"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 18 de junho de 2012

HÉLIO FERNANDES, NA INTERNET: COAUTOR DE ARTIGOS EM 2012

O problema de assegurar a integridade e a autenticidade de textos através da Internet me parece não ter solução, se a ética não prevalecer na navegação eletrônica. Os sites e blogs são livres para serem reproduzidos, tornando-se comum o fato de alguém gostar de determinada matéria e enviá-la para amigos ou colocá-las em sua rede de relacionamento.
Não estou me referindo a direitos autorais para finalidade comercial. Isso pode acontecer, mas não é este o tema do artigo que hoje publico.

Refiro-me à integridade dos textos nos respectivos contextos. Aconteceu há poucos dias com Helio Fernandes, por exemplo. O internauta Nelson Montanha (ngmontanha@gmail.com) reproduziu textos do jornalista fora das situações às quais eram destinadas.
O alvo foi o empresário Eike Batista. Montanha poderia, a manifestação do pensamento é livre, a imprensa também, voltar-se contra o novo monsieur banco de René Clair, personagem central do filme “O Último Milionário”.

Importantes foram as considerações de Montanha sobre a fortuna colossal de Eike Batista. Me parece que, ao longo da narrativa, na realidade uma comédia ou quase isso, o leitor fica em dúvida quando o autor é HF ou NM. Tais são as interlocuções e interconexões.

O titular do site reporta-se inclusive a artigos de Helio Fernandes contra Eliezer Batista, pai de Eike, quando presidiu a Vale do Rio Doce no governo Juscelino, em 1957. Eike Batista era ainda um bebe. Francamente não vejo relação política ou administrativa entre Eliezer de ontem e o Eike de hoje, a não ser a transmissão de conhecimentos essenciais sobre a mineração no país, trilha principal do sucesso do homem mais rico do Brasil. E que anuncia tornar-se, dentro de dez anos, o mais rico do mundo.

Eike deseja superar Carlos Slim, que acaba de adquirir 49% da Net, Warren Buffet, Rudolf Murdoch, George Soros, além dos banqueiros de Wall Street, cujas faces não são do conhecimento público. Coloco também, neste caso, por mero palpite, Ted Turner, da Fox Incorporation. Talvez ainda Donald Trump, que dá seu nome a luxuoso edifício na Quinta Avenida.

Nelson Montanha pesquisou atentamente a atuação de Eliezer, segundo Helio Fernandes. Neste ponto tornou-se um bom pesquisador. Mas em 12 de junho, portanto há poucos dias, NM afirma que Hélio Fernandes voltou a escrever neste site, o que, na verda não ocorreu. E, a partir de uma espécie de retorno do Conde de Montecristo, de Alexandre Dumas pai, Montanha vai narrando junto com HF a novela Eliezer-Eike.

Acredito que Montanha poderia ter baseado mais nitidamente sua ofensiva contra o homem mais rico do Brasil, de forma mais pessoal no sentido da autoria. Pois o texto de 12 de junho é muito mais de NM que de HF. Ele não necessitava obter licença para recorrer ao passado, porém deveria ter iluminado melhor seu impulso pessoal do presente. Afinal de contas Hélio Fernandes e Nelson Montanha não escreveram juntos o artigo a que me refiro. Bastaria separar mais claramente as afirmações. Dar a HF o que é de HF. E a si próprio o que é de Nelson Montanha. Apenas isso.
Fica assinalado mais este exemplo. Há centenas de milhares de outros nas páginas e telas da Internet. Não tem solução. Que fazer?

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