"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 13 de julho de 2012

NARCOTERROR E CHÁVEZ, DUAS PRAGAS QUE AMEAÇAM A AMÉRICA LATINA E AS ADVERTÊNCIAS DO COMANDANTE DAS FFAA DOS EEUU


Comandante Douglas Fraser
O combate às Farc trouxe como efeito colateral o transbordamento das atividades de narcoguerrilheiros para países vizinhos, como Peru e Bolívia. Isso, associado ao novo poder dos cartéis do tráfico no México, é a maior ameaça à estabilidade na América do Sul hoje.
As palavras são do general Douglas Fraser, que chefia o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, responsável pela estratégia militar americana ao sul do México. Ele falou ao jornal Folha de S. Paulo na quarta à noite, antes do incidente com o Super Tucano na Colômbia.


Desde os anos 90, os EUA são os fiadores da política colombiana de combate às Farc, que desarticulou a cadeia de comando do grupo.
Mas a questão do narcoterrorismo segue viva na região, como Fraser admite, até porque a atividade no México estimulou novas associações criminosas e rotas de tráfico.
"Nosso foco é esse.
O crime traz instabilidade no Caribe e na América Central e pode descer para cá. Como a Colômbia focou nisso, traficantes de lá estão indo para o Peru e a Bolívia. É um problema que nenhum país pode resolver sozinho", afirma o general de 59 anos. 
 
PARAGUAI
 
Preocupado com a influência de Hugo Chávez na região, Fraser aplaudiu a reação dos militares paraguaios à aproximação da Venezuela durante o processo que levou ao impeachment do presidente Fernando Lugo em junho.
 
"O apoio dos militares foi à Constituição, e não a uma posição política. É uma mensagem muito forte", disse. Ele ressalvou que falava a partir de relatos indiretos.
 
A aprovação americana ao impeachment, visto como antidemocrático por vizinhos como o Brasil, causou as usuais suspeitas nos governos à esquerda da região.
 
O tema da cessão aos EUA de uma base aérea no Paraguai voltou à tona. "Não há isso", diz Fraser. A base de Mariscal Estigarribia teve presença americana na década passada, para treinamento.
 
Mas o general é dúbio quando perguntado sobre o interesse americano. "Interessa para todos nós combater o crime transnacional."
Já o terrorismo islâmico na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai é minimizado.
 
"Minha preocupação com a ação do Irã aqui é a presença do Hizbollah libanês e do Hamas palestino [aliados de Teerã]. Mas não vi indicação de conexão operacional na região. O Hizbollah está envolvido com atividades ilícitas para financiamento. Isso pode mudar? Pode, por isso ficamos de olho neles", diz.
 
O general esteve discretamente no Brasil para discutir vigilância regional e visitou a Embraer, que quer vender Super Tucanos aos EUA e é parceira da Boeing, que visa fornecer caças ao Brasil.
 
A revisão da doutrina militar americana em janeiro mirou no Pacífico, visando a China. Então o hemisfério Sul será secundário, e a Quarta Frota naval recriada em 2008 pode ser desativada? "Nosso engajamento não vai mudar."
 
 
MEU COMENTÁRIO: Esta semana Obama disse que não via Chávez como uma ameaça à segurança dos Estados Unidos, no que foi, inclusive censurado pelo seu oponente na corrida presidencial.
 
13 de julho de 2012
in aluizio amorim

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