"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A FANTASIA DO AMERICANO MÉDIO

 

Uma mensagem no twitter reflete à perfeição o que pensa o americano médio: “Nós libertamos a Líbia, e agora eles retribuem desse jeito.”

A fantasia do americano médio
71 – Protesto antiguerra do Vietnã

Sim. O americano médio acredita que seu país libertou a Líbia, e também o Iraque, e também o Afeganistão etc. Os árabes, segundo essa lógica, deveriam estar agradecendo aos Estados Unidos pela sua bondosa presença na região. Se não estão fazendo isso, é porque são selvagens, fanáticos, primitivos.

É uma espécie de ilusão coletiva. O americano comum – o do Big Mac e da Coca litro, mais o saco maior de pipocas e os filmes do Stallone – entende que seu país tem uma missão civilizadora e filantrópica na Arábia e no mundo.
Os líderes dos dois partidos têm, ao longo dos anos, estimulado essa ilusão, como mais uma vez se verifica na presente campanha para as eleições presidenciais.
Enquanto a fantasia perdurar, os países árabes darão cada vez mais demonstrações de ingratidão aos benfeitores americanos. Aspas.

O horror só vai mudar quando o americano médio sair de seu longo torpor e se perguntar: o que nós fazemos para sermos tão detestados? Nos anos 1960, isso aconteceu – e foi o bastante para que a Guerra do Vietnã chegasse ao fim.
O americano médio acordou, foi às ruas, protestou e teve sucesso.
Depois, voltou a dormir, um sono que já se arrasta há quase meio século.
É mais que hora de acordar de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário