Fiquei um tempo ausente. Fui ao médico. Tudo nos conformes. A marcha da irracionalidade prossegue, inclusive a da imprensa na cobertura dos atos violentos ocorridos em São Paulo.
A bandidagem entendeu: “Barbarize que a imprensa garante a assinatura do evento”. Ainda voltarei a esse tema, mais delicado do que se supõe. Eu defendo que o jornalismo mostre tudo. Mas há como fazê-lo sem jogar ao lado dos bandidos, como está acontecendo. Mas deixo para a madrugada.
Como também deixo para a madrugada a explicações de por que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi mais irresponsável nesta terça do que se percebe à primeira vista. Jamais deveria ter sido nomeado para o cargo.
Mas foi. Nomeado, não deveria permanecer no cargo, mas vai — a menos que a presidente Dilma cometa a sandice de indicá-lo para o Supremo, como querem alguns.
Cardozo, nesta terça, passou da medida. Leiam o que vai na VEJA.com e reflitam a respeito. Voltarei ao assunto mais tarde.
Ministro da Justiça critica sistema prisional brasileiro
Por Kamila Hage:
Responsável por parte das prisões do país, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, qualificou como “medieval” o sistema prisional brasileiro. “Se fosse para eu cumprir uma longa pena em um presídio brasileiro, preferia morrer”, afirmou, durante uma palestra com empresários em um hotel na Zona Sul de São Paulo
Para Cardozo, a situação dos presídios é uma das razões para o aumento da criminalidade. Segundo o ministro, o sistema prisional brasileiro é capaz de transformar um pequeno infrator em um criminoso de alta periculosidade. “O sistema prisional é dotado de artifícios que o transforma em uma verdadeira escola do crime.”
Jogo de empurra
O ministro também condenou o embate entre União e governos estaduais para assumir a responsabilidade pela falta de segurança. “Temos que parar com o jogo do empurra. Governo estadual e federal têm responsabilidade, sim”, afirmou durante o encontro.
Apesar de agora defender uma ação efetiva do governo federal, o Ministério da Justiça levou quatro meses para responder a um pedido de recursos do governo de São Paulo para reforçar o aparato de segurança do estado, como revelou o colunista Reinaldo Azevedo.
A ajuda acabou chegando por ação da presidente Dilma Rousseff, que telefonou para o governador Geraldo Alckmin e fechou uma parceria para o combate à criminalidade na Região Metropolitana de São Paulo – crimes recentes na área já fizeram centenas de vítimas entre a população e levou à morte de 90 policiais.
Nesta semana, estado e União oficializaram o plano de segurança, que terá como uma das primeiras ações a criação de uma agência integrada de inteligência para combater o crime organizado e a transferência de presos envolvidos na morte de policiais para presídios federais de segurança máxima.
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13 de novembro de 2012
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