"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

EM PRISÃO DOMICILIAR POR CAUSA DO CARNAVAL

Ipanema não chega aos 50 mil habitantes e tem 1,4 km2 o que dá 36 mil habitantes por km2. Ontem, o bloco “Simpatia é Quase Amor” desfilou pela rua da praia com 150 mil pessoas. Supondo-se que 20 mil residentes tenham viajado no Carnaval, Ipanema ficou com 180 mil pessoas, ou seja, 128 mil pessoas por km2.

Ora, um bairro cuja infraestrutura já não é suficiente para os seus 50 mil habitantes – engarrafamentos, vazamentos de esgoto, metrô cheio já são normais em dias normais – imaginem o caos com, de repente, três vezes isso, e nas ruas, onde mal cabem os carros.

Se os que vêm para cá ainda fossem educados, se a prefeitura desse estrutura logística e sanitária e se a Comlurb fizesse seu serviço a contento ainda seria pouco. O fato é que Ipanema não comporta isso. Quem paga o IPTU mais caro do Rio não merece esse tipo de tratamento, nem que seja por quatro ou cinco dias.

O resultado é uma fedentina de dar dó, uma sujeira digna dos piores lixões, um inferno de de barulho, mendigos, ladrões e catadores de lata a se confundir na porta dos nossos prédios, gente aos montes acampada na praia defecando por todo canto e, last, but not least, uma orgia de viados a fazerem sexo a céu aberto para quem quiser ver.

Aos que acham que sou preconceituoso com gente de baixo nível e com viados, eu convido que venham para cá, não só para pular nos blocos, mas para presenciar também o “final de feira” onde bêbados urinam e vomitam por todo lado e as bonecas, também bêbadas que, além de urinar e vomitar, satisfazem-se sexualmente como cadelas vira-latas no cio: na rua. E, é claro, viver o day after de quem quer dar um mergulho e acaba dando um “merdulho”, de tanto lixo que tem na rua.

Com todo o respeito: Eduardo Paes, vá à merda! Ou melhor, venha aqui em Ipanema.

20 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes

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