Tibé, um supernanico…
Já nas próximas eleições, em 2014, o deputado federal – considerado o “dono do partido” – alça voos bem mais altos e almeja triplicar a bancada federal mineira da sigla. “Pode escrever. Estamos trabalhando forte para fazer três federais e cinco estaduais”, afirma.
Nos últimos meses, Tibé passou a ser um dos nomes mais comentados na política mineira, principalmente nos corredores do Legislativo da capital. Os motivos apareceram nas urnas. Elegeu quatro desconhecidos vereadores pelo PTdoB, colocou três deles na Mesa Diretora e foi decisivo para a reeleição de Léo Burguês (PSDB) na presidência da Casa.
Sua história de influência na política, no entanto, não é de hoje. A família do parlamentar é ligada às chamadas legendas nanicas. É filho de Tibelindo Soares Resende, um dos criadores do PTdoB e, hoje, vice-presidente nacional do PRP. Foi do pai que ele herdou o dom de negociar e transitar bem entre os diferentes partidos, o que lhe rendeu a fama de “profissional da política”.
DEPUTADO FEDERAL
Em 2010, dois anos após se eleger vereador pelo PTdoB com 6.848 votos, conseguiu uma meteórica vitória nas urnas como deputado federal após uma massiva campanha pelo Estado, sendo o escolhido de 58.677 eleitores. De lá para cá, tornou-se presidente nacional da sigla.
“Foi aí que ele começou a organizar o partido, rendendo bons frutos politicamente”, afirmou um vereador que preferiu o anonimato. Como chefe maior do partido, escolhe suas chapas eleitorais a dedo e, por isso, “pode sempre traçar planos tão grandes”.
“Suas chapas têm como característica não ter nenhum nome que se destaca entre os demais. Eles, normalmente, são de diferentes regiões da cidade, o que lhe garante votos futuramente. São como cabos eleitorais por toda a cidade e no Estado, no caso da eleição na Assembleia”, relatou outro político.
O próprio deputado admite fazer chapas em que todos os postulantes têm reais chances de vitória. “Buscamos pessoas de diversos segmentos. Em 2012, tivemos 15 candidatos disputando a Câmara, todos de forma equiparada. Esse é um fator diferente se comparado aos partidos maiores”, relatou.
Crescimento. Não é só a bancada mineira que Tibé quer ampliar na Câmara Federal.
Além de se reeleger em 2014, o deputado quer dar destaque à sigla nacionalmente. “A gente quer se tornar grande, e com o fato de termos nos tornado a terceira maior bancada de vereadores da capital, já ganhamos esse status. Esse foi um plano traçado nacionalmente, lá atrás, em 2008, e queremos fazer entre oito e dez deputados federais em todo o Brasil”, ressalta.
Hoje, o PTdoB possui um total de 166 mil filiados. Sua Influência se ramifica para mais três siglas.
O domínio de Luis Tibé não ocorre apenas no PTdoB. Na Câmara de Belo Horizonte, seu poder de barganha é tão grande que tem oito vereadores “nas mãos”.
Além dos quatro da bancada de seu partido (Pelé, Orlei, Veré da Farmácia e Vilmo Gomes) , tem forte influência sobre o PSL e o PSC, além do próprio PRP, legenda que tem como vice-presidente nacional seu pai, Tibelindo Soares Resende.
O total de parlamentares é maior do que qualquer bancada partidária do Legislativo e, segundo os vereadores, seria decisiva para a composição da base de apoio do prefeito Marcio Lacerda (PSB) na Casa.
VÁRIOS CARGOS
O crescimento do PTdoB em Belo Horizonte não se deve, apenas, ao sucesso eleitoral nas urnas. O presidente nacional da sigla, deputado Luís Tibé, é considerado por aliados como um nome de ótimo trânsito entre todos os partidos. Não é por acaso que, no pleito de 2012, apoiou candidatos de siglas rivais em diferentes cidades e já conseguiu ser contemplado com cargos.
Um dos casos é Contagem, onde ajudou o prefeito eleito Carlin Moura (PCdoB). “O PTdoB participou da campanha desde o início e, por isso, conseguiu cargos”, afirma o secretário de Saúde da cidade, Ricardo Faria (PV).
Entre as indicações, estão as direções da Fundação de Parques e Áreas Verdes (Conparq) e do Fundo de Previdência dos Servidores (Previcon) de Contagem.
Já em Belo Horizonte, onde Tibé foi aliado do prefeito Marcio Lacerda (PSB), a fatura já foi apresentada e funcionaria, inclusive, como moeda de troca na negociação de apoios na Câmara.
“Sem dúvida, ele é um cara que tem o poder e já apresentou a conta para o prefeito: quer a Prodabel de porteira fechada e ainda uma regional”, afirmou uma fonte próxima a Lacerda que preferiu não ser identificada.
16 de janeiro de 2013
Isabella Lacerda (O Tempo)
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