'Não sou ditador e quero dialogar', diz Cabral
Governador reconhece que faltou 'humildade' nas negociações com manifestantes e anuncia pacote de bondades
Com a voz embargada, ele faz apelo a jovens que protestam na frente de sua casa: 'Tenho crianças pequenas"
Após quase dois meses de manifestações contra o seu governo que resultaram na queda de sua popularidade, o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) mudou sua conduta ontem, em entrevista convocada para anunciar recuo em medidas antipopulares.
O peemedebista desistiu de demolir o parque aquático no entorno do Maracanã e já acena com a possibilidade de o Museu do Índio virar espaço para atividades indígenas.
Disse também que quer dialogar com os manifestantes que vêm ocupando a rua onde mora no Leblon e mandou retirar as grades que cercavam o Palácio Guanabara, sede do governo e palco de embates violentos entre ativistas e policiais.
Com a voz embargada, o governador fez um apelo aos jovens.
"Tenho crianças pequenas, queria fazer um apelo para os manifestantes, estou totalmente aberto ao diálogo, não sou um ditador", disse ao lado do candidato à sua sucessão, o vice-governador, Luiz Fernando de Souza, o Pezão, e o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner.
Ele afirmou que desde a denúncia sobre o uso de helicópteros por ele e sua família para ir à sua casa de veraneio em Mangaratiba, na Costa Verde, só utiliza o transporte para assuntos do trabalho.
Segundo ele, a não utilização dos helicópteros por sua família se manterá pelo menos até a conclusão de protocolo da Casa Civil para normatizar o uso das aeronaves por membros do governo.
"Eu dei uma resposta mal dada sobre isso, dei uma resposta horrível, mas a primeira coisa que eu fiz foi começar a vir de carro."
Cabral disse que o fato de ter sido o deputado mais votado e o governador reeleito com o maior percentual de votos talvez tenha sido a causa de seu comportamento autoritário. "Estava me faltando humildade e autocrítica", reforçou o governador.
INSPIRAÇÃO
"Eu estava precisando mesmo de uma dose de humildade, eu errei por não ouvir".
"Aprendi com a vinda do papa, a ouvir os outros lados, estou aberto a ouvir."
Cabral deu resposta a todas as perguntas, sempre olhando para os jornalistas e, ao contrário do que vinha fazendo, esperou as perguntas acabarem antes de ir embora.
30 de julho de 2013
DENISE LUNA - Folha de São Paulo
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Registramos assim o segundo milagre do Papa Francisco: o primeiro, fazer o brasileiro gostar de um argentino; e o segundo milagre, tornar humilde o arrogante 'guardanapo'.
Podemos assim, confirmar a santidade de Francisco, só não esperávamos que fizesse milagres tão rapidamente...
Mas o segundo milagre, deve ser olhado com muito cuidado. Converteu-se à humildade pela pregação papal, ou foi por que o 'pau troou', tirando o sono dos 'meninos' com a zoada da rua, e o seu sonho de adentrar na casa do senado, localizada na 'casa do espanto'.?
Há que se investigar com muito cuidado, pois canonização é coisa séria, e muito mais séria quando o testemunho do milagre pode vir lá das bandas do 'guardanapo'. Tudo se pode esperar.
Sei que Francisco não está nem aí para a sua canonização. Sua humildade é tanta, e tantas vezes demonstrada ao vivo e a cores, que já é Santo pela própria Graça.
Já o 'guardanapo' Cabral... Sabe-se lá o que pretende com esse 'mea culpa'. Afinal, teria que ser um verdadeiro santo, pois humildade para quem amealhou em 22 anos de vida pública, uma fortuna de US$ 45 milhões, não estaria bem entre algumas 'virtudes' indispensáveis para tão brilhante feito.
Agora só falta, ainda por um gesto de humildade declarada, declarar a origem honesta de tal fortuna, já que a sua origem social, esta sim, de humilde classe média, a um milionário dolarizado, causa espécie e inveja até aos menos ambiciosos.
Quem sabe então, acreditaríamos em sua sinceridade, e a zoeira à porta de sua mansão suspensa, fora a outra, lá de Mangaratiba, cessaria, trazendo o silêncio necessário às suas orações, e ao sono dos `meninos`?...
m.americo
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