"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 29 de julho de 2013

O PRAZER E DIVERSIDADE SEXUAL, AS PARAFILIAS E A NORMALIZAÇÃO SEXUAL





 
Parafilia é um padrão de comportamento sexual em que o prazer não se restringe a cópula mas a total possibilidade de manifestar o desejo e a quem se destina, ou seja, o tipo de parceiro que será alvo e ao mesmo tempo sustentará este desejo. Fetiches que concretizam o prazer que não são socialmente aceitos, mas fazem parte da vida das pessoas de um modo geral.
 
A maneira como cada um lida com isso, se a permissão ao prazer não ultrapassa o nocivo e destrutivo e este comportamento não se torna prejudicial ou doentio, a parafilia passa a ser considerada apenas uma variação deste prazer.
Para se tornar patológica essa preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva, isto é, a pessoa não se satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar a atividade sexual. Pode ser um comportamento perigoso, trazendo prejuízos para a saúde ou segurança das pessoas envolvidas.
 
Freud afirmou que a perversão é o negativo da neurose porque o perverso não reconhece o recalque, mecanismo de defesa comum à neurose, além de que a busca e a concretização do prazer é o objeto e alvo da perversão. A interdição, regras e o respeito aos limites e principalmente à lei são ignoradas na perversão. O sentimento de culpa serve como reparação das fantasias inconscientes vividas desde a infância.
 
Exemplo disso é o sentimento de posse que a criança possui em relação ao seu objeto de amor, a mãe, confrontando assim o pai, processo de construção da personalidade através do complexo de Édipo. A culpa se traduz pela necessidade de reparação, em que a criança dirigi seus esforços na tentativa de concertar tudo aquilo que foi destruído ou atacado por seus próprios impulsos.
 
O neurótico, por base em seus conflitos internos, entre os princípios de prazer e de realidade, aquela famosa ideia de um “anjinho” e “diabinho”, representados pelas instâncias psicanalíticas do aparelho psíquico, Ego e Id, não expressa seu desejo como o perverso. A culpa seria um gesto de amor, a disposição a reconstruir aquilo que fora destruído, imaginário ou real.
 
Para a psicanalista Melanie Klein, as reparações que o sujeito empreende mediante sua culpa não só restauram, em fantasia, o objeto lesado, mas também a si mesmo.  A ausência de culpa caracterizaria uma estrutura perversa, em que a realidade reconhecida é recusada por conter limitações, regras e leis sociais normatizadoras.

Cada vez mais o sexo adquire uma percepção e uma aceitação maior na sociedade, diminuindo a censura ao prazer e possibilitando mais os comportamentos sexuais, escolhas e condutas. O que antes era inaceitável, diante de mentalidades e desmistificações de conceitos deturpados e arcaicos, o próprio conceito de parafilia, em alguns casos, deve ser revisto, sendo considerado apenas como uma expressão do prazer.
 
A agorafilia e a agrofilia são desejos da prática do coito em lugares abertos ou ao ar livre, sendo que a agrofilia é o mesmo prazer, só que em campos, bosques e no mato. Já ouviram histórias de pessoas que revelam o desejo em fazer sexo na praia ou numa cachoeira? Já a amaurofilia refere-se àquelas pessoas que são excitadas por um parceiro sexual que não é capaz de vê-los. A venda nos olhos é um recurso de surpreender o outro e assim, estimular o sexo através da percepção.
 
Um fetiche bastante curioso e mais comum do que imaginamos é ocisvestismo erótico ou fetichismo transvéstico. Consiste no prazer em se fantasiar para o sexo. Considerado como uma manifestação de prazer e do desejo, o cisvestismo é uma parafilia, um fetiche que consiste em homens heterossexuais a usarem peças íntimas femininas como calcinha, cinta-liga, sutiã, meia calça, etc.
 
Uma manifestação erótica, o cisvestismo pode acontecer para apimentar a relação sexual ou o uso pode ser frequente, mas ainda assim, um fetiche. Os homens podem usá-las na intimidade para se masturbar num momento de autoerotismo. Vale lembrar que criaram a cueca feminina, peça íntima adotada com naturalidade pelas mulheres.
 
Sem a conotação de um fetiche, a cueca feminina agradou e muitas mulheres ressaltaram o conforto delas. Recentemente uma empresa australiana lançou no International Fashion Show, realizado em Las Vegas (EUA), um conjunto de lingerie, um tanto atrevido, exclusivamente para o público masculino.
 
Outra parafilia é a necrofilia, pratica de fazer sexo com um cadáver. A prática sexual estranha é alvo de uma lei muito polêmica no Egito. De acordo com o Al Arabiya News, o parlamento egípcio deve votar sobre uma lei que permitirá que os maridos tenham relações sexuais com suas esposas até 6 horas após o seu falecimento. O projeto, introduzido por radicais islâmicos, surgiu em maio do ano passado, quando Zamzami Abdul Bari, um líder religioso, afirmou que o matrimônio continua válido mesmo após a morte.
 
A própria necrofilia não é algo novo, praticada por algumas tribos africanas e considerada um gesto sagrado. Difícil interpretar as intenções de uma pessoa que pratica esta parafilia, mas o prazer está relacionado, primeiro, a se relacionar com a morte. O fascínio em se deparar com a morte e sentir-se imune a ela. Em segundo lugar, uma questão de dominar o corpo do outro sem nenhuma reação contrária e, por último, uma questão de vencer a morte. Dominar e superá-la.

Em ambos os casos citados, tanto no cisvestismo erótico como na necrofilia, a tentativa de normalizar esses fetiches parece acompanhar o domínio do prazer nas mentalidades contemporâneas. A escravidão ao orgasmo, que não deveria ser encarado como uma obrigação, conduz desejos afoitos e descontrolados. Descontrole esse que se observa numa parafilia em que sua prática resulta em cerca de 600 mortes por ano, a asfixiofilia ou asfixia autoerótica.
 
A prática sexual consiste em reduzir intencionalmente a emissão de oxigênio para o cérebro durante uma estimulação sexual (masturbação) com o intuito de aumentar o prazer no orgasmo. Exemplo mais conhecido desse fetiche foi o ator americano David Carradine, 72 anos, encontrado enforcado em seu quarto de hotel em Bangcoc. De acordo com os policiais, uma corda estava presa em torno do seu pescoço e outra em seu órgão sexual. As duas estavam ligadas uma à outra e penduradas no armário. O quadro descrito sugere a prática de autoasfixia erótica.
 
As parafilias devem ser estudadas com mais atenção e práticas assim necessitam de cuidados e atenção redobrada, uma vez que o preço pago, algumas vezes, para se obter prazer é questionável e sacrificante. Pessoas morrem por causa de práticas parafílicas e é preciso entender melhor sobre estas atividades sexuais.

29 de julho de 2013
Breno Rosostolato é psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina – FASM.
 
Nota da Redação do Alerta Total – Publicamos este artigo por uma questão política. Muitos assuntos de importância nacional e negócios corruptos são “discutidos” por políticos, em Brasília, em encontros e festinhas de embalo – regadas a muito sexo, álcool e drogas. A opinião pública ignora tal fato. As parafilias são praticadas no cotidiano de nossa apodrecida classe política – o que também merece atenção redobrada dos cidadãos agora em ritmo de protestos. A parafilia também parece ser o esporte preferido dos radicalóides da Marcha das Vadias...

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Ver a degradante imagem exposta no post OS TUMORES SOCIAIS DO NOSSO TEMPO.
Na foto do artigo acima, a mesma foto que foi apresentada anteriormente, permite observar com clareza  algumas imagens que fecham o círculo em torno da macabra 'persona', que num ritual sexo-demoníaco, expõe com a crueza dos sociopatas seus impulsos doentios, que se manifestam pelo prazer de afrontar e agredir o sagrado.
É uma imagem forte, mas considerando a situação dos tempos tenebrosos que atravessamos, optei por expô-la, para conhecimento dos que ainda alimentam dúvidas sobre os ventos que sopram no Brasil.
As imagens exibidas da multidão que recepcionou o Papa, cercando-o da mais expressiva e carinhosa demonstração de Fé e de Amor, trouxe a certeza de que há esperança neste nosso Brasil.
m.americo

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