"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 21 de maio de 2012

GANDHI - PARTE 2 FINAL


PARTE  2

Oarquiteto judeu de Kaliningrado, junto ao Báltico, e o advogado baneane de Porbandar, à beira do mar da Arábia, primeiro moraram juntos em Orchards, um dos subúrbios mais antigos do norte de Joanesburgo, numa casa chamada Kraal, palavra holandesa que originalmente significava domicílio, mas que hoje designa um tipo de aldeia rural africana ou curral de gado. A ideia básica do projeto era também africana. Kallenbach partiu do rondavel – uma estrutura circular de grossas paredes de barro, às vezes caiadas, com telhado cônico de palha – para desenhar a casa da rua Pine, número 15, onde morou com Gandhi um ano e meio. A casa ainda existe (e foi comprada há pouco tempo por uma empresa francesa que planeja transformá-la em atração turística, mais um museu Gandhi). Na verdade, são dois rondavels, habilmente reunidos atrás de uma cerca alta com um letreiro hoje onipresente nos muros e cercas dos subúrbios da Zona Norte da cidade, advertindo intrusos quanto a uma “reação armada”. O aviso, claro está, não é gandhiano. Quando Gandhi descobriu que, depois da agressão dos patanes, Kallenbach se autonomeara seu guarda-costas e passara a andar armado, insistiu que ele se livrasse do revólver.

Os dois mudaram-se depois para o bairro de Linksfield, onde Kallenbach estava construindo uma casa maior, chamada Mountain View, sobre a qual Gandhi nutria previsíveis pressentimentos. Uma de suas missões nesse período consistia em treinar o companheiro na disciplina da abnegação. Instava-o a desfazer-se de um carro novo e a cumprir o voto de pobreza que ambos tinham feito, reduzindo seus gastos pessoais. “Espero que dessa vez não tenhamos simplicidade aristocrática, mas simplicidade simples”, ele escreveu antes que a obra da casa nova começasse. Durante algum tempo, em 1910, eles moraram numa barraca, no canteiro de obras. O que ele realmente desejava, percebe-se, é que Kallenbach fechasse seu estúdio de arquitetura, da mesma forma como ele estava se preparando para abandonar a advocacia, e voltasse com ele para uma vida de trabalho comunal em Phoenix. “Ao que tudo indica”, escreveu Gandhi, esperançoso, num perfil laudatório de seu companheiro no Indian Opinion, “o senhor Kallenbach aos poucos deixará seu trabalho como arquiteto para viver em pobreza completa.”

Kallenbach diz-se tentado, mas ainda não compra de todo a ideia. O escritório continua aberto e ativo. Em certo momento, ele concorre a licitações simultâneas de projetos de uma nova sinagoga, de um templo da Ciência Cristã e de outro da Igreja Ortodoxa grega. O terreno da fazenda Tolstói, com seus 445 hectares, que Kallenbach comprou, foi a maneira de um grande gastador provar que falava sério a respeito de pobreza voluntária. Ele e Gandhi escrevem a Tolstói, na época moribundo, para lhe falar de seus planos. A fazenda resolve uma necessidade imediata de Gandhi. Ele agora tem um lugar onde alojar as famílias de resistentes passivos que foram presos por participar da enfraquecida campanha de satyagraha, e também treinar novos resistentes. Além disso, era um lugar onde ele podia testar os preceitos pedagógicos e microeconômicos que havia acabado de expor no mais importante trabalho de argumentação que escreveria, o panfleto Hind Swaraj. O título significa “Autogoverno indiano” ou, mais livremente, “A liberdade da Índia”. Gandhi escreveu-o rapidamente, em dez dias, ao retornar à África do Sul em 1909 no navio Kildonan Castle, depois de mais uma tentativa inútil de pressionar o governo britânico.

a forma de um diálogo socrático, esse livrinho originalíssimo sintetiza seu desencanto com o sistema imperial, o Ocidente em geral e as modernas sociedades industriais em toda parte, sua rejeição da violência como tática política e também sua apreciação romântica da aldeia indiana, da qual tinha, até então, pouca experiência de primeira mão. Sua rejeição global dos costumes modernos incluía a medicina ocidental, os advogados (como ele), as estradas de ferro (que usaria pelo resto da vida) e a política parlamentar (que os nacionalistas indianos desejavam para o país). A complicada e eclética origem desse pensamento é coroada por uma descoberta surpreendente: sua inspiração imediata não veio de Tolstói ou de Ruskin, e sim do prolífico literato anglo-católico G. K. Chesterton, que numa coluna do Illustrated London News, que Gandhi viu por acaso em Londres, perguntava o que diria um verdadeiro nacionalista indiano,“um indiano autêntico”, a um imperialista que tentasse implantar instituições e maneiras de pensar ao estilo britânico no Raj.

“A vida é muito curta; um homem tem de viver de alguma forma e morrer em algum lugar”, declara o indiano, autêntico ao escritor britânico em resposta a essa pergunta retórica. “O nível de conforto físico que um camponês obtém em vossa melhor República não é muito maior do que o meu. Se não gostais de nosso tipo de conforto espiritual, nunca pedimos que gostásseis. Ide, e deixai-nos com ele.” Em Hind Swaraj, o personagem habitado por Gandhi, chamado “o Editor”, se apresenta como esse indiano autêntico. Chesterton não deu ideias novas a Gandhi, mas lhe mostrou de que forma as ideias que ele próprio vinha reunindo podiam definir uma persona. O que ele faz nessas páginas, em breve fará na vida; o Editor se tornará o Mahatma, que doze anos depois, em sua primeira campanha de não cooperação na Índia, traduzirá em ação um dos temas do panfleto. “Os ingleses não conquistaram a Índia”, diz o Editor. “Nós a demos a eles.” Sua resposta é “deixar de desempenhar o papel de subjugados”. Isso é mais do que um prenúncio das posteriores campanhas de Gandhi. É uma declaração do tema básico delas.

Ainda que Hind Swaraj tenha sido escrito enquanto ele viajava para a Cidade do Cabo, depois de uma missão malograda em Londres em defesa dos direitos indianos no Transvaal, as palavras “África do Sul” em nenhum momento aparecem no panfleto. Em espírito, ele já começara a se repatriar para a Índia, onde a obra foi de imediato declarada subversiva e proibida. Na verdade, ela era mais subversiva em relação ao movimento independentista indiano anterior a Gandhi, com sua liderança anglicizada e seus valores importados, do que em relação ao regime colonial britânico. “Não conhecemos aqueles em nome de quem falamos, nem eles nos conhecem”, afirmava com ousadia seu autor, que passara na Índia menos de cinco dos últimos vinte anos, criando implicitamente um desafio para si mesmo. Contudo, sua crítica pode ser também aplicada, de modo geral, ao movimento que ele liderou na África do Sul, sobretudo em Natal. Uma parte clara do intuito da fazenda Tolstói era permitir a Gandhi e a Kallenbach – a primeira pessoa a ver o manuscrito de Hind Swaraj – fecharem o abismo social entre os indianos que Gandhi enfim havia reconhecido. Seis meses após sua volta de Londres, Gandhi redige o primeiro de seus contratos informais com Kallenbach, definindo o que equivale a uma lei básica para a nova comunidade. “O objetivo primordial da ida para a fazenda no que se refere a K. e G.”, decreta esse documento, “é se transformarem em camponeses industriosos.” Quase um ano depois, em maio de 1911, quando a fazenda estava em pleno funcionamento, Gandhi diz a Polak: “Eu gostaria de escapar ao olhar público [...] enterrar-me na fazenda e dedicar minha atenção à lavoura e ao magistério.”A lavoura o leva a reconhecer as aptidões dos africanos e indianos, como as dos trabalhadores sob contrato, que cultivam a terra. “Eles são mais úteis do que qualquer um de nós”, ele escreve no Indian Opinion, comparando de forma explícita os trabalhadores do campo e uma segunda geração de trabalhadores administrativos indianos que começava a criticar sua liderança. “Se as notáveis raças nativas parassem de trabalhar por uma semana, é provável que passássemos fome.”

as é à escola em que ele leciona seis tardes e todas as noites, a cada semana, que ele devota a maior parte de sua energia no segundo semestre de 1911. “Essa é minha ocupação predominante”, escreve a Kallenbach em 9 de setembro. O número de inscritos é pequeno. Gandhi impõe um requisito dietético que contribui para mantê-lo baixo. Os alunos devem se comprometer com uma dieta sem sal, pois ele descobrira que o sal “nos faz comer mais e desperta os sentidos”. Duas décadas depois, numa espantosa mostra de flexibilidade ideológica, ele afirmaria que o sal era uma das necessidades básicas da vida, tornando-o o foco de seu mais bem-sucedido exercício de não violência militante, a Marcha do Sal, em 1930. Ao abrandar suas restrições ao sal na fazenda Tolstói, autorizando seu uso na dieta em pequenas quantidades, o número de alunos sobe para 25, sendo oito deles, como registra Gandhi com orgulho, muçulmanos. O currículo inclui um curso de produção de sandálias. Gandhi enviara Kallenbach a um mosteiro trapista perto de Phoenix para aprender o ofício; o arquiteto depois o ensinou ao advogado, que o ensinou aos estudantes. Não demorou para que fabricassem cinquenta pares, um dos quais ele mandou para seu adversário político, Jan Smuts.

A fazenda Tolstói, na qual Gandhi atuava como mestre-escola e diretor médico, tornou-se por algum tempo a razão de sua vida; a campanha de satyagraha contra as leis racistas no Transvaal, cada vez mais fraca, foi relegada a um segundo plano. Gandhi levou avante uma desordenada negociação com Smuts, que agora acumulava os ministérios da Defesa e das Minas no novo governo da União, mas sua atenção maior se concentrava na elaboração de um currículo que utilizasse línguas e textos indianos, bem como dietas e terapias naturais, as alternativas saudáveis à agressiva medicina ocidental. Kallenbach se envolvia mais nessas “experiências” do que soldados políticos como Thambi Naidoo e Polak, que viviam casamentos convencionais. Sua dedicação aos valores de Gandhi, à medida que se desenvolviam, parecia irrestrita, e não seletiva. Era mais que um acólito, menos que um igual. Nunca, ao que saibamos, ele representou um desafio intelectual ao explorador espiritual que se tornou seu companheiro.

acordo original especificava que K. moraria separado dos colonos e que G. passaria a maior parte do tempo com ele. A sra. Gandhi muda-se então de Phoenix para a fazenda Tolstói, onde fica por mais de um ano. Não está claro que efeito isso teve. A essa altura, fazia mais de cinco anos que Ba e seu marido dormiam em aposentos separados. Na fazenda Tolstói, dormiam em varandas separadas, cada qual cercado por alunos da escola de Gandhi.

O que é fácil passar despercebido, nos relatos da vida de Gandhi na fazenda Tolstói, é o quanto seus sentimentos em relação a Kallenbach se tornaram um fator importante na mudança interior pela qual ele estava passando. Ele não só se empenha em reformar o companheiro, como se esforça por tornar permanente a ligação entre eles. O arquiteto hesita. Durante sua estada na fazenda, com Gandhi, também se tornou sionista e um judeu mais praticante; leva Gandhi à sinagoga na Páscoa e o apresenta ao matzá, ou pão ázimo. Durante algumas semanas estuda o híndi, como preparativo de uma mudança para a Índia; em outras, quando reflete sobre o tempo que Gandhi poderá lhe dedicar num futuro ainda inimaginável na Índia, estuda hebraico, preparando-se para uma nova vida na Palestina. No dia a dia, o melhor indicador do inconstante estado de espírito do arquiteto é a língua que estuda, híndi ou hebraico. Mostra desconsolo, se não ciúme, se Gandhi dispensa admiração e tempo a outra pessoa. Persistente, Gandhi aceita tudo isso durante mais de dois anos, buscando sempre preservar a ligação.

Os altos e baixos de Kallenbach podem ser acompanhados num livro de registros contábeis e anotações que ele manteve em 1912 e 1913 e que pode ser consultado no arquivo do ashram Sabarmati, de Gandhi, em Ahmedabad. Tanto por economia quanto para manter a forma física, Kallenbach e Gandhi faziam sempre a pé os 34 quilômetros que levavam da fazenda, perto de uma parada de trem chamada Lawley, ao Centro de Joanesburgo, atravessando uma grande área de veldt, ou savana africana, que bem depois, na era do apartheid, transformou-se no enorme aglomerado de bairros negros chamado Soweto. Kallenbach sempre anotava o tempo do percurso. Se ele e Gandhi caminhavam juntos, muitas vezes saindo às quatro da manhã, levavam pouco mais de cinco horas e meia para chegar a seus respectivos escritórios no Centro de Joanesburgo; quando sozinho, normalmente Kallenbach reduzia esse tempo em uma hora. Em todas as menções nessas páginas, Gandhi não é Câmara Alta, e sim “senhor Gandhi”. A formalidade parece admitir que o relacionamento entre ambos, como quer que seja entendido, não era de iguais.

Hoje em dia, Lawley ainda é uma parada de trem. Junto dela estende-se uma favela de chapas corrugadas e casebres de barro que se comprimem em praticamente todos os cantos de uma antiga fazenda de brancos. Quando se tentou restaurar a fazenda Tolstói e levantar ali um monumento, os moradores da favela sem demora deixaram o lugar absolutamente nu. Estive ali em 2008 e não havia mais nem mesmo um letreiro. Tudo o que restava eram uns bancos tortos de tijolos, os alicerces de uma casa velha, as moradias bem cercadas de alguns brancos que trabalham numa olaria próxima, eucaliptos queimados e umas poucas árvores frutíferas, talvez progênie das vintenas delas que Kallenbach plantou há um século, e, por fim, uma vista de uma Joanesburgo que Gandhi dificilmente reconheceria, depois dos bairros negros e das barragens de lodo resultantes da mineração.

uando ali viveram, Gandhi e Kallenbach continuaram a fazer suas experiências dietéticas, reduzindo a ingestão diária de alimentos, em certo período, a uma só refeição vespertina, medida com cuidado. E a cada mês ou mais ou menos isso, Kallenbach fazia referência a mais uma “longa discussão” com o sr. Gandhi. Não há uma palavra sobre os pormenores, mas às vezes essas conversas provocavam, por parte de Kallenbach, a resolução de acelerar seus estudos de híndi e de tomar uma decisão sobre o abandono de sua profissão. E então uma outra pessoa entrava em cena, competindo pela atenção de seu companheiro, e ele era tomado por uma nova onda de dúvidas. A anotação mais pessoal e curiosa em seu diário ocorre em 27 de agosto de 1913, oito meses depois de Gandhi voltar enfim para a comunidade Phoenix. A fazenda Tolstói foi fechada, Kallenbach retornou para Mountain View, e Gandhi, numa visita, hospedou-se na casa dele. Sonja Schlesin, uma judia do círculo de Gandhi em Joanesburgo, sua secretária, moça cheia de vida, apareceu na casa. Há quem creia que foi Kallenbach quem apresentou Sonja, dezessete anos mais nova do que ele, a Gandhi, em 1905. Suas famílias tinham sido amigas na Europa. Mas Kallenbach passara a achar que ela ocupava demasiado o tempo de Gandhi e, em certo sentido, a via como uma rival. “Devido à ida da senhorita Schlesin a Mountain View, fui a pé, sozinho, para o escritório”, escreveu Kallenbach. “Discussões sobre ela levaram o senhor Gandhi a fazer o voto. Foi um dia penosíssimo para mim.”

Se esse texto fosse uma antiga inscrição cuneiforme, com certeza não seria mais difícil de decifrar. Estará ele aludindo ao voto de brahmacharya de Gandhi ou ao voto recente que provocara um jejum no mês anterior por causa de certos atos carnais que tinham vindo à tona em Phoenix? (No entender de Gandhi, não existiam brincadeiras sexuais inocentes. Antes ele se queixara de um caso de “coqueteria excessiva” em Phoenix.) Nenhum desses dois votos parece ser o que Kallenbach tinha em mente. É provável que estivesse se referindo a um voto de que só ele e G. tinham conhecimento. O contexto é obscuro, mas os sentimentos de Kallenbach, uma vez na vida, saltam da página. Rivalidades e ciúmes desse tipo se tornariam corriqueiros mais tarde no círculo de Gandhi. Mas Kallenbach é especial. Ao se mudar de Joburg, Gandhi parece tê-lo deixado para trás, ter-se livrado dele. Na verdade, tomou essa atitude no começo de 1913, presumindo que o amigo dileto o seguiria em breve. Notando que Kallenbach estava “em cima do muro”, ele lhe pede, num tom ao mesmo tempo lisonjeiro e passivo-agressivo, que “pense na vida em comum que temos vivido”. Mas a indicação mais clara de seus sentimentos é a seguinte: ao arrumar suas próprias coisas que deveriam ser enviadas a Phoenix, ele também arrumou e despachou os livros e instrumentos de Kallenbach. Câmara Alta fica magoado quando Câmara Baixa pede que eles lhe sejam devolvidos. Mesmo assim, não desiste.

Como veremos, isso não é o fim. Kallenbach mergulha na última e maior campanha de satyagraha de Gandhi na África do Sul, e depois dá mostras de recuar de novo, incomodado com o apego de Gandhi a um clérigo britânico, Charles F. Andrews. “Embora eu ame e tenha quase adoração por Andrews”, Gandhi escreve, “eu não trocaria você por ele. Você continua a ser o mais querido e mais próximo a mim. [...] Eu sei que em minha viagem solitária pelo mundo você será o último a me dizer adeus (ou não dirá isso nunca). Que direito eu tinha de esperar tanto de você?”

Tanto o quê, é o que tentamos descobrir. A resposta só pode ser amor, devoção, apoio incondicional. Nas palavras de Gandhi, Kallenbach era “homem de sentimentos fortes, amplas afinidades e uma simplicidade infantil”. Em outra ocasião, queixou-se da “sensibilidade mórbida” do amigo, referindo-se, ao que parece, a seus ciúmes e também a sua suscetibilidade a outras influências. Três meses antes de deixar a África do Sul, Gandhi mais uma vez garante a sua alma gêmea: “Você será sempre você e só você para mim. Eu lhe disse que você terá de me abandonar, e não eu a você.” Enfim, Kallenbach sucumbe. Viaja com Gandhi quando este deixa o país, com a intenção, logo frustrada, de acompanhá-lo até a Índia.
21 de maio de 2012

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