Está ficando cada vez mais interessante a eleição em São Paulo. Faltando menos de 15 dias para o prazo fatal das candidaturas, o PSB ainda não formalizou apoio ao petista Fernando Haddad, apenas anunciou que o fará, inclusive oferecendo a deputada federal Luiza Erundina para compor a chapa, como vice.
A notícia é auspiciosa para Lula, Dilma e o PT, pois é o PSB primeiro partido a apoiar Fernando Haddad em São Paulo, enquanto ali pertinho, em São Bernardo do Campo, o prefeito Luiz Marinho conseguiu 19 partidos para ajudá-lo a se reeleger.
Erundina é um reforço importante, não há dúvida, especialmente porque já foi prefeita e tem prestígio na capital. Para ela, também é muito positivo participar da campanha, porque, mesmo que Haddad não ganhe, Erundina ganha exposição na mídia e visibilidade política, fortalecendo sua campanha para a Câmara Federal em 2014.
Toda essa manobra tem sido cuidadosamente armada pelo presidente do PSDB, Eduardo Campos, que está de olho no Planalto. Seu raciocínio é cartesiano: se Collor conseguiu ser presidente, saindo de Alagoas, por que ele não conseguiria, saindo de um Estado importante como Pernambuco. Na teoria, a coisa até funciona; resta saber na prática.
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APRESENTANDO A CONTA
Com essa estratégia de lançar Erundina para apoiar Haddad, o PSB consegue acalmar o PT e aproveita para fazer mais exigências a Lula e ao Planalto. e seguindo na mesma balada, o PP de Paulo Maluf também se aproxima para levar sua parte nesse latifúndio, vejam a que ponto o PT chegou. Enquanto isso, o PCdoB arma o bote fatal, na dúvida se apoia Haddad ou insiste na candidatura de Netinho de Paula.
Detalhe importante: reparem que PSB, PP e PCdoB deixaram para fazer acordo na chamada undécima hora, para se valorizarem ao máximo, em função da fraqueza de Haddad, que agora é que chega aos oito pontos na pesquisa Datafolha, em empate técnico com Soninha Franchine (PPS), Netinho de Paula (PCdoB), Gabriel Chalita (PMDB) e Paulinho da Força (PDT).
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PSB DEU UM SHOW
É preciso reconhecer que nessa política rasteira de bastidores, o governador pernambucano Eduardo Campos deu um olé nos demais partidos. Fez uma confusão tão grande que está conseguindo apoiar, ao mesmo tempo, os candidatos Haddad e Serra. Qualquer um que vencer, não importa, o PSB estará beneficiado.
Ao contrário do que parece, o lançamento de Luiza Erundina não significa que o PSB vai apoiar Kassab, pois o partido dito socialista continua coligado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).
O único integrante do PSB que deixou o governo Alckmin foi o secretário de Turismo Márcio França, que é deputado federal e reassumiu na Câmara, mas já se comprometeu com Alckmin a voltar logo após as eleições. E o próprio Alckmin imediatamente deu declarações anunciando que a vaga dele está reservada.
Ou seja, o PSB aposta em Haddad e Serra simultaneamente e só espera o resultado do páreo para cobrar as apostas, seja qual for o vencedor. Genial.
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