"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

J.P.MORGAN DERRUBA SUA PREVISÃO PRA O PIB DO BRASIL NO TERCEIRO TRIMESTRE

 
Banco de investimento americano apostava em crescimento de 1,5% entre os meses de julho e setembro, mas alterou sua previsão para -0,3%
 
O banco de investimento americano J.P.Morgan empurrou para baixo a sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira para o terceiro trimestre. Antes do relatório divulgado a clientes nesta sexta-feira, a estimativa dos economistas da instituição era de avanço de 1,5% na passagem de julho e setembro deste ano na comparação com o segundo trimestre. Porém, diante do arrefecimento da economia e das consequências que a disparada do dólar e a alta dos juros ainda vão trazer para o país, os economistas Cassiana Fernandez e Fabio Akira despencaram a avaliação para uma contração de 0,3% para o período.


“A crise de confiança vai conduzir a um menor crescimento. Embora a atividade tenha acelerado até junho, devemos ver um mergulho nos números de julho”, afirma o relatório intitulado “Brasil: ajustando para um abismo do crescimento no 3º trimestre de 2013 seguido por uma futura recuperação moderada”.
 
O banco alerta que embora essa crise na confiança tenha se mantido relativamente estável no último trimestre, houve uma queda generalizada em julho.
 
“É claramente uma resposta aos protestos de rua que estão gradualmente desaparecendo e oferecendo menos interrupções no setor produtivo. No entanto, mesmo reconhecendo que parte deste declínio no sentimento pode ser temporária, pensamos que poderia ter implicações econômicas mais duradouras por meio de cortes no investimento e do emprego. Por enquanto, ainda não temos dados rígidos disponíveis para julho para avaliar o impacto concreto deste choque de confiança, mas os nossos modelos sugerem uma impressão negativa no conjunto de dados da atividade de julho”, reitera o documento.
 
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 4,1% entre junho e julho. O índice caiu de 112,9 para 108,3, atingindo o menor nível desde maio de 2009.
 
 
De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), atualmente, a probabilidade de o Brasil mergulhar em uma recessão é de 40%, contra 35% de chance do início de 2011, quando a economia sofreu brusca desaceleração. Com o agravante de que a conjuntura atual é menos favorável a ações do governo para estimular a atividade "como o corte de juros ou impostos, medidas que foram bem sucedidas há dois anos", avalia o economista Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV.
 
Mesmo com o cenário ruim entre os meses de julho e setembro, os economistas do banco de investimento mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira no quarto trimestre, em 1,9%.
 
"Apesar das incertezas, deve haver aceleração novamente no quarto trimestre de 2013, e mantemos a previsão de 1,9%", afirmam.
 
Para o ano de 2014, o banco americano cortou a sua projeção para o crescimento do PIB, passando de 2,7% para 2,4%. Além disso, os analistas apostam para este ano em um crescimento do PIB da ordem de 2%.

16 de agosto de 2013
Bruno Villas Boas e  Sérgio Vieira - O Globo

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