São imensuráveis os riscos que a sociedade corre ao caminhar para a polarização e a radicalização das posições, sejam elas ideológicas, religiosas ou comportamentais.
Essa história de declarar os que estão ao lado de amigos e os que estão do outro, de inimigos, não permite autocrítica, compartilhamento e, principalmente, estimula a violência – muitas vezes – por motivos extremamente banais.
Certamente, política, religião e esporte – até por serem temas apaixonantes – são áreas em que o radicalismo mais aparece em todo o mundo e em todos os tempos. Uma das capacidades humanas mais admiráveis é a de se organizar de forma coletiva em torno de um objetivo comum que não seja simplesmente a sobrevivência, como fazem os animais. Assim, a associação para a luta em favor de um ideal é a base para a organização da sociedade humana. E, por isso mesmo, também é ela que, no seu exagero, provoca grandes tragédias.
Ações e reações radicais que levam a guerras, genocídios, assassinatos, torturas e outros crimes contra a humanidade não têm explicações, mas, sem dúvida, tiveram origem em um mesmo lugar: a incapacidade de conviver com o diferente. E, neste mundo globalizado, em que tudo é cada vez mais igual, a diferença tem cada vez menos lugar.
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SISTEMA DE VIGILÂNCIA
Aquele prognóstico, explorado vastamente pela literatura e pelo cinema, de que a sociedade humana acabaria em um tipo de organização de permanente vigilância, sob os olhos do grande irmão, tem se mostrado verdadeiro. Há algum tempo, essa tese foi associada à proposta do regime comunista. Mas, agora, depois da queda do muro de Berlim e do fim da Guerra Fria e com a sociedade mundial caminhando para a consolidação dos regimes democráticos, percebe-se que o sistema de vigilância não é algo de uma ideologia específica.
O grande irmão parece ser mais um ente da sociedade moderna que, independentemente de regimes, não tolera a diferença e, por isso, a aprisiona na marginalidade.
O progresso da tecnologia e a possibilidade de a sociedade se organizar de maneira virtual facilitam o estabelecimento de conceitos e padrões dominantes que alimentam mercados, mas, principalmente, criam linhas de condutas sociais rígidas.
E são rígidas porque não são cobradas por uma autoridade, mas por alguém de mesmo nível hierárquico, alguém que está ao lado o tempo todo e em todos os lugares. Trata-se de uma supremacia do pensamento que ninguém sabe de onde veio e a que se destina. Porém, desrespeitá-la é um risco.
Essa história de declarar os que estão ao lado de amigos e os que estão do outro, de inimigos, não permite autocrítica, compartilhamento e, principalmente, estimula a violência – muitas vezes – por motivos extremamente banais.
Certamente, política, religião e esporte – até por serem temas apaixonantes – são áreas em que o radicalismo mais aparece em todo o mundo e em todos os tempos. Uma das capacidades humanas mais admiráveis é a de se organizar de forma coletiva em torno de um objetivo comum que não seja simplesmente a sobrevivência, como fazem os animais. Assim, a associação para a luta em favor de um ideal é a base para a organização da sociedade humana. E, por isso mesmo, também é ela que, no seu exagero, provoca grandes tragédias.
Ações e reações radicais que levam a guerras, genocídios, assassinatos, torturas e outros crimes contra a humanidade não têm explicações, mas, sem dúvida, tiveram origem em um mesmo lugar: a incapacidade de conviver com o diferente. E, neste mundo globalizado, em que tudo é cada vez mais igual, a diferença tem cada vez menos lugar.
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SISTEMA DE VIGILÂNCIA
Aquele prognóstico, explorado vastamente pela literatura e pelo cinema, de que a sociedade humana acabaria em um tipo de organização de permanente vigilância, sob os olhos do grande irmão, tem se mostrado verdadeiro. Há algum tempo, essa tese foi associada à proposta do regime comunista. Mas, agora, depois da queda do muro de Berlim e do fim da Guerra Fria e com a sociedade mundial caminhando para a consolidação dos regimes democráticos, percebe-se que o sistema de vigilância não é algo de uma ideologia específica.
O grande irmão parece ser mais um ente da sociedade moderna que, independentemente de regimes, não tolera a diferença e, por isso, a aprisiona na marginalidade.
O progresso da tecnologia e a possibilidade de a sociedade se organizar de maneira virtual facilitam o estabelecimento de conceitos e padrões dominantes que alimentam mercados, mas, principalmente, criam linhas de condutas sociais rígidas.
E são rígidas porque não são cobradas por uma autoridade, mas por alguém de mesmo nível hierárquico, alguém que está ao lado o tempo todo e em todos os lugares. Trata-se de uma supremacia do pensamento que ninguém sabe de onde veio e a que se destina. Porém, desrespeitá-la é um risco.
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