Petistas que negociam a criação da CPI do Cachoeira querem transformar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em um dos focos da comissão. O objetivo é cobrar explicações do procurador sobre o fato de ele não ter começado a investigar políticos ligados ao empresário Carlinhos Cachoeira três anos atrás. O PT avalia que Gurgel segurou a investigação desde 2009, o que teria beneficiado os suspeitos na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro.
Naquele ano, estava em curso uma operação da PF que precedeu e baseou a Monte Carlo, chamada Vegas. Ela também investigava Cachoeira e resvalou em suas ligações com políticos com foro privilegiado. Por isso ela foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República, que tem a competência de processá-los criminalmente, mas não abriu apuração no STF (Supremo Tribunal Federal).
Petistas enxergam na suposta omissão uma oportunidade de constranger e desgastar o procurador num momento-chave: o julgamento do processo do mensalão, previsto para este ano. No plenário do Supremo, caberá a Gurgel sustentar as alegações da acusação contra os réus do mensalão. A cúpula do PT não esconde a irritação com o procurador desde o ano passado, quando ele encaminhou à corte as alegações finais do processo, defendendo a condenação de 36 réus. Petistas reclamaram do excesso de adjetivação do documento.
14 de abril de 2012
coroneLeaks
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