O comentarista Cao Zone, sempre presente, lembra-nos que em abril de 1985, numa festa no velho Teatro Casa Grande, Leblon, Rio de Janeiro, repleta da fina flor da intelligentsia carioca, o ex-deputado Fernando Lyra, então ministro da Justiça, subiu no palco para dizer sua frase mais emblemática: "A censura no Brasil acabou".
A outra grande frase, no mesmo discurso, foi dizer que "Sarney é a vanguarda do atraso". Na época, Sarney era presidente, e Lyra era ministro. Sarney não teve coragem de demiti-lo, Demorou mais de um ano para fazê-lo. Um bundão.
Quanto à censura, não foi bem assim. Como diz Cao Zone, daquele momento em diante, a censura não foi totalmente… censurada, embora o estado de direito, paulatinamente, fosse tomando conta do pedaço.
Quase 30 anos depois, a censura continua estendendo seus tentáculos sobre os órgãos de comunicação no Brasil e no mundo. Na Inglaterra, o jornalista Julian Assange, criador do organização WikiLeaks, continua asilado na embaixada do Equador.
Nos Estados Unidos, a emissora Press TV, do governo iraniano, O conteúdo era veiculado em inglês. O canal, no qual se tinha acesso à visão iraniana dos fatos e do mundo, transmitia notícias 24 horas por dia, de segunda a segunda.
A emissora classificou o gesto como "mais uma flagrante violação de liberdade de expressão". O mesmo já ocorrera no Reino Unido. Também lá a Press TV foi retirada do ar.
Aqui no Brasil, o Estadão não pode falar em Fernando Sarney, essa figura impoluta da nacionalidade. E o Blog da Tribuna da Imprensa continua proibido a todos os funcionários do Banco do Brasil, por causa das matérias denunciando tráfico de influência de Rosemary Noronha naquela instituição financeira estatal.
21 de fevereiro de 2013
Carlos Newton
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