"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 29 de julho de 2013

A QUEM INTERESSA QUE OS PROTESTOS NAS RUAS MERGULHEM NO PERIGOSO CAMINHO DA RADICALIZAÇÃO?



 
É surpreendente a evolução, digo, involução dos protestos de rua. No início, eram manifestações pacíficas que foram ganhando adeptos e mobilizando a opinião pública nacional.
Mas era um movimento formado por lideranças sem radicalismo e que tinham  objetivos bem definidos, a partir do Movimento pelo Passe Livre, que foi aglutinando outras reivindicações, todas procedentes, urgentes e pertinentes.
 
Mas aos poucos as manifestações foram sendo infiltradas por facções altamente radicais, com o Black Bloc e o Anonymous.  Ao mesmo tempo em que o Movimento pelo Passe Livre ia se retirando das ruas, essas correntes irresponsáveis e totalitárias foram assumindo a liderança dos protestos.
 
E assim foi sendo inteiramente desvirtuado o mais importante movimento popular de nossa História, que estava mudando as leis e conseguindo impor a ética e a dignidade às atividades dos políticos e administradores públicos.
 
ANONYMOUS E BLACK BLOC
 
Na sexta-feira, em São Paulo, os grupos Anonymous e Black Bloc convocaram um protesto no centro da cidade, para pedir a saída dos governadores do Rio, Sérgio Cabral, e de São Paulo, Geraldo Alckmin.
 
Havia apenas 300 pessoas, mas conseguiram interditar importantes avenidas de São Paulo, entre elas a Paulista, a 23 de Maio e a Brigadeiro Luis Antônio. Ao longo do trajeto entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Bela Vista, um grupo quebrou vidros de pelo menos oito agências bancárias, uma concessionária de veículos e pichou prédios, além de destruir guaritas da Polícia Militar.
 
Na Avenida 23 de Maio, manifestantes depredaram e tentaram incendiar a van de uma emissora de tevê. Policiais utilizaram bombas de efeito moral para tentar conter os atos de vandalismo. Eram apenas 300 pessoas, a manifestação até poderia ser considerada um fracasso, se não tivesse havido a radicalização e o quebra-quebra.

RADICALISMO
 
Traduzindo: não existem mais aqueles protestos pacíficos que tanto animaram a opinião pública. Infelizmente, entramos no perigoso caminho da radicalização, a partir de facções como o Black Boc e o Anonymous. O pior é que esses radicais já conseguiram contaminar muitos jovens que costumam comparecer às manifestações.
 
Se for feita uma pesquisa (quem se interessa?), será constatado que a maioria dos jovens hoje apoia a radicalização. Por incrível que pareça, eles acham que jogar coquetel molotov em policiais é apenas um ato defensivo, não veem nenhum inconveniente nisso. Pelo contrário, consideram os coquetéis molotov como uma resposta adequada à violência da PM.
 
É por isso que não existem filmagens dos lançamentos de coquetéis molotov nos policiais militares. Os cinegrafistas profissionais não conseguem, porque são impedidos de participar da manifestação propriamente dita, os veículos das emissoras de TV são virados e incendiados, como já ocorreu várias vezes. Os profissionais de TV só conseguem trabalhar se estiverem próximo da Polícia.
 
No meio da manifestação, só quem pode filmar (usando celulares) são os próprios manifestantes, mas eles jamais filmam quem estiver lançando coquetéis molotov, porque são solidários com essas atitudes radicais. Por isso, as únicas imagens de lançamento de coquetel molotov, até agora, foram feitas pela própria PM. Estranhamente, a PM filmou os agressores, mas não os prendeu. Mostrou imagens de coquetéis molotov, mas não disse com quem tinham sido apreendidas.
 
As perguntas que devem ser respondidas, sem teorias conspiratórias, são as seguintes: 1) A quem interessa essa radicalização? A quem interessa tirar todo o mérito do movimento popular que estava mudando o Brasil? 3) Quem está por trás desses grupos radicais? Por que a PM consegue filmar, mas não consegue prender?
É tudo muito estranho e questionável, e o único dado concreto é a própria radicalização.

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