A HERANÇA MALDITA DOS
DESGOVERNOS CIVIS
I
A maior diferença entre o Regime
Militar e a Fraude da Abertura Democrática é que os militares (os
antigos) tinham como proposta atender as necessidades do país nas suas relações
internacionais e as demandas sociais internas na direção da justiça social:
colocar o Brasil no cenário mundial como uma potência econômica era o seu maior
propósito a par de sua luta para impedir que os canalhas do comunismo tomassem
conta do país respondendo ao chamamento geral da sociedade em 1964, a mesma
sociedade que hoje silencia diante da absurda falência moral do poder
público.
No caso
dos presidentes civis sempre foi difícil governar e acertar o passo na direção
de um projeto de uma grande nação democrática e com justiça social, pois os
interesses a serem atendidos eram e continuam sendo os das oligarquias políticas
prostituídas e, mais recentemente, de uma burguesia sórdida nascida no pântano
comuno-sindical, que chegou ao poder financeiro e político com a eleição de
Lula.
Para
esses patifes não existe pátria e sim um objeto do desejo do enriquecimento
ilícito fundamento em um projeto de poder perpétuo, que agride frontalmente
qualquer princípio de uma democracia com alternância no poder, tendo em vista o
incontrolável aparelhamento partidário do Estado.
As
doenças que estão acabando com o futuro do país são a prostituição da política,
a corrupção e a prevaricação, que têm suas sementes plantadas e seus hediondos
frutos colhidos dentro do poder público, reconhecidamente o grande responsável
pela degeneração moral em que vive o país.
Milhares
de funcionários públicos honestos são reféns dos núcleos de poder dominados por
covis de corruptos, prevaricadores e corporativistas
sórdidos.
O Estado
tem se apresentando durante os desgovernos civis como a maior fonte de
degeneração moral das relações público-privadas, pois a impunidade recorrente e
sistemática dos corruptos e seus cúmplices da iniciativa privada – ladrões
descarados do dinheiro público – passam para a sociedade que o ilícito em regra
geral recompensa, a maioria das vezes,
regiamente.
II
Enganam-se os que acham que a herança maldita deixada
pelo desgoverno Lula para a presidente Dilma seja de caráter financeiro ou
econômico diante de um cenário mundial que se aproxima de uma profunda crise
econômica, situação inversa a que o presidente anterior passou durante todo o
seu mandato.
O que está acontecendo no país é
muito mais grave: é a miséria cultural, educacional e moral em que estamos
afundados até o pescoço.
A
deformação moral e ética das relações público-privadas, que nos transformou em
uma sociedade degenerada, é o produto direto da miséria cultural e educacional,
resultado mais relevante da fraude da Abertura
Democrática.
Como
subprodutos estão os desvios de comportamentos - a maioria de caráter ilícito -
dos agentes do Estado, aqueles que deveriam garantir aos cidadãos o direito de
ir e vir, o direito a uma moradia digna e não um gueto que somente é visitado
nas épocas de eleição ou pela polícia para combater o crime organizado, o
direito ao trabalho honesto, e o direito ao acesso à educação e à cultura, mas
sem a perversidade e a covardia do suborno político comprador de
votos.
Os
poderes da República perderam sua característica de independência e se
subordinam ao poder Executivo, que transformou a ocupação de cargos de primeiro,
segundo e terceiro escalão, depois de cada eleição, ou durante o mandato do
presidente, como o melhor instrumento de suborno das consciências daqueles que
deveriam exercer a crítica construtiva e empreendedora, assim como a recusa em
participar de atos lesivos ao país em todos os aspectos das relações
público-privadas.
Vez por
outra a OAB, que tem uma natureza não estatal, com teórica independência diante
das instituições públicas, ensaia acordar de sua letargia na defesa dos
princípios de Justiça – que no nosso país não merece ter mais esse nome,
mas acaba retornando ao seu papel de omissão diante da degeneração moral do
submundo dos ritos legais, especialmente os que envolvem os Tribunais Superiores
e os Conselhos de Justiça.
O
corporativismo sórdido se alastrou pelo país e na maioria de suas instituições
públicas ou privadas.
III
As
organizações civis, que poderiam participar da construção de uma nação que
servisse de exemplo para o mundo ocidental, estão alijadas desse objetivo e
entregues a um relacionamento refém do suborno financeiro e político que define
suas identidades com os agentes do Estado, tudo em benefício da permanência dos
desvios de conduta dos que tentam, a qualquer preço, transformar o país em um
Estado Comunista de Direito, uma Cuba
Continental.
A
mentalidade dos que estão no poder é que o fato de terem sido eleitos pelo voto
direto, mas comprado com um vergonhoso assistencialismo que está enterrando o
país em uma dívida pública sem limites, lhes dá o direito de agredir de forma
sistemática todos os mais elementares princípios morais nos seus relacionamentos
internos entre os podres poderes da República, assim como nos externos com a
sociedade, a mesma que paga o custo de um Estado que tem se caracterizado como
corrupto, incompetente, irresponsável e inconsequente, depois que os civis
assumiram o poder.
Se isso
não fosse verdade o país não estaria imerso em uma perigosa degeneração
educacional e cultural que, no final das contas, se mostra como a maior
responsável pela transformação do Brasil no paraíso do ilícito sob todas as suas
formas.
Se isso
não fosse verdade o país não estaria sendo violentado com a ocorrência média de
mais de 140 assassinatos por dia.
Se isso
não fosse verdade um repórter não passaria com uma imitação metálica de um fuzil
dentro de uma simples mala por todos os principais aeroportos do país sem ser
molestado.
Se isso
não fosse verdade as Forças Armadas não estariam subindo morros para combater o
crime organizado deixando nossas fronteiras e nossas riquezas naturais
absolutamente expostas aos aventureiros que enxergam nosso país como um “oásis”
a ser conquistado.
Se isso
não fosse verdade a segurança e a saúde pública não estariam mergulhados no
caos.
As
verdadeiras heranças malditas, uma delas deixada de forma cumulativa pelos
desgovernos civis e as outra, deixada pelo desgoverno Lula, foram
respectivamente: a desqualificação operacional e constitucional das Forças
Armadas, e a permissividade prostituta da política que induz que o Estado seja
reconhecido pela opinião pública como um covil de bandidos de todos os
matizes.
Estamos
perplexos pelo fato da miséria moral, ética, cultural e educacional ter tomado
conta relações público-privadas de forma tão impune e
avassaladora.
Este
processo poderá levar décadas para ser desfeito, se houver alguma tentativa
séria da sociedade de reverter o caos - nos aspectos citados - em que se
encontra o país.
Geraldo
Almendra
10/01/2011
(13 de julho de 2012)
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