Timóteo festejado
Militares adoraram o discurso radical proferido pelo vereador Agnaldo Timóteo (PR), na Câmara Municipal de São Paulo, quarta-feira passada:
“Meia dúzia de brasileiros zé-manés queriam depor o regime militar na porrada. Se sou general, vou deixar os caras me deporem na porrada? Não, mando meter a porrada neles. Que negócio é esse? Governo é governo”.
Timóteo foi além: “Em 1979, João Batista de Oliveira Figueiredo disse ‘Lugar de brasileiro é no Brasil’ e trouxe todos de volta: assassinos, assaltantes, sequestradores, bandidos, todos voltaram. Então, por que esta Comissão da Verdade de um lado só? Que negócio é esse? Tenha piedade!”.
Mais pancada
Timóteo não ligou para protestos de colegas, como o ex-preso político Gilberto Natalini (PV), e detonou:
“Quem é de esquerda aqui dentro? Todo mundo está correndo atrás de ‘cascalho’, todo mundo querendo ganhar dinheiro e vem me dizer que é de esquerda? Sai fora com essa coisa de esquerda!”.
O cantor-vereador também bateu na imprensa: “É uma lástima que os meios de comunicação não se disponham a contar as coisas maravilhosas que foram realizadas neste País pelo regime militar”.
Aborto a caminho?
O Supremo Tribunal Federal decidiu, por 8 votos a favor e 2 contrários, que não é crime a interrupção de gravidez no caso de fetos com anencefalia comprovada.
O perigo, agora, é que o PT consiga colocar em votação, no Congresso Nacional, alguma lei que flexibilize a prática abortista.
Com a polêmica decisão de ontem, os ministros do STF deixaram aberta, discretamente, a porta para reinterpretar que a Constituição brasileira protege a vida da concepção ao nascimento.
Idas e vindas
A presidenta Dilma Rousseff ficou PT da vida porque a CPI do Cachoeira foi anunciada durante sua viagem aos EUA, com a participação (não autorizada por ela) de alguns de seus principais ministros em uma reunião, na semana passada.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), promete instalar a CPI mista do Cachoeira na próxima terça-feira, porque já enxergou que o negócio tem tudo para fragilizar ainda mais o PT e aumentar o poder de fogo do PMDB...
O governador Agnelo Queiroz (PT-DF) se viu obrigado a reconhecer que esteve pelo menos uma vez com o poderoso Carlos Augusto Ramos, e terá de explicar a suposta cobrança de fatura feita pela Delta Construções (ligada a Cachoeira) por supostas doações eleitorais.
Outro enrolado é o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) que terá de explicar por que, nas interceptações telefônicas, o operador do contraventor Carlinhos Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, demonstra tanta proximidade com ele...
Tática do sofá
O PT é mesmo aquele partido-piada que, para não assumir a traição, prefere culpar o sofá da sala e jogá-lo pela janela – tal como o marido da famosa anedota.
O Presidente do PT, Rui Falcão, tentou ontem desvincular a criação de uma CPI mista do cachoeira como mais uma tática para atrasar o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
Na mesma linha ilusionista, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal investigue a origem do vazamento das informações da Operação Monte Carlo, que investigava uma máfia da jogatina comandada pelo empresário Carlos Cachoeira.
No mesmo embalo, criticando a divulgação de informações vazadas no escândalo Cachoeira, a Executiva Nacional do PT aprovou um documento cobrando a fixação de um marco regulatório para os meios de comunicação.
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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