"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SOBRE O "MANIFESTO" DOS CLUBES MILITARES, O PRONUNCIAMENTO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE DEFESA

Liberdade discutível
Inicialmente cheguei a pensar se deveria ou não colocar isso aqui, por não estar autorizada a envolver nomes de outros. Mas não colocar seria uma forma de abaixar a cabeça e acatar a censura. Portanto, nenhum de nós deve calar a boca, pois estamos num país 'democrático'.
Que a censura vá se desnudando cada dia mais até ficar provado que vivemos numa ditadura disfarçada.


A seguir o "Manifesto dos Clubes Militares" - Apreciação da Academia Brasileira de Defesa assinada pelo Ten Brig do Ar Ivan Moacyr da Frota (Presidente da ABD).


ACADEMIA BRASILEIRA DE DEFESA
O “MANIFESTO” DOS CLUBES MILITARES


Temos todos que lamentar o triste espetáculo protagonizado pelos mais elevados escalões militares, ativos e inativos, do País no acontecimento do excelente e controvertido manifesto que “teria sido” elaborado e divulgado pelas, historicamente, dignas associações de oficiais das Forças Armadas, posteriormente alegado como apócrifo em inexplicável recuo dos seus atuais presidentes.

Vazado em sensata, oportuna e inquestionável argumentação, o referido documento expõe a respeitável figura da Presidente da República a uma delicada posição de inegável incoerência e de faltas à palavra empenhada, “vis-à-vis” às declarações feitas em época de campanha e no seu discurso de posse.

Consta pela imprensa, que a deplorável mudança de posição dos seus autores teria sido feita sob pressão, ante a ameaça de punição por transgres-sões regulamentares contra superiores hierárquicos.

Talvez não soubessem os envolvidos, Governo e Clubes, que a Lei nº 7.524 de 17/Jul/1986, de maneira cristalina, confere aos militares inativos (reserva ou reformado) o direito de externarem opiniões políticas individuais ou em grupos.Assim, as ameaças de sanções disciplinares (se as houve) foram abso-lutamente inócuas, ingênuas e, mesmo, ridículas, desprovidas de qualquer respaldo regulamentar, em face do diploma legal que confere aos autores do pronunciamento público, confortável garantia de legalidade.

De qualquer forma, as alegações constantes do documento não significam desrespeito à autoridade presidencial e, sim, implicam a constatação do desvio de conduta do Supremo Magistrado da Nação, o que compromete, inapelavelmente, os nomes do País e da própria sociedade nacional como sua garantidora.
Portanto, como Presidente da Academia Brasileira de Defesa, com respaldo em suas disposições estatutárias e, em seu nome, manifesto intenso pesar pelos prejuízos morais causados a todos os entes envolvidos em tais fatos.

Da Comandante-em-Chefe até a integridade da Instituição castrense, todos, foram envolvidos em tal pantomima, que acarretou enorme desrespeito ao Povo Brasileiro e um indesejável enfraquecimento estratégico do Brasil, ante os olhos atentos da comunidade internacional.

Ivan Frota - Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2012.
Presidente da ABD

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