Prefeito eleito de Salvador nega possível fusão dos partidos
BRASÍLIA - As declarações do prefeito eleito de Salvador, ACM Neto, de que o vice-presidente Michel Temer seria seu principal interlocutor junto ao governo federal, irritaram a presidente Dilma Rousseff. Deputado do DEM, Neto derrotou justamente a tese pregada por seu adversário, Nelson Pelegrino (PT), de que era necessário Salvador ter um prefeito alinhado ao governo federal. Para tentar eleger o candidato petista, Dilma e Lula foram à capital baiana e fizeram duros discursos contra Neto.
A avaliação no Planalto é que ao eleger Temer como interlocutor prioritário, Neto vai contra a premissa institucional básica de que o prefeito deve debater políticas públicas com a presidente. Segundo um interlocutor de Dilma, Temer jamais conversou com ela a respeito de Salvador.
Aliados de Temer avaliam, porém, que o vice pouco poderá fazer se a presidente ficar contra o auxílio a Salvador — o que Dilma tem dito que não fará em relação a nenhum prefeito ou governador.
Neto voltou nesta terça-feira à Câmara dos Deputados, onde é líder do DEM, e foi recebido com festa e muita comemoração dos funcionários e companheiros de partido. Para minimizar o problema e não criar problemas com o Palácio do Planalto, antes de assumir a prefeitura, minimizou a crise:
— Vou procurá-la (Dilma), quero fazer a interlocução diretamente com ela — afirmou ao chegar ao Congresso.
Temer tem um álibi para se aproximar de Neto que, como líder do DEM, fazia oposição intensa ao governo. Segundo aliados, o objetivo de Temer é se aproximar de Neto para reerguer o debate sobre a fusão do PMDB com o DEM.
Apesar de os peemedebistas considerarem que seriam um porto seguro para os integrantes do DEM, as dificuldades para a tese da fusão prosperar são imensas. As principais lideranças do DEM, que detêm o controle da legenda, são de estados onde o PMDB também têm quadros fortes, como Rio Grande do Norte, Bahia, Goiás e Rio de Janeiro.
O ponto mais difícil é decidir quem comandaria o partido em cada um dos estados. Segundo parlamentares, ninguém aceitaria perder a primazia do comando partidário em sua região. O próprio Neto descartou essa possibilidade:
— Pelo amor de Deus, discutir fusão? Você é louco. Só se for confusão.
A avaliação no Planalto é que ao eleger Temer como interlocutor prioritário, Neto vai contra a premissa institucional básica de que o prefeito deve debater políticas públicas com a presidente. Segundo um interlocutor de Dilma, Temer jamais conversou com ela a respeito de Salvador.
Aliados de Temer avaliam, porém, que o vice pouco poderá fazer se a presidente ficar contra o auxílio a Salvador — o que Dilma tem dito que não fará em relação a nenhum prefeito ou governador.
Neto voltou nesta terça-feira à Câmara dos Deputados, onde é líder do DEM, e foi recebido com festa e muita comemoração dos funcionários e companheiros de partido. Para minimizar o problema e não criar problemas com o Palácio do Planalto, antes de assumir a prefeitura, minimizou a crise:
— Vou procurá-la (Dilma), quero fazer a interlocução diretamente com ela — afirmou ao chegar ao Congresso.
Temer tem um álibi para se aproximar de Neto que, como líder do DEM, fazia oposição intensa ao governo. Segundo aliados, o objetivo de Temer é se aproximar de Neto para reerguer o debate sobre a fusão do PMDB com o DEM.
Apesar de os peemedebistas considerarem que seriam um porto seguro para os integrantes do DEM, as dificuldades para a tese da fusão prosperar são imensas. As principais lideranças do DEM, que detêm o controle da legenda, são de estados onde o PMDB também têm quadros fortes, como Rio Grande do Norte, Bahia, Goiás e Rio de Janeiro.
O ponto mais difícil é decidir quem comandaria o partido em cada um dos estados. Segundo parlamentares, ninguém aceitaria perder a primazia do comando partidário em sua região. O próprio Neto descartou essa possibilidade:
— Pelo amor de Deus, discutir fusão? Você é louco. Só se for confusão.
31 de outubro de 2012
Paulo Celso Pereira, O Globo
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