O banho de água fria jogado pelo governo nos servidores públicos na última sexta-feira parece não ter abalado a confiança dos líderes sindicais, que pretendem reagir. Mesmo com o corte do ponto dos grevistas ordenado pelo Palácio do Planalto, a expectativa é de que a decisão não mine a paralisação do funcionalismo, que já atinge 23 estados e o Distrito Federal.
De acordo com o diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, a intenção da base é recorrer à Justiça para legalizar a greve e abonar os pontos cortados. Uma manifestação de repúdio contra a determinação do Executivo também está na pauta dos sindicatos para esta semana.
Para o diretor da Condsef, o corte dos pontos é um erro e, a princípio, só deve atiçar ainda mais os ânimos dos servidores. "Eles estão tentando intimidar um movimento legítimo em vez de apresentar uma contraproposta às reivindicações dos servidores", reclama.
O Ministério do Planejamento, no entanto, permanece irredutível e também já enviou o seu recado: com a crise econômica mundial, não vai prever aumento de salário na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apesar de estar aberto a negociações. No próximo dia 16, um acampamento na Esplanada dos Ministérios deve mostrar se, de fato, o corte no ponto dos grevistas esfriou ou não o movimento.
E as adesões à campanha salarial continuam. Os servidores da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) cruzarão os braços por 72 horas a partir de hoje. Na Receita Federal, os analistas técnicos também pararão parcialmente os trabalhos. E os servidores da Polícia Rodoviária Federal devem fazer uma manifestação pela manhã na Esplanada.
Ontem, os servidores das agências reguladoras do DF decidiram se juntar ao movimento, que já inclui 17 estados, a partir do dia 16. O secretário da Condsef, Josenilton Costa, disse ao Correio que as agências querem a unificação das carreiras de efetivados, remanescentes dos órgãos que deram origem a elas, e os concursados. Os funcionários devem elaborar uma proposta nos próximos dias.
Correio Braziliense
10 de julho de 2012
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