Da mesma maneira como “vestiu à vera” as camisas dos times e da Seleção
Brasileira, o deputado Romário (PSB-RJ) resolveu assumir oficialmente o figurino
de político.
Admite que até acostumou com o terno, algo impensável para alguém conhecido pelas chuteiras, meiões ou sandálias de dedo. Mantém, contudo, a língua afiada e critica a CPI mista do Cachoeira: “Mais uma vez, o povo vai se decepcionar, com certeza”, disse, em entrevista exclusiva ao Correio.
Durante papo de quase 45 minutos (um tempo inteiro de futebol fora os acréscimos), reclamou que não tem espaço no PSB — “a minha relação com eles é zero” — e jurou que está apaixonado por Brasília — “você pode até não acreditar porque às vezes eu também não acredito nas pessoas”.
Qual sua avaliação sobre a CPI mista do Cachoeira?
Era para ser um grande exemplo. Mas pelo que a gente vê, ouve e percebe, muitos dos que deveriam pagar pelas coisas que fizeram poderão se safar. Mais uma vez, o povo vai se decepcionar, com certeza.
É possível ser, na política, tão autêntico como o senhor era no futebol?
Tanto é possível que eu continuo sendo o mesmo Romário, falando aquilo que vejo e acredito. Por causa disso, não tenho nenhum espaço no partido. Talvez alguns grandes do PSB estejam achando que estou crescendo acima do que eles esperavam. A minha relação com eles é zero.
Essa postura atrapalha?
Atrapalha inclusive dentro da Câmara, porque tem alguns colegas que não estão acostumados a ouvir algumas coisas. Não tenho como mudar. O dia que eu acordar e falar: “Mudei”, vou parar de falar e com certeza as pessoas vão imaginar: “Esse cara tá corrompido”. E uma coisa que a política não vai fazer é me corromper.
Como surgiu o interesse pela política?
Comecei a prestar atenção em política depois do nascimento da minha filha Ivy (portadora da síndrome de Down). Comecei a ver a Constituição, estudar os direitos que essas pessoas têm e que não são cumpridos. Como ex-jogador, ídolo, sabia que poderia dar uma contribuição maior ao assunto.
Algum outro assunto interessa ao senhor?
Eu vim da favela, alguns amigos meus morreram por drogas. Tem o crack invadindo o país. Nunca quis ser exemplo para ninguém, mas eu sou meio que espelho para essas pessoas, esses jovens, que sabem de onde eu vim e, pelo esporte, consegui chegar aonde cheguei.
Pensa em política pós-2014?
Quando eu jogava no Vasco e ia jogar contra o Olaria, eu pensava no Olaria. Três semanas depois o jogo era contra o Flamengo. Claro que era um clássico. Mas eu só pensava no Flamengo quando acabava o jogo anterior. Política é mais ou menos por aí. Eu penso em lutar muito nestes últimos dois anos por essas causas que eu acredito. Em julho de 2014, eu vou ter que decidir.
O senhor chegou a manifestar o desejo de ser candidato a prefeito do Rio?
Foi feita uma pesquisa espontânea e meu nome apareceu em terceiro lugar. Muitos deputados estaduais e vereadores do partido falaram que poderia ser uma maneira de o PSB crescer mais no município. Até hoje, sete meses depois, estou esperando a resposta do presidente do meu partido.
Está preparado para ser prefeito?
Há seis meses, eu achava que não. Hoje, eu entendo que, para ser um bom administrador, você tem que ter um grande grupo trabalhando para você. Pessoas técnicas, capazes.
Admite que até acostumou com o terno, algo impensável para alguém conhecido pelas chuteiras, meiões ou sandálias de dedo. Mantém, contudo, a língua afiada e critica a CPI mista do Cachoeira: “Mais uma vez, o povo vai se decepcionar, com certeza”, disse, em entrevista exclusiva ao Correio.
Durante papo de quase 45 minutos (um tempo inteiro de futebol fora os acréscimos), reclamou que não tem espaço no PSB — “a minha relação com eles é zero” — e jurou que está apaixonado por Brasília — “você pode até não acreditar porque às vezes eu também não acredito nas pessoas”.
Qual sua avaliação sobre a CPI mista do Cachoeira?
Era para ser um grande exemplo. Mas pelo que a gente vê, ouve e percebe, muitos dos que deveriam pagar pelas coisas que fizeram poderão se safar. Mais uma vez, o povo vai se decepcionar, com certeza.
É possível ser, na política, tão autêntico como o senhor era no futebol?
Tanto é possível que eu continuo sendo o mesmo Romário, falando aquilo que vejo e acredito. Por causa disso, não tenho nenhum espaço no partido. Talvez alguns grandes do PSB estejam achando que estou crescendo acima do que eles esperavam. A minha relação com eles é zero.
Essa postura atrapalha?
Atrapalha inclusive dentro da Câmara, porque tem alguns colegas que não estão acostumados a ouvir algumas coisas. Não tenho como mudar. O dia que eu acordar e falar: “Mudei”, vou parar de falar e com certeza as pessoas vão imaginar: “Esse cara tá corrompido”. E uma coisa que a política não vai fazer é me corromper.
Como surgiu o interesse pela política?
Comecei a prestar atenção em política depois do nascimento da minha filha Ivy (portadora da síndrome de Down). Comecei a ver a Constituição, estudar os direitos que essas pessoas têm e que não são cumpridos. Como ex-jogador, ídolo, sabia que poderia dar uma contribuição maior ao assunto.
Algum outro assunto interessa ao senhor?
Eu vim da favela, alguns amigos meus morreram por drogas. Tem o crack invadindo o país. Nunca quis ser exemplo para ninguém, mas eu sou meio que espelho para essas pessoas, esses jovens, que sabem de onde eu vim e, pelo esporte, consegui chegar aonde cheguei.
Pensa em política pós-2014?
Quando eu jogava no Vasco e ia jogar contra o Olaria, eu pensava no Olaria. Três semanas depois o jogo era contra o Flamengo. Claro que era um clássico. Mas eu só pensava no Flamengo quando acabava o jogo anterior. Política é mais ou menos por aí. Eu penso em lutar muito nestes últimos dois anos por essas causas que eu acredito. Em julho de 2014, eu vou ter que decidir.
O senhor chegou a manifestar o desejo de ser candidato a prefeito do Rio?
Foi feita uma pesquisa espontânea e meu nome apareceu em terceiro lugar. Muitos deputados estaduais e vereadores do partido falaram que poderia ser uma maneira de o PSB crescer mais no município. Até hoje, sete meses depois, estou esperando a resposta do presidente do meu partido.
Está preparado para ser prefeito?
Há seis meses, eu achava que não. Hoje, eu entendo que, para ser um bom administrador, você tem que ter um grande grupo trabalhando para você. Pessoas técnicas, capazes.
Paulo de Tarso Lyra (Correio Braziliense)
05 de junho de 2012
05 de junho de 2012
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