Ainda que a presidente Dilma não tenha avançado uma palavra sequer sobre vir a ser candidata à reeleição, a natureza das coisas indica que sim. Ainda mais depois que o Lula anunciou só disputar o palácio do Planalto se a sucessora não quiser. Claro que ela quer.
Mesmo nas preliminares de incerteza a respeito do crescimento do PIB e da queda do desenvolvimento nacional, e a menos que sobrevenha crise de amplas proporções, a popularidade da presidente mostra que se as eleições fossem hoje, ela venceria facilmente no primeiro turno. Amanhã, não se sabe.
É entre essas duas paralelas que se encontram os tucanos. Diante da certeza da reeleição de Dilma, arriscariam sua melhor munição, no caso o senador Aécio Neves e, com um pouco de boa vontade, José Serra? Ambos estarão empenhados na disputa apenas se a economia nacional entrar em colapso. Nesse caso, terão chances razoáveis.
Caso contrário, a Aécio sempre se abrirá a alternativa de continuar no Senado ou de disputar outra vez o governo de Minas. Para acomodar José Serra, a opção da quase conquistada prefeitura de São Paulo. Nessa hora, para simples figuração, o PSDB buscaria no banco algum governador capaz de não fazer feio ao entrar em campo.
Sobra, na hipótese do fracasso do governo dos companheiros, o PMDB. Michel Temer admitiria manter a aliança com o PT diante da sombra da derrota? Entre disputar a vice-presidência podendo perder, não valeria à pena arriscar a candidatura própria? Dele ou de quem mais? A safra parece restrita, desde que a frágil tropa de choque peemedebista matou três vezes no nascedouro a única opção viável, o hoje senador Roberto Requião.
De todas essas ilações capazes de ser desfeitas por um inusitado qualquer, conclui-se que a próxima sucessão corre o risco de tornar-se insossa, amorfa e inodora. Já se foram os tempos das grandes disputas e tertúlias, em especial para quem assistiu as campanhas de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e, depois do interregno militar, o próprio Fernando Collor batendo Lula, Brizolla, Ulysses, Aureliano, Covas e Maluf.
A pasmaceira veio a seguir, com Fernando Henrique derrotando duas vezes o Lula e este dando a volta por cima em José Serra e Geraldo Alckmin. Aqui para nós, bem que uma sucessão apimentada faz falta, mas, pelo jeito, ainda não será dessa vez…
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A BATALHA SERÁ NO PLENÁRIO
Se houver número, o Conselho de Ética do Senado, hoje, votará pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres. A verdadeira batalha, no entanto, será travada no plenário. Há quem suponha poder a votação verificar-se antes do recesso de 15 de julho, mas não poucas as chances. O mais provável é agosto, mas antes da aprovação da PEC que extinguirá o voto secreto nas decisões parlamentares.
O resultado é que o representante de Goiás poderá agir com mais desenvoltura, pedindo a muitos colegas que não condenem ou, ao menos, que se ausentem no dia da votação. A decisão do Senado coincidirá com o julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal. Já imaginaram se todo mundo escapar?
Mesmo nas preliminares de incerteza a respeito do crescimento do PIB e da queda do desenvolvimento nacional, e a menos que sobrevenha crise de amplas proporções, a popularidade da presidente mostra que se as eleições fossem hoje, ela venceria facilmente no primeiro turno. Amanhã, não se sabe.
É entre essas duas paralelas que se encontram os tucanos. Diante da certeza da reeleição de Dilma, arriscariam sua melhor munição, no caso o senador Aécio Neves e, com um pouco de boa vontade, José Serra? Ambos estarão empenhados na disputa apenas se a economia nacional entrar em colapso. Nesse caso, terão chances razoáveis.
Caso contrário, a Aécio sempre se abrirá a alternativa de continuar no Senado ou de disputar outra vez o governo de Minas. Para acomodar José Serra, a opção da quase conquistada prefeitura de São Paulo. Nessa hora, para simples figuração, o PSDB buscaria no banco algum governador capaz de não fazer feio ao entrar em campo.
Sobra, na hipótese do fracasso do governo dos companheiros, o PMDB. Michel Temer admitiria manter a aliança com o PT diante da sombra da derrota? Entre disputar a vice-presidência podendo perder, não valeria à pena arriscar a candidatura própria? Dele ou de quem mais? A safra parece restrita, desde que a frágil tropa de choque peemedebista matou três vezes no nascedouro a única opção viável, o hoje senador Roberto Requião.
De todas essas ilações capazes de ser desfeitas por um inusitado qualquer, conclui-se que a próxima sucessão corre o risco de tornar-se insossa, amorfa e inodora. Já se foram os tempos das grandes disputas e tertúlias, em especial para quem assistiu as campanhas de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e, depois do interregno militar, o próprio Fernando Collor batendo Lula, Brizolla, Ulysses, Aureliano, Covas e Maluf.
A pasmaceira veio a seguir, com Fernando Henrique derrotando duas vezes o Lula e este dando a volta por cima em José Serra e Geraldo Alckmin. Aqui para nós, bem que uma sucessão apimentada faz falta, mas, pelo jeito, ainda não será dessa vez…
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A BATALHA SERÁ NO PLENÁRIO
Se houver número, o Conselho de Ética do Senado, hoje, votará pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres. A verdadeira batalha, no entanto, será travada no plenário. Há quem suponha poder a votação verificar-se antes do recesso de 15 de julho, mas não poucas as chances. O mais provável é agosto, mas antes da aprovação da PEC que extinguirá o voto secreto nas decisões parlamentares.
O resultado é que o representante de Goiás poderá agir com mais desenvoltura, pedindo a muitos colegas que não condenem ou, ao menos, que se ausentem no dia da votação. A decisão do Senado coincidirá com o julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal. Já imaginaram se todo mundo escapar?
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