Artigos - Economia
E agora a América flerta com o caminho socialista. Não somos os primeiros a descer às trevas.
E não seremos os últimos.
E não seremos os últimos.
Uma séria batalha política está em curso nos Estados Unidos da América. É uma batalha pela liberdade econômica. No último dia 7 de setembro, durante um discurso proferido na Escola Secundária Osawatomie, em Osawatomie, Kansas, o Presidente Obama falou de um “certo grupo em Washington” cuja crença é a de que “o mercado vai cuidar de tudo”. É certo que dificilmente se acha alguém em Washington pronto a afirmar a crença nessa ideia, pois poucos ganhariam uma eleição defendendo tal posicionamento;
No final das contas, ambos os partidos apoiam o Estado de bem-estar social. Podemos tentar procurar um congressista ou senador apto a dizer que “o mercado vai cuidar de tudo”, mas não encontraremos. Assim, vemos que o presidente está criando um espantalho para prevalecer sobre ele em um determinado ponto acerca de um princípio.
Segundo Obama, a visão em prol do livre mercado segue-se como algo do tipo: “Se diminuirmos a regulamentação e os impostos, especialmente dos ricos, nossa economia vai se fortificar. Com certeza, dizem eles, haverão ganhadores e perdedores, mas se os ganhadores se saírem muito bem, os empregos e a prosperidade ocasionalmente escoarão para todos”. Evidentemente o presidente não concorda com essa teoria.
Ele chama ela de “uma simples teoria” que “toca no nosso sólido individualismo e no nosso saudável ceticismo em relação ao excesso de presença do governo... e serve muito bem de adesivo. Mas aqui está o problema,” diz o presidente, “Isso não funciona. Isso nunca funcionou”.
É claro que o Presidente Obama está enganado. Exorto os leitores a assistirem o documentário The Power of the Market de Milton Friedman, que mostra a capacidade que o mercado tem de tirar as pessoas da pobreza – sem regulamentações ou bem-estar social.
Em relação à capacidade governamental de resolver problemas, deve-se considerar a história econômica da União Soviética. Outro exemplo pode vir da história americana, quando o governo restringiu os negócios durante a Grande Depressão sem atingir qualquer resultado positivo; Apenas depois da eliminação do New Deal que a economia americana começou a se recuperar durante a Segunda Guerra Mundial.
O economista austríaco Ludwig von Mises escreveu no livro Liberalismo segundo a Tradição Clássica uma seção intitulada “Propriedade privada e sua crítica”, onde ele lembra aos leitores que a Terra “não é paraíso algum”. Sobreviver e prosperar não são coisas fáceis e requerem esforço individual. “O fundamento de toda e qualquer civilização” argumenta Mises, “é a propriedade privada dos meios de produção”.
Todos querem aproveitar os frutos do próprio trabalho – e os direitos sobre a propriedade tornam isso possível. Mas aí há um problema, como nota Mises: “O que é sempre criticado no sistema capitalista é o fato de os proprietários dos meios de produção ocuparem uma posição preferencial. Podem viver sem trabalhar!”
Essa parece ser a posição de Obama em relação ao assunto, mas Mises tem uma resposta: “O capitalista somente poderá manter sua posição favorável por colocar os meios de produção na atividade mais importante para a sociedade. Se não o fizer, se investir sua riqueza de modo imprudente, sofrerá perdas, e, se não corrigir seu erro a tempo, será drasticamente alijado de sua posição preferencial.
Deixará de ser capitalista, e outros, mais bem qualificados, tomarão seu lugar.” Como se sabe, os capitalistas bem sucedidos são ricos por que eles fizeram as escolhas econômicas certas. Se eles não tivessem feito as escolhas econômicas certas, eles teriam perdido o dinheiro há muito tempo atrás. Como Mises aponta, “Numa sociedade capitalista, o desenvolvimento dos meios de produção está sempre em mãos dos mais bem qualificados ou, quer queiram quer não, terão sempre de tomar o cuidado de empregar os meios de produção de modo a gerar o maior produto possível”. (É assim que nosso padrão de vida aumentou durante os séculos de produção capitalista)
Os inimigos do mercado hoje em dia não estão muito centrados na economia. O negócio deles é política e sua natural tendência de estender o próprio poder. Como Mises nos diz, “Controlar tudo, não deixar espaço para que nada aconteça sem seu consentimento, sem a interferência das autoridades – essa é a meta à qual se volta secretamente todo governante”.
Em uma sociedade industrial complexa, adiciona Mises, “é muito possível que os que tenham o controle do governo tomem atitudes contra a propriedade privada. De fato, nada mais vantajoso, politicamente, para um governo, do que atacar os direitos de propriedade, pois é sempre muito fácil incitar as massas contra os proprietários de terra e de capital”.
Isso é o que enfrentamos nos dias de hoje, além desse ser o motivo pelo qual as chances de uma recuperação econômica em curto prazo ser desanimadoras. Embora o Presidente Obama negue ser um socialista, seu discurso em Osawatomie foi inequívoco.
A afirmação dele claramente deixa implícito que a propriedade privada dos meios de produção não serve ao interesse público, além de ser tarefa do governo redistribuir a riqueza. Propriedade privada dos meios de produção “não funciona”, ele disse. A intervenção do governo é necessária.
Enquanto isso, o governo Obama já está tomando conta do sistema de saúde, interviu na indústria automobilística e colocou o setor de energia sob o cerco do governo.
Em 1898, Gustave Le Bon reconheceu que a vitória do socialismo parecia inevitável. No livro The Psychology of Socialism, Le Bon explica que a vitória do socialismo traria: “O destino imediato da nação que primeiro ver o triunfo do socialismo pode ser definido em algumas linhas” disse ele. “As pessoas irão com certeza começar a saquear e atirar em algumas centenas de empregadores, capitalistas e membros da classe abastada...
Inteligência e capacidade serão substituídas pela mediocridade. A igualdade na servidão será estabelecida em todos os lugares”. E assim aconteceu; pouco mais de vinte anos depois se estabeleceu o socialismo na Rússia de Vladimir Lênin. Le Bon previu certeiramente: “Será um inferno, um terrível inferno...” Adiante ele adiciona que “um homem não é um socialista sem odiar alguma pessoa ou coisa... Servidão, miséria e cesarismo são os precipícios fatais para onde todas as estradas do socialismo levam”.
E agora a América flerta com o caminho socialista. Não somos os primeiros a descer às trevas. E não seremos os últimos. Como Milton Friedman disse em seu documentário, “A liberdade humana e política nunca existiu e não pode existir sem uma larga escala de liberdade econômica”.
Aos leitores recomendo também ler o ensaio de James R. Ottenson intitulado The Moral Case for Capitalism.
Escrito por Jeffrey Nyquist
Escrito por Jeffrey Nyquist
11 Setembro 2012
Publicado no Financial Sense.
Publicado no Financial Sense.
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