DIRCEU, O CALAZANS
Seu Calazans, dono do hotel Calazans, era o homem mais rico de Penedo, em Alagoas. Getúlio ficou lá na campanha eleitoral de 50. Depois do comício, o povo queria falar com Getúlio, pedir dinheiro.
O senador Hidelbrando Falcão, chefe político de Penedo, resolveu afastar o povo dali, para Getúlio poder dormir:
- Minha gente, o doutor Getúlio está cansado, foi repousar e não é direito vocês pedirem dinheiro a ele. Fiquem tranqüilos que amanhã, logo que ele viajar, seu Calazans distribuirá um dinheiro que ele vai deixar para vocês.
Uma semana depois, seu Calazans teve que passar uma temporada em Maceió. Ninguém conseguiu convencer o povo de que ele não tinha ficado com o dinheiro de Getúlio.
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WALDOMIRO DINIZ
O ex-ministro José Dirceu está sofrendo as agruras de ser o seu Calazans de Lula. A corrupção subiu a rampa. O dramático no escândalo do Waldomiro Diniz não foi que um mala-preta tenha sido pego com a boca na botija, tomando dinheiro do crime organizado para o PT. Sempre houve, sempre haverá. O terrível é que tenha sido promovido a subchefe da Casa Civil exatamente por causa disso, premiado para o crime.
O País então aprendeu que há muito o PT perdeu a virgindade, jogou na lixeira a ética que tanto alardeava. Os seis cadáveres de Santo André, inclusive o brilhante intelectual Celso Daniel, continuam boiando na lama de uma caixinha instalada na prefeitura para “fazer caixa” para o PT.
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PT E A MÁFIA
Apesar de todo o malabarismo dos porta-lobby, não deu mais para esconder que Waldomiro não era um autônomo, não trabalhava por conta própria. No primeiro dia, as TVs fizeram saracoteios para insinuar que ele era “do Ministério da Coordenação Política, do ministro Aldo Rebelo”.
O tucano Merval Pereira, no “Globo”, fez pior: chamou-o de “alto assessor parlamentar”, como se fosse um problema do Congresso. E o José Genoino, o Sebastião Curió de estrela vermelha, também apelou para a audácia: “Nossos candidatos prestaram contas ao Tribunal Superior Eleitoral”.
Ora, dá-se, como diziam os de muito antigamente. O Luis Estevão também prestou contas. Jader Barbalho, Roriz, Flamarion, Hidelbrando Pascoal, todos sempre prestaram contas ao TSE, que é uma noviça eleitoral.
O PT insistia nos pequenos valores: R$ 150 mil para uma, R$ 150 mil para outra, R$ 100 mil para outro, 1% para o Waldomiro. Mixarias, dizem. Mas isso é o mínimo que a gravação publicada pela “Época” revelava, como pré-estreia do Mensalão.
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CACHOEIRA ESTAVA DENTRO
O centro da conversa era o jogo pesado, o mercado do vídeo-bingo, das máquinas de jogo, comandado pelo crime organizado. O “banqueiro” Carlinhos Cachoeira já aparecia em cena em 2004, perguntando a Waldomiro se ele consegue “retirar Zé Renato, operador dos irmãos Alejandro e Johnny Ortiz, representantes da máfia italiana (sic) no Brasil, do vídeo-bingo”:
- “Ele pega um milhão e mais 3% do faturamento para sair fora? E um milhão e meio”?
Waldomiro responde:
“Só se botar meu nome”.
Waldomiro fala em nome de Zé Renato, “operador da máfia italiana”:
“Por isso ele não fecha. Vou te fazer uma proposta: um, um, um e mais os 3%”. (Quer dizer, um milhão, mais um milhão, mais um milhão e os 3%. Cachoeira propõe 2,5 milhões e Waldomiro aceita, estende a mão, cumprimentam-se, fecham o negócio: “Tá bom, tá fechado”).
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FAZENDO CAIXA
Waldomiro falava pela máfia do jogo, fechava negócios em nome do vídeo-bingo. E pedia para ele 1% do total. Cachoeira prometia. Será que algum anjinho acredita que Waldomiro brigou pelos R$ 3 milhões e mais 3% do faturamento total para dar tudo ao Zé Renato? O que é que ele é dele?
É evidente que Waldomiro estava ali “fazendo caixa” para o PT. Os R$ 400 mil para os três candidatos eram mesmo mixaria. O tutu verdadeiro, para o PT, vinha dos R$ 3 milhões e dos 3% do faturamento total. E conseguiu com tal sucesso que, eleito Lula, é promovido a subchefe da Casa Civil. Para fazer o quê? Continuar sendo o homem da máfia do jogo no governo.
Seu Calazans, dono do hotel Calazans, era o homem mais rico de Penedo, em Alagoas. Getúlio ficou lá na campanha eleitoral de 50. Depois do comício, o povo queria falar com Getúlio, pedir dinheiro.
O senador Hidelbrando Falcão, chefe político de Penedo, resolveu afastar o povo dali, para Getúlio poder dormir:
- Minha gente, o doutor Getúlio está cansado, foi repousar e não é direito vocês pedirem dinheiro a ele. Fiquem tranqüilos que amanhã, logo que ele viajar, seu Calazans distribuirá um dinheiro que ele vai deixar para vocês.
Uma semana depois, seu Calazans teve que passar uma temporada em Maceió. Ninguém conseguiu convencer o povo de que ele não tinha ficado com o dinheiro de Getúlio.
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WALDOMIRO DINIZ
O ex-ministro José Dirceu está sofrendo as agruras de ser o seu Calazans de Lula. A corrupção subiu a rampa. O dramático no escândalo do Waldomiro Diniz não foi que um mala-preta tenha sido pego com a boca na botija, tomando dinheiro do crime organizado para o PT. Sempre houve, sempre haverá. O terrível é que tenha sido promovido a subchefe da Casa Civil exatamente por causa disso, premiado para o crime.
O País então aprendeu que há muito o PT perdeu a virgindade, jogou na lixeira a ética que tanto alardeava. Os seis cadáveres de Santo André, inclusive o brilhante intelectual Celso Daniel, continuam boiando na lama de uma caixinha instalada na prefeitura para “fazer caixa” para o PT.
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PT E A MÁFIA
Apesar de todo o malabarismo dos porta-lobby, não deu mais para esconder que Waldomiro não era um autônomo, não trabalhava por conta própria. No primeiro dia, as TVs fizeram saracoteios para insinuar que ele era “do Ministério da Coordenação Política, do ministro Aldo Rebelo”.
O tucano Merval Pereira, no “Globo”, fez pior: chamou-o de “alto assessor parlamentar”, como se fosse um problema do Congresso. E o José Genoino, o Sebastião Curió de estrela vermelha, também apelou para a audácia: “Nossos candidatos prestaram contas ao Tribunal Superior Eleitoral”.
Ora, dá-se, como diziam os de muito antigamente. O Luis Estevão também prestou contas. Jader Barbalho, Roriz, Flamarion, Hidelbrando Pascoal, todos sempre prestaram contas ao TSE, que é uma noviça eleitoral.
O PT insistia nos pequenos valores: R$ 150 mil para uma, R$ 150 mil para outra, R$ 100 mil para outro, 1% para o Waldomiro. Mixarias, dizem. Mas isso é o mínimo que a gravação publicada pela “Época” revelava, como pré-estreia do Mensalão.
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CACHOEIRA ESTAVA DENTRO
O centro da conversa era o jogo pesado, o mercado do vídeo-bingo, das máquinas de jogo, comandado pelo crime organizado. O “banqueiro” Carlinhos Cachoeira já aparecia em cena em 2004, perguntando a Waldomiro se ele consegue “retirar Zé Renato, operador dos irmãos Alejandro e Johnny Ortiz, representantes da máfia italiana (sic) no Brasil, do vídeo-bingo”:
- “Ele pega um milhão e mais 3% do faturamento para sair fora? E um milhão e meio”?
Waldomiro responde:
“Só se botar meu nome”.
Waldomiro fala em nome de Zé Renato, “operador da máfia italiana”:
“Por isso ele não fecha. Vou te fazer uma proposta: um, um, um e mais os 3%”. (Quer dizer, um milhão, mais um milhão, mais um milhão e os 3%. Cachoeira propõe 2,5 milhões e Waldomiro aceita, estende a mão, cumprimentam-se, fecham o negócio: “Tá bom, tá fechado”).
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FAZENDO CAIXA
Waldomiro falava pela máfia do jogo, fechava negócios em nome do vídeo-bingo. E pedia para ele 1% do total. Cachoeira prometia. Será que algum anjinho acredita que Waldomiro brigou pelos R$ 3 milhões e mais 3% do faturamento total para dar tudo ao Zé Renato? O que é que ele é dele?
É evidente que Waldomiro estava ali “fazendo caixa” para o PT. Os R$ 400 mil para os três candidatos eram mesmo mixaria. O tutu verdadeiro, para o PT, vinha dos R$ 3 milhões e dos 3% do faturamento total. E conseguiu com tal sucesso que, eleito Lula, é promovido a subchefe da Casa Civil. Para fazer o quê? Continuar sendo o homem da máfia do jogo no governo.
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