Revoltada com o baixo desempenho do Bahia, que já perdia para o Vitória por 2 a 0 no primeiro tempo, os torcedores arremessaram centenas de caxirolas no gramado.
Os jogadores precisaram interromper a partida para retirar as caxirolas. Como punição o Bahia ficou sem a presença da torcida por dois jogos, além da aplicação de multa convertida em 500 quilos de alimentos não perecíveis doados a instituição de caridade.
O fato ganhou repercussão nacional. No dia do jogo, a empresa responsável pela confecção e comercialização do equipamento, a americana Marketing Store, distribuiu 50 mil caxirolas entre as torcidas das duas equipes. O objetivo era o de promover e testar o uso do instrumento no estádio.
10 de maio de 2013
Heliana Frazão, especial para o Estadão
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