Em 9 de fevereiro de 1994, Nelson Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul
Nelson Mandela assumiu em 9 de fevereiro de 1994, o cargo de presidente da África do Sul. O advogado, ex-líder rebelde, chamado pelo governo sul-africano de terrorista, foi o primeiro presidente negro do país. Mandela é visto como um transformador da história e principal representante do movimento antiapartheid. Governou o país por 5 anos e é um símbolo da luta pela liberdade e democracia social. O ex-presidente sul-africano é considerado um dos heróis da resistência.
O herói mais lembrado pelos livros didáticos é provavelmente Zumbi dos Palmares, que em 2003 ganhou um feriado na cidade do Rio de Janeiro, marcando a data de sua morte. No entanto, a homenagem em nível nacional veio bastante tardiamente, pois o 20 de novembro já era comemorado há mais de 30 anos quando passou a ser um dia nacional (mais precisamente o Dia Nacional da Consciência Negra).
Zumbi se chamava Francisco quando nasceu, em 1655, no Quilombo dos Palmares, que chegou a abrigar por volta de 20 mil pessoas, se estendendo de Alagoas a Pernambuco. Era para lá que iam os escravos que conseguiam fugir. Durante uma invasão de bandeirantes ao quilombo, Zumbi, ainda bebê, foi levado pelos invasores e dado de presente para um padre da vila de Recife.
No entanto, à medida que o menino foi crescendo, se deu conta de que era injusto ele ser criado como um filho pelo padre, recebendo educação e bons tratos, enquanto via pessoas com a sua cor de pele serem maltratadas como os escravos eram.
Resolveu fugir para o Quilombo dos Palmares, de onde mais tarde se tornaria rei, sucedendo seu tio Ganga Zumba. Zumbi assumiria a luta pela liberdade dos negros até depois do fim da comunidade, exterminada em 1694 por uma expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Ele morreria em 1695, após ser capturado e torturado por um de seus comandantes, que o traiu.
Os maus-tratos não se limitavam ao ambiente dos engenhos. A Marinha de Guerra do Brasil foi também cenário para a tortura de negros, que tinha que ser assistida por toda a tripulação dos navios. A resistência a essa humilhação partiu de líderes como Francisco Dias e João Cândido. Em 22 de novembro de 1910, um movimento articulado pelos marinheiros exigiu o fim do uso da chibata, instrumento do qual os superiores lançavam mão para castigar seus subordinados. A data ficou conhecida como Revolta da Chibata.
Nos Estados Unidos, a costureira negra Rosa Parks — que morreu aos 92 anos em 24 de outubro de 2005 — foi presa no Alabama em 1955 por não querer ceder seu assento num ônibus a um branco, conforme mandavam as regras da segregação racial vigentes na época, fossem escritas na lei ou transmitidas a sucessivas gerações. Sua atitude incentivou a reação dos negros do local, que promoveram um boicote de 381 dias aos ônibus, sob a liderança de ninguém menos que Martin Luther King — outro dos principais ícones da resistência negra. Tinha início, assim, a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Luther King era pastor e tinha 26 anos quando esteve à frente do protesto. Adotava uma filosofia de não-violência baseada em Gandhi. Ao longo de sua jornada rumo aos direitos iguais e independentes da cor da pele, conquistou muitas vitórias. A primeira veio em 1960, quando conseguiu a liberação do acesso dos negros aos lugares públicos. Em 1964, King seria reconhecido com o Prêmio Nobel da Paz — mesmo ano em que presenciou a assinatura da Lei dos Direitos Civis, sancionada pelo presidente Lyndon Johnson e que tornava ilegal e inconstitucional a segregação racial em todos os estados da união norte-americana. Quatro anos depois King seria assassinado em Memphis, capital do Alabama.
Os heróis negros no Prêmio Nobel
Martin Luther King não foi, no entanto, o primeiro negro a ser premiado com o Nobel da Paz. Em 1960, o ganhador foi Albert Luthuli, um pastor zulu que presidiu o Congresso Nacional Africano, entidade criada em 1912 que teve destaque na resistência contra o Apartheid nos anos 50. Entre os líderes desse Congresso estava Nelson Mandela, outro grande nome da luta contra a segregação racial e ganhador do Nobel da Paz em 1993. Mandela, líder político sul africano, foi detido e condenado à prisão perpétua em 1964, mas seria libertado em 1990, após anos de pressão e luta dos negros. Mandela se tornaria presidente da África do Sul em 1994.
Ainda antes de Nelson Mandela receber o Nobel da Paz, Desmond Tutu foi o ganhador, no ano de 1984. Tutu foi o primeiro arcebispo negro sul-africano e teve também incontestável importância na luta contra o racismo, especialmente nas décadas de 70 e 80 — quando se intensificou ainda mais o movimento contra o Apartheid na África. O bispo liderou a comissão de Verdade e Reconciliação da África do Sul, criada em 1995 para promover a unidade e reconciliação nacionais, de acordo com texto publicado pela embaixada daquele país.
opinião e notícia
5/02/2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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