"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

CLEPTOCRACIA METASTÁTICA

Um governo que não se animou a varrer seis ministros - apenas esperou que a voz rouca os colocasse para debaixo do tapete; um governo que passou a mão na cabeça de outros tantos, além de esquecer de jogar na lata de lixo os quadrilheiros que permanecem se esbaldando na Esplanada dos Ministérios, é uma cleptocracia.

Uma vez estabelecido o regime cleptocrático - pela imundície cultivada - pela falta de asseio e de faxina, a nação acabou se acostumando com a sujeirada dos escândalos que deixam de ser degenerações do tecido social para se transformarem em uma síndrome de imunodeficiência moral. Um câncer de sinais metastáticos nacionais, sem cura.

Uma das células mais comuns - tão comuns quanto vivas e degenerativas - é a terceirização estabelecida pela "estratégia de coalizão" imposta pelo proprietário Luiz Erário Lula da Silva nos seus oito anos de aparelhamento e apropriação indébita do Estado e de ocupação e domínio do Brasil.

A terceirização - Alter Ego da privatização - deu a uma legião de lhegalhés portadores de carteirinhas do PT e base aliada, o ar e a pose de "não-comuns", de diferentes dos outros, de ratazanas bípedes detentoras de símbolos estrelados, distinções, privilégios, imunidades.

A terceirização só não garantiu e nem garantirá jamais ao País aptidão, qualificação, honradez e discernimento social.

Cada um desses incapazes terceirizados se dá ao direito de sentir-se um Itamaraty ambulante. As regras do seu cerimonial personalíssimo, do alto de seus colarinhos amarrotados e gravatas vermelhas dependuradas, regulamentam o comportamento das pessoas inferiores na presença da autoridade da esquina.

E estabelecem assim, nos seus núcleos portáteis de domínio social, a divisão do Brasil entre os que mandam e os que têm que obedecer. Ou passar para o lado putrefato do poder constituído a sua imagem e semelhança.

É nesse clima que o "jeito PT de governar" mudou o Brasil. O terceirizado de carteirinha é agora uma autoridade pública que usa o poder em benefício próprio. É a vida pública entrando na privada.

É esta metamorfose ambulante - com a cara de seu divino mestre - que consolida o regime cleptocrático desse Brasil praticante de uma democracia em estado terminal.

A célula da terceirização é metastática; mortal. Ela se espalha e não tem cura. E nem tampouco é a única.

28 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia

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