"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 18 de junho de 2012

A EUROPA RESPIRA UM POUCO MAIS ALIVIADA

Um fio de esperança na Grécia com vitória dos conservadores

A Europa respira um pouquinho mais aliviada. O partido conservador Nova Democracia, favorável às medidas de austeridade necessárias para manter a Grécia na Zona do Euro, venceu a eleição deste domingo. Com 29,7% dos votos, deve obter 129 cadeiras no Parlamento. Logo atrás vem o esquerdista radical Syriza. Com 26,9%, terá 71 lugares. Era o grande bicho-papão na disputa.

A legenda prega a saída da Grécia da Zona do Euro e se opõe ao pacote se sacrifícios para tirar o país do atoleiro. A diferença no número de parlamentares é grande, embora estejam próximos no percentual de votação, porque, segundo as leis do país, o partido vencedor recebe um bônus de 50 cadeiras.

Se a Nova Democracia conseguir, como se espera, uma coalizão com o esquerdista moderado Pasok (12,3%, 33 cadeiras), já se pode formar um novo governo. Até a noite deste domingo, o Pasok resistia e pedia que se dialogasse também com o Syriza. Esforço inútil. Alexis Tsipras, líder do partido, já avisou que seu grupo está na oposição e lutará contra as medidas de austeridade.

O eleitorado grego, por um pequeno percentual de votos, pode ter livrado o mundo de um belo solavanco. Ninguém sabe ao certo o impacto que teriam uma eventual saída da Grécia da Zona do Euro e o calote total. Coisa boa ou inócua certamente não seria.

A situação grega, de todo modo, é desesperadora. É bom notar que um sinal claro às medidas contou com o apoio de menos de um terço do eleitorado. De todo modo, parece que o pior cenário, se não está descartado, foi ao menos adiado.

18 de junho de 2012
Por Reinaldo Azevedo

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