"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 1 de maio de 2013

GOVERNO DILMA AUMENTOU GASTOS E CRESCIMENTO NÃO VEIO, DIZ FHC

Ex-presidente e ex-chefe de departamento do FMI fazem críticas a medidas anticíclicas
 O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem as políticas anticíclicas adotadas pelo governo.

"Por causa da crise tivemos políticas anticíclicas; passou a crise, mas a política anticíclica não. Pelo contrário, puseram mais o pé no acelerador do gasto, e o efeito sobre o crescimento não veio", disse o ex-presidente durante seminário na Fundação iFHC.

Recentemente, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ressaltou a função anticíclica da política fiscal, ao dizer ao jornal "Valor" que "o superavit primário será sempre uma variável da economia, e não mais da dívida pública em si".

A economia feita pelo governo federal para pagar os juros da dívida caiu 41% no primeiro trimestre.

"Quando economistas como Paul Krugman dizem gastem independentemente de qualquer coisa, porque nós precisamos reativar a economia', há um comichão, um impulso de fazer coisas; aqui no Brasil existe uma visão mais pobre dessse mesmo impulso", afirmou FHC.

O ex-presidente falou ao lado de Vito Tanzi, especialista em tributação que foi chefe do departamento de assuntos fiscais do FMI.

Tanzi apontou para o perigo das medidas anticíclicas.

"O governo é muito rápido para aumentar os gastos durante as crises, mas muito lento para cortar gastos nas épocas de boom."

Segundo ele, o aumento da dívida pública e do deficit, resultado dessas políticas anticíclicas, têm o efeito de inibir investimentos porque muitos empresários, diante da piora nas contas públicas, decidem esperar para investir.

"Por isso que às vezes grandes expansões de gastos do governo não produzem resultados no crescimento."

01 de maio de 2013
PATRÍCIA CAMPOS MELLO - FOLHA DE SÃO PAULO

Nenhum comentário:

Postar um comentário