Formulou uma crítica à legenda, na qual se inclui, como
ex-deputado federal e ministro da Justiça. São dez anos no poder e Tarso Genro,
falando de modo geral, disse que o Partido utilizou métodos de partidos que
criticamos. Incluiu Lula, portanto, eleito em 2002 e reeleito em 2006.
Comparando-se os períodos, vemos que as restrições colocadas referem-se menos à presidente Dilma Rousseff, que completou apenas o segundo na de seu mandato.
Os métodos apontados expõem mais do que um balanço entre conservadorismo e reformismo. Essa dualidade acompanha o poder. Na oposição, o comportamento é sempre outro.
As críticas são fortes, os protestos frequentes e intensos. É o papel de quem acusa, combate, confronta. No poder, a linguagem e o comportamento mudam. A relatividade termina se impondo e sonhos reformistas evaporam no horizonte da realidade.
Aliás, por falar em horizonte, como disse meu amigo Humberto Braga em um de seus últimos artigos, ele é inatingível concretamente. E paisagem não representa um limite, tampouco pode significar uma meta. Pode ser uma utopia, mas que seria do mundo não existissem utopias e sonhadores.
SONHO E PODER
O sonho faz parte da luta pelo poder. Na onda contrária ao sistema estabelecido, tudo torna-se factível, não difícil de atingir. A começar pela redistribuição de renda, forte nota musical própria da posição de reforma, fonte aliás de quaisquer mudança s sociais.
Mas realizá-la é que é difícil.
Não depende só do conceito de estado, do poder do governo por mais forte e aplaudido que seja, como foi o caso do período Luiz Inácio da Silva, como é o caso da administração Dilma Rousseff.
É necessário que haja – aí o problema – alguma transferência de renda do capital para o trabalho. Pelo menos que os salários vençam, por pequena margem que seja, a corrida contra os preços. Esta inclusive é a maneira mais efetiva de ampliar o mercado interno. De incentivar o comércio e a indústria. De alargar o mercado de trabalho.
Aliás, a pesquisa publicada domingo pelo Globo a respeito do programa Bosla Família considerou acertadamente, por ampla maioria, a importância essencial do emprego no lugar da subvenção social através dos recursos estatais. Não quero com isso condenar o Bolda Família. Ele é extremamente importante, é maior do que os defeitos que possa apresentar. Inclusive depois de implantado, tona-se efetivo.
As famílias podem variar, se conseguirem atingir um patamar de renda capaz de efetivamente libertá-las da pobreza extrema. Como o programa é irreversível, fiscalização maior certamente se impõe. Controle mais social do que político, embora como no mundo interio a política esteja presente em tudo. Integra o comportamento humano.
Mas há limites. O governador do Rio Grande do Sul, de fato, condenou a ultrapassagem desses limites, como no caso do processo do mensalão. Acentuou que as manobras clássicas são conservadoras. Ser reformista não é tentar ser revolucionário. O que representa sair da realidade.
Ser reformista é também uma questão de ética. Para Genro, a ética desapareceu de alguns endereços partidários. Foi o que ele pensou e quis dizer.
16 de janeiro de 2013
Comparando-se os períodos, vemos que as restrições colocadas referem-se menos à presidente Dilma Rousseff, que completou apenas o segundo na de seu mandato.
Os métodos apontados expõem mais do que um balanço entre conservadorismo e reformismo. Essa dualidade acompanha o poder. Na oposição, o comportamento é sempre outro.
As críticas são fortes, os protestos frequentes e intensos. É o papel de quem acusa, combate, confronta. No poder, a linguagem e o comportamento mudam. A relatividade termina se impondo e sonhos reformistas evaporam no horizonte da realidade.
Aliás, por falar em horizonte, como disse meu amigo Humberto Braga em um de seus últimos artigos, ele é inatingível concretamente. E paisagem não representa um limite, tampouco pode significar uma meta. Pode ser uma utopia, mas que seria do mundo não existissem utopias e sonhadores.
SONHO E PODER
O sonho faz parte da luta pelo poder. Na onda contrária ao sistema estabelecido, tudo torna-se factível, não difícil de atingir. A começar pela redistribuição de renda, forte nota musical própria da posição de reforma, fonte aliás de quaisquer mudança s sociais.
Mas realizá-la é que é difícil.
Não depende só do conceito de estado, do poder do governo por mais forte e aplaudido que seja, como foi o caso do período Luiz Inácio da Silva, como é o caso da administração Dilma Rousseff.
É necessário que haja – aí o problema – alguma transferência de renda do capital para o trabalho. Pelo menos que os salários vençam, por pequena margem que seja, a corrida contra os preços. Esta inclusive é a maneira mais efetiva de ampliar o mercado interno. De incentivar o comércio e a indústria. De alargar o mercado de trabalho.
Aliás, a pesquisa publicada domingo pelo Globo a respeito do programa Bosla Família considerou acertadamente, por ampla maioria, a importância essencial do emprego no lugar da subvenção social através dos recursos estatais. Não quero com isso condenar o Bolda Família. Ele é extremamente importante, é maior do que os defeitos que possa apresentar. Inclusive depois de implantado, tona-se efetivo.
As famílias podem variar, se conseguirem atingir um patamar de renda capaz de efetivamente libertá-las da pobreza extrema. Como o programa é irreversível, fiscalização maior certamente se impõe. Controle mais social do que político, embora como no mundo interio a política esteja presente em tudo. Integra o comportamento humano.
Mas há limites. O governador do Rio Grande do Sul, de fato, condenou a ultrapassagem desses limites, como no caso do processo do mensalão. Acentuou que as manobras clássicas são conservadoras. Ser reformista não é tentar ser revolucionário. O que representa sair da realidade.
Ser reformista é também uma questão de ética. Para Genro, a ética desapareceu de alguns endereços partidários. Foi o que ele pensou e quis dizer.
16 de janeiro de 2013
Pedro do Coutto
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