Vou lhe fazer uma pergunta a você leitor que me acompanha quase diariamente. Será que o senhor ou a senhora assistiu ao depoimento do prefeito de Palmas esta semana pela televisão na CPI do Cachoeira? Pois bem, caso não, vou lhe fazer um resumo seguido de outra pergunta.
A questão central é: por que o Prefeito de Palmas, Raul Filho ligado ao PT, foi convocado para a CPI do Cachoeira? O prefeito, sua excelência, com todo o respeito, foi convocado após a liberação de um vídeo (foi filmado) exibido nas televisões em que o mesmo quando ainda era um pré-candidato foi flagrado conversando com Carlinhos Cachoeira (o mesmo que sozinho, sozinho continua preso – é bom destacar que ele não tem cargo politico), veja bem, conversando com o próprio Carlinhos Cachoeira combinando favorecimento para o grupo de Cachoeira. Após ser eleito a empresa Delta apontada pela Policia Federal como pertencente ao esquema do Cachoeira, foi “favorecida” com contratos sem licitação de mais de 100 milhões de reais.
Agora vem a parte mais folclórica do depoimento. Na CPI o próprio prefeito além de negar (apesar da evidência do vídeo) disse que não sabia direito quem era Carlinhos Cachoeira. Pode isso? Um candidato a Prefeito vai conversar com alguém no seu gabinete para falar de valores financeiros e diz que não conhecia o interlocutor? E o pior, ou o folclórico é que o prefeito terminou usando estas palavras na CPI, leiam: “Fui certo sem saber em que área ele atuava. Isso realmente é indecente. Eu tive a infelicidade de ser filmado”. Mas perai, como é que alguém diz “eu tive a infelicidade de ser filmado” e terminado o depoimento sai tranqüilamente para casa?
Agora eu lhe faço outra pergunta: em país sério (você pode rir e dizer com ironia, “mas este não é o caso do Brasil”. Concordo, mas vamos imaginar que sim) não era para terminado o depoimento ser chamada a policia e a mesma colocar algemas nos braços do prefeito e o levado preso? Mas isso é dinheiro do contribuinte, do povo, dinheiro suado, pelo trabalho, e que vai para os chamados “cofres públicos”, que de público não tem nada, e fica tudo por isso mesmo. Como é possível?
Muitos dizem, alguns amigos inclusive, “Laurence é inútil, esse país não muda, você está perdendo seu tempo, escreva sobre outras coisas, literatura, por exemplo,”. Bom, não sei o que você que me acompanha acha disso, mas eu não penso assim, e acho que com o silêncio a coisa é ainda pior. Utopia? Pode ser.
Agora teremos eleições novamente para prefeito das cidades. Muitos dos candidatos já foram acusados das piores coisas. Escândalos e mais escândalos. Será o que o seu candidato já foi acusado também? E se foi, você acha que o mesmo merece seu voto? Bom, alguém com um senso mais realista (nessa horas o que há de “realistas” é um caso sério) pode dizer: “é inútil o povo não sabe dessas coisas e quando quer votar não tem que o faça desistir”. Pode ser verdade. E até diria, em muito é. Mas não totalmente.
E mais: sabemos que propaganda política é uma forma de maquiagem, transformando candidatos em “produtos de limpeza”. Fazem (o marketing) uma verdadeira assepsia, ainda que a verdade sempre venha e se imponha. Não se engana a todos o tempo todo. Vender uma idéia com argumentos retóricos pode ser uma boa maneira de maquiar ou distribuir ilusões. Mas é preciso lembrar ou confiar que uma democracia não é totalitarismo (ainda que muitos queiram) com uma única opinião. Há forças outras em movimento. Quem sabe haja espaço para elas.
Laurence Bittencourt
13 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: Raul Filho & Cachoeira
A questão central é: por que o Prefeito de Palmas, Raul Filho ligado ao PT, foi convocado para a CPI do Cachoeira? O prefeito, sua excelência, com todo o respeito, foi convocado após a liberação de um vídeo (foi filmado) exibido nas televisões em que o mesmo quando ainda era um pré-candidato foi flagrado conversando com Carlinhos Cachoeira (o mesmo que sozinho, sozinho continua preso – é bom destacar que ele não tem cargo politico), veja bem, conversando com o próprio Carlinhos Cachoeira combinando favorecimento para o grupo de Cachoeira. Após ser eleito a empresa Delta apontada pela Policia Federal como pertencente ao esquema do Cachoeira, foi “favorecida” com contratos sem licitação de mais de 100 milhões de reais.
Agora eu lhe faço outra pergunta: em país sério (você pode rir e dizer com ironia, “mas este não é o caso do Brasil”. Concordo, mas vamos imaginar que sim) não era para terminado o depoimento ser chamada a policia e a mesma colocar algemas nos braços do prefeito e o levado preso? Mas isso é dinheiro do contribuinte, do povo, dinheiro suado, pelo trabalho, e que vai para os chamados “cofres públicos”, que de público não tem nada, e fica tudo por isso mesmo. Como é possível?
Muitos dizem, alguns amigos inclusive, “Laurence é inútil, esse país não muda, você está perdendo seu tempo, escreva sobre outras coisas, literatura, por exemplo,”. Bom, não sei o que você que me acompanha acha disso, mas eu não penso assim, e acho que com o silêncio a coisa é ainda pior. Utopia? Pode ser.
Agora teremos eleições novamente para prefeito das cidades. Muitos dos candidatos já foram acusados das piores coisas. Escândalos e mais escândalos. Será o que o seu candidato já foi acusado também? E se foi, você acha que o mesmo merece seu voto? Bom, alguém com um senso mais realista (nessa horas o que há de “realistas” é um caso sério) pode dizer: “é inútil o povo não sabe dessas coisas e quando quer votar não tem que o faça desistir”. Pode ser verdade. E até diria, em muito é. Mas não totalmente.
E mais: sabemos que propaganda política é uma forma de maquiagem, transformando candidatos em “produtos de limpeza”. Fazem (o marketing) uma verdadeira assepsia, ainda que a verdade sempre venha e se imponha. Não se engana a todos o tempo todo. Vender uma idéia com argumentos retóricos pode ser uma boa maneira de maquiar ou distribuir ilusões. Mas é preciso lembrar ou confiar que uma democracia não é totalitarismo (ainda que muitos queiram) com uma única opinião. Há forças outras em movimento. Quem sabe haja espaço para elas.
Laurence Bittencourt
13 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: Raul Filho & Cachoeira
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