"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

NÃO É DE ESCOLA DE SAMBA, MAS É O CORDEL DA VERGONHA!

CORDEL: A FESTA DOS ABUTRES NO PAÍS DA HIPOCRISIA.
Quanto deboche e escárnio
No país do futebol
Do carnaval, da mentira
Das praias, dos rios e do sol.
Acontecem tantas coisas
debaixo dos nossos narizes
Que fingimos não enxergar
Para fingirmos ser felizes!

Se quando o olho não vê
Coração também não sente
Como aceitar o que é visto
E o coração pressente
E ainda assim continuar
A dar apoio e a votar
Nessa corja indecente?

Será que é pela esmola
De uma Bolsa qualquer
Que usa a fome do povo
Para enganar e eleger
Pois é grande humilhação
Em vez do trabalho, o pão
Que perpetua o poder.

Gonzaga dizia: “a esmola
para um homem que é são
Ou lhe mata de vergonha
Ou vicia o cidadão”
Preguiça remunerada
Está deixando viciada
Muita gente neste chão.

Tem gente que não acredita
Que houve o tal "mensalão"
Que o governo e seus comparsas
Assaltavam a nação
Esse povo sem memória
Se esqueceu da história
E apoia o canastrão.
Quando o mundo entra em crise
E pega fogo no circo
O narciso faz piada
E fica pagando mico
Brincando de marolinha
E ainda fazendo gracinha
Com chefe de país rico.

Falta dinheiro para tudo
Saúde e educação
Saneamento, segurança
Mas não para comprar avião
E para fazer propaganda
Para dizer que o país anda
Para vender ilusão.

Para quem pouco estudou
E que abomina a leitura
Faz muita mágica com números
A sapiente criatura
Mesmo com o bicho pegando
O desemprego rolando
E a vida cada vez mais dura.

E a justiça, esperança
De todo um povo sofrido
Só dá cadeia para pobre
E livra o rico bandido
Em cada nova decisão
Livra a cara de ladrão
E criminoso assumido.

Está ficando complicada
A vida neste rincão
Que gente de bom caráter
Considera uma nação
Onde há muita gente honesta
Mas quem faz mesmo a festa
É o canalha, o ladrão!

Temos que ficar atentos
E dormir de olho aberto
O lado negro da Força
Está cada vez mais perto
Há que haver informação
Pois somente a educação
Pode acabar com os espertos!

Mãe de todas as mentiras
Da hipocrisia e arrogância
Sinistro poste plantado
Pelo arcanjo da ganância
Deus nos livre da Estela
E de quem está por trás dela
Chega de roubo e lambança!


de Euripedes Barbosa Ribeiro
Camaçari - BA

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