"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CASO PALOCCI: PF SABIA DESDE DE 2010

Desde 2010, a Polícia Federal sabia de irregularidades de Palocci, mas nenhuma providência foi tomada até agora

Em 2010, ainda no governo Lula, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda e responsável por identificar operações ilegais, enviou à Polícia Federal relatório sobre transação bancária feita pela consultoria de Antonio Palocci.

A empresa Projeto, do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fez uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel de uma empresa que estava sob investigação policial. A manifestação do Coaf ocorreu no final de 2010, depois de o órgão ser informado do episódio pelo banco que intermediou a transação financeira.

Fontes do Ministério da Fazenda em São Paulo revelaram que o comunicado do Coaf à PF se enquadra no tipo de “movimentação atípica” ou “operação suspeita”. Funciona da seguinte maneira: os bancos informam ao Coaf sobre transações financeiras fora do padrão. Em cima dessas informações, o órgão da Fazenda repassa à PF e ao Ministério Público relatórios quando uma empresa ou uma pessoa sob investigação aparece nos comunicados dos bancos.

No caso de Palocci, o nome da Projeto surge nas transações atípicas envolvendo uma empresa que está sob investigação pela Polícia Federal. Em 2010, a empresa do ministro adquiriu dois imóveis em São Paulo: um apartamento luxuoso de R$ 6,6 milhões e um escritório avaliado em R$ 882 mil.

Cabe à Polícia Federal apurar se há ou não irregularidades na transação financeira entre a empresa do ministro da Casa Civil e a que está sob investigação. Mas até agora não se sabe nada sobre a investigação.

Surgiram outras denúncias, Palocci se negou a revelar seus clientes, teve de se demitir do cargo de Chefe da Casa Civil, mas nada aconteceu com ele. Continua livre, leve e solto. E milionário, graças aos excelentes resultados do tráfico de influência.

Carlos Newton
23 de janeiro de 2012

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