Site disponibiliza acervo de 870 mil fotos da cidade de Nova York
Imagens do Arquivo Municipal retratam mais de um século de história da cidade que nunca dorme
Imortalizada no imaginário de muitas pessoas através de fotografias e filmes de artistas como Diane Arbus, Robert Frank, Berenice Abbot e Woody Allen, a cidade de Nova York acaba de ganhar um site para divulgar 870 mil fotos de seu Arquivo Municipal. Lançada na terça-feira, 24, a página já teve tantos acessos que saiu do ar “devido à demanda esmagadora”.As fotografias do site são apenas parte de um acervo que conta com mais de dois milhões de imagens que cobrem um período da história da cidade que vai desde meados do século XIX até os anos 1980. Os demais registros serão disponibilizados online à medida que haja verba para terminar o processo de digitalização.
O arquivo não é composto de fotografias famosas, já conhecidas no mundo todo, mas de registros de prédios da cidade, do andamento de obras de infraestrutura ou mesmo a poesia do dia-a-dia urbano, como a paisagem de uma ponte ou como o horizonte ao pôr do sol.
Os autores das imagens podem não ser ilustres, mas demonstram grande talento em seus cliques. Entre eles estão muitos detetives da polícia nova-iorquina, cujas imagens de casos não resolvidos agradarão fãs do gênero mórbido.
A maior parte do acervo é composta de retratos de edifícios. São 800 mil fotos, datadas dos anos 80, que registram cada um dos prédios dos cinco bairros de Nova York. Outras 1.300 fotos tiradas por fotógrafos locais a serviço da Works Progress Administration, agência criada para por em prática o New Deal, retratam o período da depressão. “Sabíamos que tínhamos coleções fantásticas de fotografia e ninguém imaginava quão boas eram”, disse na segunda-feira à agência Associated Press Kenneth Cobb, um dos membros do Departamento de Registros Municipais, uma repartição por sua vez dividida em subdepartamentos como o de Pontes, Túneis e Estruturas.
Um dos poucos quase famosos da coleção foi revelado pelo próprio Arquivo Municipal, que tirou do ostracismo Eugene Salignac, um de seus funcionários, ao catalogar sua obra, que vai de 1906 a 1934. As fotografias de Salignac que registraram cenas como um grupo de pintores em equilíbrio sobre os tensores da ponte do Brooklin e a construção da ponte de Manhattan, retratam um período importante: a ascensão de Nova York a grande metrópole do século XX.
O Globo
29 de abril de 2012
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