"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CARNAVAL, A FESTA DA MEDIOCRIDADE HUMANA

Minha saudosa avó sempre dizia que "quanto mais abaixa mais mostra a bunda".
E eu sempre me perguntei o porque desse ditado. Hoje vendo o que virou o carnaval da pocilga chego a conclusão que a mulherada quer só mostrar a bunda sem precisar se abaixar muito.

Longe de mim querer parecer moralista, mas acho que os limites do bom gosto e do bom senso já foram ultrapassados há muito tempo. O negócio agora é bandalheira e putaria em rede nacional de TV.

Certo que os donos de jornais e revistas sabem que o Brasileiro é babaca e quanto mais colocarem mulher pelada nas capas de revistas e nas primeiras páginas dos jornais, melhor. É venda aumentando na certa.
As TVs então...nem preciso comentar. Quando não é apelação é mau gosto explicíto e tudo em volta do quanto mais baixaria e mediocridade, melhor.
Parece até que o brasileiro médio nunca viu uma mulher pelada. Ficam absolutamente alienados. E parece que a diversão para a mulherada ser legal tem que estar com a bunda a mostra.

Um amigo me disse certa vez que ler a Playboy é a mesma coisa que ler a National Geographic. Você irá ver imagens de locais que certamente nunca irá visitar.
Mas voltando ao carnaval, este ano parece que a histeria coletiva está chegando ao seu ponto máximo, o que tem de gente nas ruas atrás de blocos, ou em bandas e trios elétricos é coisa para tese de sociologia. Impressionante como o brasileiro médio se torna mediocre quando chega o carnaval. Parece que é a senha para o vale tudo do ninguém é de ninguém e tudo pode em nome da folia.

Estou acompanhando NA MARRA os noticiarios sobre o carnaval, já que não se fala em outra coisa nas TVs da pocilga.
E a cada nova entrada ao vivo fico ainda mais espantado em ver o espírito de alienação coletiva que toma parcela da população, onde o que vale é ser feliz(?).

Olhando os trios elétricos da Bahia, alguém em sã consciência pode me dizer se aquilo é diversão? As pessoas são confinadas feito gado em um espaço restrito amontoadas atrás de um carro de som mais barulhento que um bombardeio aéreo da segunda guerra, tocando musiquinhas de uma estrofe apenas, que é o suficiente para alienar de vez, um empurra empurra, uma pegação desordenada onde a "lei" por lá determina a todos que estiverem dentro serem obrigados a beijar mesmo sem ter vontade, apenas para estar inserido na mediocridade do modismo burro do desrespeito a própria dignidade.
E o povo ainda paga, e caro para se "divertir". Sinceridade, um bordel é mais recatado que esse carnaval de rua da Bahia. Mas no bordel a mulheres são putas...no carnaval...folionas....sei...

O que vale é estar dentro, nem que para isso sua boca vire uma lata de lixo. Bebedeiras e drogas embalam os sonhos dos donos de trios elétricos que faturam milhões por carnaval. Verdadeiras Mega Sena a cada ano as custas dos bobinhos alegres de sempre que pagam o que for para estarem inseridos na mediocridade de um modismo mambembe, onde a histeria dá o tom para o comportamento pessoal.

O Carnaval virou um milionário negócio, onde as empresas de cerveja são as mais interessadas e pagam o que for preciso para enfiar em camarotes toda fauna de artistas, jogadores, cantores e outros "famosos" para impulsionar ainda mais o marqueting da cervejaria.

A mesmice a cada ano toma conta dos circuitos da Bahia, os mesmos cantores de sempre cantando as manjadíssimas músicas de sempre embalam a alienação coletiva.
E nas bandas e blocos de rua pelo Brasil afora, a "folia" está a cargo dos repetitivos idiotas que vivem em se fantasiarem de mulher e as mulheres de eva.

Fantasias bobinhas, mal gosto explícito, tudo é motivo para ser patético, e esse comportamento é que determina o "norte" da classe política, eles sabem que o brasileiro é babaca e festeiro, reunem mais de 200 mil pessoas atrás de uma banda batucando musiquinhas do tempo em que o carnaval ainda era uma forma de cultura popular, e não reunem meia dúzia de gatos pingados para protestar contra a bandalheira e a corrupção dos "poderosos".
O povo prefere ser roubado e extorquido 361 dias por ano mas ter garantido o direito a 4 dias de "muita alegria". Bando de gente burra!!!
E o tempo passa e nada melhora, só vemos piorar a cada ano.

Brigas, desavenças e até mortes todos os anos por conta da alegria, gente morrendo feito moscas nas estradas por causa da pressa e da irresponsabilidade de ter que chegar cedo para aproveitar o máximo possível os quatro dias da folia de Momo...O estado é penalizado pelo aumento de demanda nos já sucateados hospitais públicos de Banânia porque o povão perde de vez a noção de tudo.

Olhando as imagens do carnaval eu não me surpreendo quando um Gringo vem para cá pensando que toda mulher no Brasil é puta. Muitas ficam indignadas em saber que lá fora somos vistos dessa maneira por boa parcela das pessoas, mas fazemos por merecer, né?

O DESgoverno quer por que quer acabar com o turismo sexual no Brasil, mas para acabar com essa forma de turismo precisaremos acabar com o carnaval e fazer com que o mundo nos enxergue como uma nação e não como um bordel a céu aberto.

Fico imaginando o que pensa a ministra Irini, aquela que é irmã gemea do cartunista Laerte, sobre a exposição da figura feminina durante o carnaval, pois ela fez uma verdadeira cruzada moralista para tirar a campanha publicitária das ligeries HOPE, onde a Gisele Bunchem aparecida de calcinha e sutiã para dar más noticias ao marido. Quem lembra da campanha e da "indiganção" da sinistra sabe o que falo.

E no carnaval a dignidade da mulher e a exposição da sua figura não incomodam os moralistas de ocasião né? É muita hipocrisia.
O que tenho percebido na verdade é que a cada ano que passa a coisa descamba mais um pouquinho, quando chega o carnaval parece que voltamos todos a 1500, onde a nudez era forma de vida na sociedade indigena. E por isso é que o povo brasileiro na média ainda é tutelado ao estado, andam nús, são inocentes, se embriagam com facilidade, são explorados pelos colonizadores musicais, entregam suas riquezas a troco de paetes, plumas e miçangas e ainda dão risada.
E a cada ano a mediocridade toma ainda mais conta de corações e mentes transformando o povo em bovinos alegres que pastam em berço explêndido.

Vou dar uma dica de slogan para o próximo governo.
"Brasil, um país de patetas"

Certo que muita gente nem irá perceber.

20 de fevereiro de 2012
o mascate

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